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sexta-feira, 16 de setembro de 2011

A ACIDEZ DOS OCEANOS


ELIMINAÇÃO DA VIDA NA TERRA


A morte de praticamente toda a vida na Terra há 250 milhões de anos foi causada por vários "assassinos", cada um responsável por uma parte do golpe fatal. Agora, cientistas descobriram como um dos assassinos, o ácido, participou do "crime". O estudo foi publicado no periódico Paleoceanography.

Pesquisadores da Universidade de Victoria (Canadá) realizaram uma simulação de computador e descobriram que altos níveis de gás carbônico na atmosfera teriam transformado os oceanos em ambientes ácidos demais para a vida marinha. De acordo com os cientistas, isso teria contribuído para a extinção em massa (clique aqui para saber mais sobre as extinções em massa que ocorreram ao longo da história).


 Período Permiano - é o período geológico compreendido entre 299 e 251 milhões de anos atrás. É caracterizado pela formação de vertebrados terrestres que deram origem aos mamíferos e répteis. Nele, houve a maior extinção em massa conhecida, eliminando 96% da vida marinha e 70% da terrestre. 

       Sulfeto de hidrogênioé um composto corrosivo e venenoso. Gasoso em seu estado natural, consiste em dois átomos de hidrogênio e um de enxofre. Tem cheiro de ovo podres. 

       Gás carbônicoO dióxido de carbono é essencial para a vida no planeta. É um dos compostos essenciais para a realização da fotossíntese - processo pelo qual plantas e algas transformam a energia solar em energia química, que por sua vez é distribuída para todos os seres vivos por meio da cadeia alimentar. Este processo é uma das fases do ciclo do carbono e é vital para a manutenção dos seres vivos.

        PH é uma grandeza físico-química e significa 'potencial hidrogênico'. A grandeza indica a acidez, neutralidade ou alcalinidade de uma solução aquosa em uma escala que vai de 1 (mais ácido) a 14 (mais básico)

       Mais de 90% da vida marinha foi extinta ao fim do período Permiano, há 250 milhões de anos. Os principais "suspeitos" são os oceanos esgotados de oxigênio, uma grande erupção de sulfeto de hidrogênio, a falência de grandes ciclos de nutrientes marinhos e grandes erupções vulcânicas.
Para chegar a essa conclusão, os cientistas simularam nove situações hipotéticas, misturando e combinando arranjos possíveis dos continentes, topografias do assoalho oceânico e níveis de gás carbônico atmosférico. Depois, os pesquisadores observaram o fluxo de gás carbônico entre o oceano e a atmosfera.
Quando os níveis de dióxido de carbono atingiam 3.000 partes por milhão — praticamente 10 vezes o nível registrado antes da revolução industrial — a maior parte do gás se dissolvia nos mares, formando ácido carbônico e liberando íons de hidrogênio. A acidez é medida numa escala de 
pH: quanto menor o número, mais ácida é a água. Os oceanos de hoje possuem um pH de 8,1. As simulações dos cientistas para o fim do período Permiano alcançaram 7,3 de pH perto da linha do equador e 7,1 perto dos pólos. Os pesquisadores explicam que essa acidez teria dificultado a utilização do carbonato de cálcio para a formação de cascos protetores em organismos marinhos. A velocidade com que o gás carbônico se acumulou na atmosfera teria afetado o nível de acidez dos oceanos.

Em entrevista à revista Science News, o biólogo Jonathan Payne, da Universidade de Stanford, disse: "Se a concentração do gás aumentou rapidamente, então o modelo apresentado pelos especialistas do Canadá pode ser uma representação razoável de como o clima estava se alterando no fim do Permiano. Contudo, se o acúmulo se deu de forma lenta, os cientistas terão que encontrar outras explicações para a mudança."

FOLIA A TRES

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