E MUITA ADRENALINA !
Subir o Himalaia em pleno inverno. Cruzar o inóspito deserto do Chade para escalar as torres esculturais de Ennedi. Descer de caiaque o rio Lukunga, no Congo. Todas essas experiências, realizadas a grandes distâncias de aglomerações urbanas, têm em comum o embate entre o homem e a natureza: o que era impossível torna-se transcendental, o que era aventura vira arte. Contar essas histórias por meio de documentários é a grande ideia do cinema de esportes ao ar livre, que ganha cada vez mais público no mundo ao materializar a necessidade humana de superar limites e conviver em harmonia com o meio ambiente.
Não é diferente no Brasil, palco do mais novo festival do gênero, o Rocky Spirit, que acontece no Reserva Cultural e no Parque do Ibirapuera, em São Paulo, a partir da quinta-feira 1º. “A aventura oferece histórias reais muito boas que extrapolam qualquer roteiro de Hollywood”, diz Andrea Estevam, diretora de redação da revista “Go Outside”, publicada pela Editora Rocky Mountain, responsável pelo evento. A sua programação reúne os melhores filmes do Telluride Mountainfilm Festival, um dos mais antigos e tradicionais encontros desse tipo de produção nos EUA.
Um dos filmes inéditos é “Kadoma”, cujo diretor, Ben Stookesberry, estará presente no evento. Um dos grandes destaques do Telluride, o documentário retrata a expedição de três canoístas (entre eles Stookesberry) no Congo, na África, com desfecho dramático: o guia foi engolido por um crocodilo gigante.
Serão apresentados mais 20 títulos de tirar o fôlego, que atraem mesmo quem nunca se imaginou em situações semelhantes. Tal identificação se deve, segundo o professor Victor de Andrade Melo, da UFRJ, à ideia de superação, presente em todas as modalidades de esporte. “Esse conceito, contudo, é mais explícito naqueles em que o desafio se dá contra a natureza”, diz Melo. Diferentemente de competições como o boxe, que já se consolidaram inclusive no cinema de ficção, aquelas feitas ao ar livre ainda estão sendo descobertas pelo mercado. “Essas histórias de sobrevivência e de espíritos indomáveis são universais. Mesmo que esses atletas sejam super-humanos, eles ainda são humanos e nós nos identificamos com isso”, diz David Holbrooke, diretor do Telluride Mountain film Festival.
No caso dos documentários, por nascerem de um registro direto da realidade, a capacidade de envolver e emocionar plateias se mostra mais intensa e imediata. “Quando há drama, o drama é muito mais forte. Quando há superação, ela tem muito mais valor”, diz Andrea, ressaltando o potencial transformador dos filmes selecionados para o Festival Rocky Spirit, que já garantiu seu espaço na concorrida agenda cultural.
A expedição em que Hendrik Coetzee morreu está no documentário “Kadoma”.
MONOESQUI
Vítima de dupla amputação, Heath Calhoun brilha no curta “Fall Line”.
LUZES DA RIBALTA
Uau!
ResponderExcluirSofro de acrofobia.