LOUVAÇÃO À DESMEMÓRIA
Boa é a desmemória! Sem ela, como iria deixar o filho a mãe que lhe deu de mamar, que lhe emprestou força aos membros e que o retinha para o experimentar.
Ou como iria o aluno deixar o mestre que lhe emprestou o saber ? Com o saber emprestado, cumpre ao discípulo pôr-se a caminho.
Na casa velha os novos moradores entram; se lá estivessem ainda os que a construíram, seria a casa pequena demais.
Ou como iria o aluno deixar o mestre que lhe emprestou o saber ? Com o saber emprestado, cumpre ao discípulo pôr-se a caminho.
Na casa velha os novos moradores entram; se lá estivessem ainda os que a construíram, seria a casa pequena demais.
O forno esquenta, e do oleiro ninguém se lembra mais. O lavrador não reconhece o pão depois de pronto.
Como levantar-se de novo o homem de manhã, sem o esquecimento que apaga os rastros da noite? Como iria, quem foi ao chão seis vezes, levantar-se pela sétima vez para amanhar o pedregoso chão, para subir ao perigoso céu?
É a fraqueza da memória que dá força à criatura humana.
É a fraqueza da memória que dá força à criatura humana.
(Poemas e Canções.Trad. Geir Campos. Civilização Brasileira, 1996)
CURTINDO A NATUREZA
Ou, quem sabe, falta de gratidão!
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