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quarta-feira, 13 de outubro de 2010

CONTROLAR A PRESSÃO


CONTROLAR A PRESSÃO
Luí Fernando Veríssimo

Eu tomo um remédio para controlar a pressão.
Cada dia que vou comprar o dito cujo, o preço aumenta.
Controlar a pressão é mole. Quero ver é controlar o preção. 

Tô sofrendo de preção alto,
O médico mandou cortar o sal.
Comecei cortando o médico, já que a consulta era salgada demais.
Para piorar, acho que tô ficando meio esquizofrênico. Sério!
Não sei mais o que é real.
Principalmente, quando abro a carteira ou pego extrato no banco.
Não tem mais um Real. 

                Sem falar na minha esclerose precoce. Comecei a esquecer as coisas:
Sabe aquele carro? Esquece!
Aquela viagem? Esquece!
Tudo o que o barbudo prometeu? Esquece!
Podem dizer que sou hipocondríaco, mas acho que tô igual ao meu time:
- nas últimas.
Bem, e o que dizer do carioca? Já nem liga mais pra bala perdida...
Entra por um ouvido e sai pelo outro.

Faz diferença...
"A diferença entre o Brasil e a República Checa é que a República Checa tem o governo em Praga e o Brasil tem essa praga no governo"


Não tem nada pior do que ser hipocondríaco num país que não tem remédio.
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Um comentário:

  1. Um texto de efeito!

    "Bem, e o que dizer do carioca? Já nem liga mais pra bala perdida...
    Entra por um ouvido e sai pelo outro".


    Eu nunca vou me acostumar com a violência!
    Ela é quotidiana, mas repulsiva!

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