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sexta-feira, 23 de setembro de 2011

ROMA EM OURO E MÁRMORE

MEGAMOSTRA SOBRE IMPÉRIO ROMANO

Está  nos compêndios escolares: nenhum povo, em época alguma, acumulou tantas  conquistas como o romano. Sua glória sobreviveu em narrativas épicas,  na arquitetura majestosa e também nas ruínas das cidades por ele  construídas – e, sobretudo, em mármores, muitos mármores. A pedra nobre e  perene, usada na criação de bustos e estátuas – a forma de se retratar  as celebridades no passado –, dá o tom da megamostra “Roma – A Vida e os  Imperadores”, em cartaz na Casa Fiat de Cultura, em  Belo Horizonte.
 O panteão de honra de estadistas, trazido de quatro grandes museus  italianos, alinha nomes como os de Augusto, Calígula, Cláudio, Nero,  Vespasiano, Adriano, Trajano, Caracala e, obviamente, Julio César, o  inaugurador de toda a linhagem. O maior ditador romano dá nome ao módulo  inicial da mostra e vem representado por uma obra de peso, “Cabeça  Colossal”, ­medindo 1,2 m. “Sabe-se da inteligência de César, mas foi um  exagero representá-lo nessas dimensões”, brinca o historiador italiano  Guido Clemente, que levou um ano para selecionar as 370 obras, todas  originais.
 A conhecida sagacidade política de César, que ampliou os seus domínios  ao Oriente e à Gália (atual França), fica patente na prática do “pão e  circo”: ele ia aos jogos do Coliseu, mas passava o tempo cuidando de  assuntos do Senado. Os gladiadores, claro, têm seu lugar entre os  retratados e, para ilustrar o seu universo de bravura, estão sendo  exibidos elmos, joelheiras, proteções peitorais e gládios (punhais).  Aliar política, religião e costumes é a grande ambição da curadoria, que  não mediu esforços no segmento “Vida no Império: O Cotidiano das  Famílias Romanas”, cujo destaque são quatro paredes de afrescos de uma  casa de Pompeia. Ao tratar de Nero, o imperador que ficou conhecido pela  opulência e o luxo, a mostra revela o trabalho em ourivesaria, com  anéis, colares, camafeus e adornos de design arrojado. Feita  especialmente para o Brasil, a exposição se fecha com o caráter  multicultural do Império Romano, que adotou divindades estrangeiras como  a egípcia Ísis. “Nesse aspecto, o Brasil é o país que mais se parece  com Roma”, afirma Clemente.
 NA CORDA BAMBA

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