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quinta-feira, 1 de setembro de 2011

SETENTA VEZES SETE

SETENTA VEZES SETE
Letícia Thompson
 Temos o direito de errar ao longo da nossa vida. Guiados pelo coração ou  emoções que controlam o que nosso juízo deveria controlar, vamos de  tropeço em tropeço. Não estamos condenados eternamente porque somos humanos.

O que não podemos, portanto, é repetir vezes e vezes os  mesmos erros e achar a cada vez que tudo pode ser justificado. Errar?  Pecar? Faz parte, infelizmente, do caminho, da quota de cada um.
 Quando  cometemos nossos deslizes e que a vida nos dá uma nova oportunidade de  recomeçar, é loucura pensar que o perdão nos é devido indefinidamente e  querer, de forma absurda, atingir o setenta vezes sete.

Cada  pessoa e cada coisa tem seu limite. Repetir erros e enganos contra os  que nos amam simplesmente porque sabemos que um coração que ama sabe  perdoar, é abusar da confiança que depositam em nós, é desrespeitar o  outro como pessoa.

Suportar e suportar erros em nome do amor  pode parecer heróico. O perdão é algo que exige de nós uma força quase  inhumana e sabemos bem que para realmente perdoar precisamos abandonar o  nosso eu que pede justiça.
 Mas não temos o direito de brincar  com os sentimentos dos outros e nem permitir que brinquem com os nossos.  Deslizar e cair uma vez, duas, pode acontecer, mas à partir do momento  que isso se torna um hábito é que algo está muito errado.

Devemos aprender a dizer "não" quando isso significa reinvindicar o respeito próprio.

Cada  um tem o direito de viver com dignidade e não podemos ser nada para o  mundo se já não somos capazes de nos olhar no espelho e sustentar nosso  próprio olhar.

Ame o mundo e ame ao outro. E ame-se também, assim como amou e ama Aquele que te criou.

Perdoe  e perdoe-se! E não pare no caminho, nem olhe para trás. Há diante de  nós um Éden que nos espera e devemos viver de maneira a sermos dignos de  passar por essa porta.
 ULTRAPASSANDO OBSTÁCULOS

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