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segunda-feira, 12 de setembro de 2011

LUZ, CÂMERA... ADRENALINA !


E MUITA ADRENALINA !

Subir  o Himalaia em pleno inverno. Cruzar o inóspito deserto do Chade para  escalar as torres esculturais de Ennedi. Descer de caiaque o rio  Lukunga, no Congo. Todas essas experiências, realizadas a grandes  distâncias de aglomerações urbanas, têm em comum o embate entre o homem e  a natureza: o que era impossível torna-se transcendental, o que era  aventura vira arte. Contar essas histórias por meio de documentários é a  grande ideia do cinema de esportes ao ar livre, que ganha cada vez mais  público no mundo ao materializar a necessidade humana de superar  limites e conviver em harmonia com o meio ambiente. 

 Não é  diferente no Brasil, palco do mais novo festival do gênero, o Rocky  Spirit, que acontece no Reserva Cultural e no Parque do Ibirapuera, em  São Paulo, a partir da quinta-feira 1º. “A aventura oferece histórias  reais muito boas que extrapolam qualquer roteiro de Hollywood”, diz  Andrea Estevam, diretora de redação da revista “Go Outside”, publicada  pela Editora Rocky Mountain, responsável pelo evento. A sua programação  reúne os melhores filmes do Telluride Mountainfilm Festival, um dos mais  antigos e tradicionais encontros desse tipo de produção nos EUA.
SURFE
 

O filme “Dark Side of The Lens” traz imagens espetaculares.
Um  dos filmes inéditos é “Kadoma”, cujo diretor, Ben Stookesberry, estará  presente no evento. Um dos grandes destaques do Telluride, o  documentário retrata a expedição de três canoístas (entre eles  Stookesberry) no Congo, na África, com desfecho dramático: o guia foi  engolido por um crocodilo gigante.
 Serão  apresentados mais 20 títulos de tirar o fôlego, que atraem mesmo quem  nunca se imaginou em situações semelhantes. Tal identificação se deve,  segundo o professor Victor de Andrade Melo, da UFRJ, à ideia de  superação, presente em todas as modalidades de esporte. “Esse conceito,  contudo, é mais explícito naqueles em que o desafio se dá contra a  natureza”, diz Melo. Diferentemente de competições como o boxe, que já  se consolidaram inclusive no cinema de ficção, aquelas feitas ao ar  livre ainda estão sendo descobertas pelo mercado. “Essas histórias de  sobrevivência e de espíritos indomáveis são universais. Mesmo que esses  atletas sejam super-humanos, eles ainda são humanos e nós nos  identificamos com isso”, diz David Holbrooke, diretor do Telluride  Mountain film Festival. 
 No caso dos documentários, por nascerem de um  registro direto da realidade, a capacidade de envolver e emocionar  plateias se mostra mais intensa e imediata. “Quando há drama, o drama é  muito mais forte. Quando há superação, ela tem muito mais valor”, diz  Andrea, ressaltando o potencial transformador dos filmes selecionados  para o Festival Rocky Spirit, que já garantiu seu espaço na concorrida  agenda cultural.  

CANOÍSMO
A expedição em que Hendrik Coetzee morreu está no documentário “Kadoma”.


MONOESQUI
 Vítima de dupla amputação, Heath Calhoun brilha no curta “Fall Line”.
 LUZES DA RIBALTA

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