
O Complexo do Pantanal, ou simplesmente Pantanal, é um bioma constituído principalmente por uma savana estépica, alagada em sua maior parte, com 250 mil km² de extensão, altitude média de 100 metros, situado no sul de Mato Grosso e no noroeste de Mato Grosso do Sul, ambos Estados do Brasil, além de também englobar o norte do Paraguai e leste da Bolívia (que é chamado de chaco boliviano), considerado pela UNESCO Patrimônio Natural Mundial e Reserva da Biosfera, localizado na região o Parque Nacional do Pantanal. 

Em que pese o nome, há um reduzido número de áreas pantanosas na região pantaneira. Além disso, tem poucas montanhas o que facilita o alagamento.

A origem do Pantanal é resultado da separação do oceano há milhões de anos. Animais que estão presentes no mar também existem no pantanal, formando o que se pode chamar de mar interior. 

A área alagada do pantanal se deve a lentidão de drenagem das águas que  fluem lentamente, pela região do médio Paraguai, num local chamado de  Fecho dos Morros do Sul.

Atraído pela existência de pedras e metais preciosos (que eram usados por indígenas, que já povoavam a região, como adornos), entre eles o ouro, o português Aleixo Garcia, em 1524, acabou sendo o primeiro a visitar o território, que alcançou o rio Paraguai através do rio Miranda, atingindo a região onde hoje está a cidade de Corumbá. 
Nos anos de 1537 e 1538, o espanhol Juan Ayolas e seu acompanhante Domingos Martínez de Irala seguiram pelo rio Paraguai e denominaram Puerto de los Reyes à lagoa Gayva.

Por volta de 1542-1543, Álvaro Nunes Cabeza de Vaca (espanhol e aventureiro) também passou por aqui para seguir para o Peru. Entre 1878 e 1930, a cidade de Corumbá (situada dentro do Pantanal) torna-se o principal eixo comercial e fluvial do estado do antigo Mato Grosso, hoje Mato Grosso do Sul, depois acaba perdendo sua importância para as cidades de Cuiabá e Campo Grande, iniciando assim um período de decadência econômica.
 
