Paisagens deslumbrantes são uma eficiente armadilha para fazer com que os turistas abram suas carteiras. A expectativa de ajudar na conservação da natureza aumenta a generosidade dos visitantes. Com essas iscas, locais de preservação ambiental em vários pontos do Brasil estabeleceram taxas especiais, que deveriam ser revertidas para fins ecológicos.
O problema é que o dinheiro acaba servindo para custear serviços públicos comuns. Um exemplo está no arquipélago de Fernando de Noronha, onde as 60 mil pessoas que viajam para o local todos os anos pagam uma tributação imposta pelo governo pernambucano.
O dinheiro é usado no calçamento das ruas, na coleta de lixo e em despesas com pessoal – serviços que outros impostos deveriam financiar. A partir do próximo ano, o governo federal, que efetivamente cuida da maior parte do território, é que vai cobrar a conta de quem se compraz em mergulhar no mar de poluição zero de Noronha. O privilégio ficará mais caro. O acesso fechado e pago também funciona em Ilhabela (SP) e em Morro de São Paulo (BA). Vários destinos no Brasil planejam fazer o mesmo.
Em Noronha, quem se hospeda por até quatro dias paga taxa diária de R$ 40,40. A tabela varia de acordo com a permanência, mas se o encanto fizer o turista ficar mais tempo do que o previsto, os valores dobram. A quantia apurada na cobrança da taxa de deslumbramento é usada em serviços rotineiros, nada vai para o Parque Nacional Marinho, de atribuição do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
O órgão do Ministério do Meio Ambiente fez licitação e entregou para uma empresa privada a cobrança de ingresso a partir de março de 2012. O custo vai variar de R$ 65 (brasileiros) a R$ 130 (estrangeiros). “Esse custo acaba espantando os turistas, que preferem muitas vezes ir para o Caribe”, protesta Francisco Ferreira da Silva, dono de uma pousada local.
Recebí por e-mail da minha amiga Rogoldoni:
ResponderExcluirMais um capricho da Natureza !