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terça-feira, 20 de setembro de 2011

ONDA PERMANENTE



 ARTE PARASSIMÉTRICA
 Foi-se o tempo em que arte digital era novidade no Brasil. Hoje esse circuito está tão estabelecido que dois festivais acontecem simultaneamente em duas capitais brasileiras. O FAD – Festival de Arte Digital está em sua quinta edição e tem sempre como sede a cidade de Belo Horizonte. “Hoje possuímos um edital público do qual temos cerca de 60% de participação de brasileiros contra 40% em 2008”, comenta Tadeus Tee, diretor do festival. Com o tema centrado na cinética, o evento alavanca novos nomes da arte digital brasileira, como o artista e publicitário carioca Cadu Lacerda, que participa com a obra “Parassimétrica”, um código computacional que transforma a digitação das letras e números em cortes de uma escala cromática.
 “Se você olhar a produção nacional em relação ao volume de obras internacionais, nós teremos menor quantidade. Mas, em qualidade e técnica, estamos cada vez mais próximos dos estrangeiros”, comenta Julius Wiedmann, editor da Taschen e curador da segunda edição da Mostra 3M de Arte Digital, que acontece em São Paulo.  Com o boom de exposições e festivais dedicados à arte digital, Wiedmann aponta que é cada vez mais necessário buscar um diferencial curatorial. Assim, nem tudo o que ele expõe pertence ao universo digital. “Na mostra, há obras feitas com tecnologia analógica, mas que questionam a influência do digital no mundo em que vivemos”, afirma. Outra intenção da Mostra 3M é a de apontar o perfil dos artistas que trabalham com arte digital. “No Brasil, eles geralmente tinham formação em artes, mas isso está começando a mudar agora”, comenta Wiedmann. Exemplo é o designer brasileiro Paulo Barcellos, que realiza uma série de trabalhos focados na criação de interfaces entre humanos e computadores. 
 Seu “Colors of Movement” é uma experiência interativa que revela através das cores o espectro total dos movimentos de quem se posiciona em frente à obra. “O importante na arte digital é a sua interdisciplinaridade e acho que isso é que deve ser mostrado. Não basta a tecnologia pela tecnologia”, enfatiza o curador.
 PELUDINHA



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