 O incentivo dado pelos governos a partir da década de 1960 para desenvolver a região Centro-Oeste através da implantação de projetos agropecuários trouxe muitas alterações nos ambientes do cerrado, ameaçando a sua biodiversidade.
Preocupada com a conservação do Pantanal, a Embrapa instalou, em 1975, em Corumbá, uma unidade de pesquisa para a região, com o objetivo de adaptar, desenvolver e transferir tecnologias para o uso sustentado dos seus recursos naturais.
As pesquisas se iniciaram com a pecuária bovina, principal atividade econômica, e hoje, além da pecuária, abrange as mais diversas áreas, como recursos vegetais, pesqueiros, faunísticos, hídricos, climatologia, solos, avaliação dos impactos causados pelas atividades humanas e sócio-economia.
Nos últimos anos houve investimentos maciços no setor do ecoturismo, com diversas pousadas pantaneiras praticando esta modalidade de turismo sustentável
O pantaneiro tem hábito de acordar muito cedo, para as lidas dos seus  afazeres, como por exemplo: a lida dos seus animais na grande planície  da sua região. No seu alimento matutino, logo na manhã antes de ir à  lida, tem o hábito de se alimentar muito bem. Esse hábito tem o nome de  quebra-torto, que é praticamente um café reforçado, com pão, arroz com  carne seca, café e outras delícias proporcionadas pela vasta planície 
Urucum
Urucum é uma semente de coloração avermelhada, que vem do tupi  uru-ku, significa vermelho, conhecida popularmente por Urucum, açafrão,  colorau, nome científico da família botânica Bixáceas, serve como  tempero e corante de alimentos. É muito utilizado na culinária  pantaneira em preparos de peixes, jacarés e caldo de piranha, os índios  sempre usaram para pintar o corpo em suas comemorações festivas e com  isso, se defender contra picadas dos mosquitos.
Jacarés
Jacarés são répteis bem adaptados ao meio ambiente e dominam ainda  hoje muitos habitats. Ao contrário do que se pensa o jacaré não é lento,  se for ameaçado ou estiver preste a dar o bote, adquire velocidade  impressionante. Dentro da água, seu ataque é geralmente mortal, já que é  um exímio nadador. Os jacarés do Pantanal são diferentes dos da  Amazônia. O do Pantanal mede até 2,5m e se alimenta de peixes e é quase  inofensivo ao homem. Enquanto o da Amazônia é um pouco maior (quase 6  metros) e ataca quando ameaçado. Sua carne é comestível, a parte mais  nobre do corpo do animal que é aproveitada é o rabo. É uma carne branca e  consistente. Lembra muito a carne de frango, mas tem um leve sabor de  carne de peixe de água doce. Pode ser servida frita ou ensopada como os  peixes.
A fauna pantaneira é muito rica, provavelmente a mais rica do  planeta. Há 650 espécies de aves (no Brasil inteiro estão catalogadas  cerca de 1800). A mais espetacular é a arara-azul-grande, uma espécie ameaçada de extinção.  
Há ainda tuiuiús (a ave símbolo do Pantanal), tucanos, periquitos, garças-brancas, beija-flores (os menores chegam a pesar dois gramas), socós (espécie de garça de coloração castanha), jaçanãs, emas, seriemas, papagaios, colhereiros, gaviões, carcarás e curicacas.
 No Pantanal já foram catalogadas mais de 1.100 espécies de  borboletas. Contam-se mais de 80 espécies de mamíferos, sendo os  principais a onça-pintada (atinge a 1,2 m de comprimento, 0,85 cm de altura e pesa até 150 kg), capivara, lobinho, veado-campeiro, veado catingueiro, lobo-guará, macaco-prego, 
 cervo do pantanal, bugio (macaco que produz um ruído assustador ao amanhecer), porco do mato, tamanduá, cachorro-do-mato, anta, bicho-preguiça, ariranha, suçuarana, quati, tatu etc.
 A região também é extremamente piscosa, já tendo sido catalogadas 263 espécies de peixes: piranha (peixe carnívoro e extremamente voraz), pacu, pintado, dourado, cachara, curimbatá, piraputanga, jaú e piau são algumas das espécies encontradas.
 Há uma infinidade de répteis, sendo o principal o jacaré (jacaré-do-pantanal e jacaré-de-coroa), cobra boca-de-sapo (Jararaca), sucuri, Jiboia-constritora,Cobra-d'água, cobras-água e outras), lagartos (iguana, calango-verde) e quelônios (jabuti e cágado).
A vegetação pantaneira é um mosaico de cinco regiões distintas:  Floresta Amazônica, Cerrado,Caatinga, Mata Atlântica e Chaco  (paraguaio,argentino e boliviano). 
Durante a seca, os campos se tornam  amarelados e constantemente a temperatura desce a níveis abaixo de 0 °C, e registra geadas, influenciada pelos ventos que chegam do sul do continente.
A vegetação do Pantanal não é homogênea e há um padrão diferente de  flora de acordo com o solo e a altitude. Nas partes mais baixas,  predominam as gramíneas, que são áreas de pastagens naturais para o gado  — a pecuária é a principal atividade econômica do Pantanal. 
A vegetação  de cerrado, com árvores de porte médio entremeadas de arbustos e  plantas rasteiras, aparece nas alturas médias. Poucos metros acima das  áreas inundáveis, ficam os capões de mato, com árvores maiores como angico, ipê e aroeira.
Em altitudes maiores, o clima árido e seco torna a paisagem parecida com a da caatinga, apresentando espécies típicas como o mandacaru, plantas aquáticas, piúvas (da família dos ipês com flores róseas e amarelas), palmeiras, orquídeas, figueiras  e aroeiras.
O pantanal possui uma vegetação rica e variada, que inclui a  fauna típica de outros biomas brasileiros, como o cerrado, a caatinga e  a região amazônica. A camada de lodo nutritivo que fica no solo após as  inundações permite o desenvolvimento de uma rica flora. 
Em áreas em que  as inundações dominam, mas que ficam secas durante o inverno, ocorrem  vegetações como a palmeira carandá e o paratudal.
Durante a seca, os campos são cobertos predominantemente por  gramíneas e vegetação de cerrado. Essa vegetação também está presente  nos pontos mais elevados, onde não ocorre inundação.
Nos pontos ainda  mais altos, como os picos dos morros, há vegetação semelhante à da  caatinga, com barrigudas, gravatás e mandacarus. Ainda há a ocorrência  de vitória-régia, planta típica da Amazônia. Entre as poucas espécies  endêmicas está o carandá, semelhante à carnaúba.
A vegetação aquática é fundamental para a vida pantaneira: imensas  áreas são cobertas por batume, plantas flutuantes como o aguapé e a  salvínia. Essas plantas são carregadas pelas águas dos rios e juntas  formam verdadeiras ilhas verdes, que na região recebem o nome de  camalotes. 
Há ainda no Pantanal áreas com mata densa e sombria. Em torno  das margens mais elevadas dos rios ocorre a palmeira acuri, que forma  uma floresta de galerias com outras árvores, como o pau-de-novato, a  embaúba, o jenipapo e as figueiras.
No litoral brasileiro, em toda a planície costeira, existem pântanos chamados de mangues. Têm fauna e flora peculiares adaptados à salinidade e ao fluxo das marés, com grande biodiversidade devido à mata atlântica contígua 
No interior do Brasil, o chamado Pantanal Mato-grossense se estende pelos estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, além de países vizinhos, como o Paraguai, onde é chamado de Chaco. 
Esta região, apesar da nomenclatura, não é exatamente um pântano, pois  fica inundada apenas durante alguns meses. Nos outros, com o solo mais  seco, se permite ao pastoreio, pois a água da região pantaneira retorna  aos leitos normais dos rios da região e às lagoas, nas suas margens.
A Bacia Amazônica e sua imensa planície, maior bacia hidrográfica do planeta, também é um imenso caudal pantaneiro, devido à grande concentração de rios, cuja biodiversidade é gigantesca.
IN THE DARKNESS... 
 




































 
 
Deslumbrante!
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