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quarta-feira, 27 de outubro de 2010

S.O.S. ARTE

A ARTE EM PROL DA ARTE 
 
ARTISTAS DE CAMPINAS ORGANIZAM EXPOSIÇÃO QUE VISA ARRECADAR FUNDOS PARA O CCLA


                      O artista plástico Egas Francisco capitaneia a organização de mais uma exposição. Dessa vez, não há temática em torno da mostra, nem tampouco preocupação com a técnica. A ordem é outra: ajudar. Um a um, os artistas participantes sobem a escadaria do Centro de Ciências Letras e Artes de Campinas (CCLA) para fazer a sua doação em prol desta entidade cultural, que passa por uma fase nada doce. O primeiro passo é dado com a exposição Solidariedade, em cartaz na galeria de artes do espaço a partir de hoje, às 20h. Aliás, a mostra integra o projeto Campinas em Apoio ao CCLA.

                         A proposta da exposição é única: arrecadar fundos para o centro. É por essas e outras que todas as obras doadas para a exposição estarão à venda de R$ 400,00 e R$ 1.000,00. 
                          “O preço de muitas delas é superior, mas os artistas fazem questão de torná-las mais acessíveis”, explica Egas Francisco, curador da mostra. 
Além dele, mais 20 artistas plásticos da Região Metropolitana de Campinas (RMC) assinam Solidariedade. De diversas técnicas e faixas etárias, como o artista gosta de definir. 
Destaque a Fabrício Nery, Gomes Heleno, Fúlvia Gonçalves, Paulo Cheida Sans, Afrânio Montemurro, Terceu Vicentin e Antônio Terci.
                     Ao todo, Solidariedade é composta por 22 trabalhos. As técnicas vão da escultura, passando pela gravura (litogravura e xilogravura), e se estabelecendo na pintura (óleo ou acrílico sobre tela, aquarela, entre outras).


                O artista plástico Miro Bampa, por exemplo, traz à mostra uma releitura contemporânea da encáustica. 

              “Ele se utiliza de uma técnica muito antiga, composta por cera, para retrabalhar fotografias. O resultado é muito interessante”, explica o curador.
 

                          Egas Francisco, em especial, participa da mostra com duas aquarelas em papel arches. A primeira, intitulada Espectral, foi concebida em 2005. 
                    Já a segunda, apresenta ao olhar curioso a Morte de Jean-Paul Marat (1743-1793). “A figura dele sempre me impressionou, seja pelo lado estético, social e histórico”, comenta. No caso das obras não serem vendidas, conta o artista plástico, a doação volta a seu autor. “Dessa vez, não ficará para a pinacoteca da instituição, como na última mostra solidária, há uns cinco anos.”
"El Brujo" - Egas Francisco

"Hilda Hilst" - Egas Francisco

Quando se pergunta a Egas sobre a importância do CCLA, o artista cita as personalidades que aportaram na entidade. Conta das passagens dos escritores Guimarães Rosa e Jorge Amado, mas se entusiasma para falar da bailarina russa Tamara Toumanova (“fez questão de dançar no espaço A Morte do Cisne”) e da exposição de Lasar Segall (“sua primeira mostra não acadêmica, em 1913, que foi um prenúncio do movimento da arte moderna”, lembra). 
            No momento em que seu olhar muda para a atualidade, a história toma novo rumo: “Campinas parece ter esquecido de sua importância. Uma pena.”
 
CONCERTO

                          O projeto Campinas em Apoio ao CCLA ainda será composto de recital. Na próxima sexta-feira, às 20h, o renomado pianista Fernando Lopes apresenta um concerto didático, no auditório do espaço, em homenagem aos 200 anos do compositor Frederic Chopin (1810-1849). 

Além de narrar fragmentos da trajetória do compositor polonês e refletir sobre sua obra, o pianista e professor povoará os ouvidos dos espectadores com estudos, valsas, entre outros, assinados por Chopin. 
Os ingressos estão à venda por R$ 20,00.

Fundado em 1901, centro abriga pinacoteca e museus

                         Fundado em 31 de outubro de 1901 por um grupo de cientistas, artistas e intelectuais, o CCLA é composto atualmente pela Biblioteca César Bierrenbach 

(num total de 120 mil títulos), uma pinacoteca (abriga telas de Lasar Segall, Benecdito Calixto, entre outros), um auditório (conta com a passagem dos atores Procópio Ferreira e Regina Duarte) e dois museus: Campos Sales e CARLOS GOMES. 


                          Neste último, encontra-se o maior acervo a respeito do maestro campineiro, formado por objetos pessoais, como o piano, batuta e harpa de CARLOS GOMES; libretos das óperas, bem como as partituras de suas obras. 
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FRASE DA VEZ:

"A solidariedade converte em direito o que a caridade dá como favor." (José Ingenieros)
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FOTO  MIAU
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