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quinta-feira, 22 de setembro de 2011

A MODA ROMANA

A MODA ERA SOFISTICADA
Berço de grifes renomadas como Armani, Versace e Prada, a Itália é um dos países que mais exportam moda para o resto do mundo. O que não se sabia até agora é que essa vocação fashion acompanha os romanos há pelo menos dois mil anos. Estudos realizados por arqueólogos alemães indicam que a indústria têxtil no Império Romano era mais complexa e sofisticada do que pensávamos. 
Resquícios de tecidos confeccionados em lã e algodão, encontrados em diversos sítios arqueológicos do antigo império, estão sendo analisados pela primeira vez com um scanner microscópico, que permite observar as peças com precisão jamais vista. “Descobrimos que a fabricação de vestimentas no Império Romano era extremamente profissional, o que permitia a produção de tecidos muito macios e confortáveis”, diz Annette Schieck, arqueóloga que participa da pesquisa.
 Algumas peças encontradas nos desertos da Síria e do Egito, região dominada pelos romanos no século I a.C. estavam tão intactas e flexíveis que poderiam ser usadas até hoje.
Os achados mais relevantes que reforçam essa nova teoria, porém, surgiram do sítio arqueológico de Vindolanda, um forte construído pelos romanos no norte da Inglaterra no final do século I d.C. “Nessa região, o clima úmido preservou tabletas de madeira que continham informações sobre a forma de se vestir dos romanos, além de amostras de tecido e até sapatos”, conta o historiador Pedro Paulo Funari, especialista em arqueologia romana pela Universidade de São Paulo (USP). 
 “Ao contrário do que vemos em livros de história, nos quais os romanos sempre aparecem de sandálias, em Vindolanda foram encontrados sapatos fechados, que mais parecem botas, e registros de meias de lã.” 
Segundo o historiador, a ideia errônea de que os homens romanos estavam constantemente vestidos com togas também deve ser revista. “Elas eram um símbolo de status usado pelos cidadãos romanos apenas quando necessário, pois não eram nada práticas”, afirma. Esse traje, feito com um corte de tecido que podia chegar até seis metros de comprimento, tornou-se símbolo da vestimenta romana através de pinturas e estátuas que representavam chefes de Estado. “Era como o terno de hoje. Na foto oficial de um presidente, ele está usando terno, mas isso não significa que se vista assim o tempo todo”, diz Funari. 
 Os novos estudos mostram que a variedade de vestimentas do Império Romano era muito maior do que poderíamos imaginar.
TAPETE DE FLORES

                                                 

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