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segunda-feira, 31 de outubro de 2011

O GRANDE MAESTRO


CARLOS GOMES
by Lé Ziggiatti
 TRANSCRIÇÃO
 Na primeira campanha, o ex-prefeito
Hélio de Oliveira Santos

foi enfático na afirmação de
quanto admirava a figura de
Carlos Gomes e o quanto pretendia,
em nome dessa admiração,
fazer pela cultura e pela arte
de Campinas. 
 Abandono do Monumento-Túmulo do Maestro

Falou da sua
intenção de reformar os teatros
deteriorados e até mesmo construir
um novo
para poder perseguir
seu ideal de cultuar a figura
do compositor campineiro.
 Formigueiros tomam conta do Túmulo de CARLOS GOMES

 Antes de tudo, a novela em
que se transformou a hipotética
reforma do Teatro Castro
Mendes merece que se evoque
tudo o que representa esse teatro
para a história da cidade.
Em 1970, reformou-se o Cine
Casablanca para se inaugurar o
Teatro Castro Mendes com a
ópera “Il Guarany” que, naquele
ano comemorava cem anos
da sua apresentação na Itália,
no Teatro SCALA de Milão. 
 Correntes foram roubadas e não mais colocadas

Para
a montagem campineira, o
que contou foi a vontade política
do então prefeito Orestes
Quercia, assessorado pelo entusiasmo
do jovem secretario de
Cultura, prof. José Alexandre
dos Santos Ribeiro.
Foi uma luta de gigantes. Os
testes e ensaios movimentaram,
nesse primeiro momento,
os auditórios do Centro de
Ciências e do Conservatório
Carlos Gomes, onde solistas e
coralistas eram selecionados
pelos maestros Luiz di Tullio,
Orestes Sinatra, que trouxera a
idéia de São Paulo e Oswaldo
Urban. Aproveitava-se elementos
da própria Campinas e descobriam-
se novos talentos do
canto lírico, como Teresa Godoy,
Ceci, Cesar D’Otaviano, Peri
Rodolfo Caniato, o pai. Dom
Antonio e Luiz Mazzalli como
o barítono para Aventureiro. 
 Com os nomes das óperas, desctruídos e com letras faltando...

 Jovens
universitários eram aproveitados
para o coral e o Ballet
de Lina Penteado foi convidado
para viver a dança da aldeia
indígena. Geraldo Jugensen esboçou,
com a facilidade de
sempre, um cenário ousado,
emdois planos,emque o quarto
de Ceci, situava-se no piso
superior, o que facilitou o desmoronamento
do castelo no
ato final. Foi nesse clima de euforia
talvez, que foi lançada a semente
da Associação Brasileira
de Artistas Líricos (Abal), que vive
até hoje, perseguindo o ideal
de transformar Campinas num
Centro de Ópera. Dentro do
mesmo clima, esboça-se o plano
da profissionalização da Orquestra
Sinfônica Municipal.
 A importância histórica do
Teatro Castro Mendes é inegável!
Não dá para, simplesmente,
ignorar a sua origem e partir
para uma nova construção. Ele
firmou sua presença com produções
memoráveis, óperas diversas,
academias de dança,
com ballets de repertório e musicais
incríveis, além de novos
grupos de teatro que ali encontravam
um espaço mágico,
com palco amplo, camarins,
fosso para orquestra e uma
equipe de técnicos que se formaram
ali, na ânsia de crescer
e ajudar.
O destino artístico de Campinas
ganha novo estímulo na
gestão de Lauro Péricles Gonçalves,
com a Orquestra profissional
e municipalizada, com
novos espaços culturais: o Centro
de Convivência, o Teatro de
Arena, a Concha Acústica e o
Planetário no Taquaral. Na gestão
Hélio, fecha-se o Castro
Mendes para reforma até agora.
Emrazão de umapreocupação
eleitoreira obsessiva, distorcendo
os ideais artísticosemfavor
do que é óbvio e fácil à população,
ao ponto de agradá-la
com o que ela já vê e aprova
sem esforço, a cidade se perde,
nos últimos anos, no equívoco
do populismo e se envolve nas
mensagens efêmeras das tendas
a céu aberto, conquistando
um público despreparado para
suas campanhas políticas,
mais preocupadas com eventos,
os famosos eventos que
transformam a cabeça e o bolso
dos seus organizadores. O
Castro Mendes? Ah, continua
fechado! Ameaçado de perder
o seu fosso, cuja importância
ainda não conseguiu ser compreendida
pelos que planejam
a sua extinção, sem nem mesmo
saber para o que é que ele
serve.
Afinal, sem fosso, o Teatro
continuará fechado, mesmo
que consiga abrir as suas portas.
Continuará fechado à música
de Carlos Gomes, operística
na sua essência e portanto, inimaginável
sem um fosso para
colocar a orquestra. Sem fosso,
ainda que se reabra o teatro,
Carlos Gomes continuará do lado
de fora, homenageado comohomem,
mas esquecido comomúsico.
E, mais uma vez, rejeitado
na sua própria terra, Carlos Gomes
será, irremediavelmente,
barrado no baile.

 PLANTANDO...DÁ !

2 comentários:

  1. Como diz meu sábio pai palavras são palavras. O que valem são os atos. Eles falam por si só. Marisilda

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  2. Concordo com seu pai, amiga Marisilda !
    Precisamos fazer de nossas palavras, ações !
    De nada adiantam as palavras, quando elas não vem acompanhadas de atos, são inúteis... vazias.

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