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quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

QUEREMOS O FOSSO JÁ !


A CORRUPÇÃO INVADE ATÉ OS TEATROS !

 O TEATRO QUE MERECEMOS
by Lúcia Teixeira

O secretário municipal de Cultura foi muito infeliz ao dizer que considera uma irresponsabilidade lutar pela manutenção do fosso do Teatro Castro Mendes, pois isso paralisaria a obra dessa infindável reforma (“Polêmica sobre o fosso do Castro Mendes continua”, Correio Popular de 27/11, Caderno C, p.C3). 
 Toda cantilena traz sempre a menção de que o arquiteto e consultor acústico que projetou a eliminação do fosso é um profissional renomado internacionalmente.
Não questionamos isso, pois não nos cabe julgar essa capacitação técnica. Como normalmente arquiteto não usa teatro, entendemos que quem usa deveria ser ouvido sobre suas funcionalidades. 
Pois é, ao que sabemos, ninguém do meio artístico tem sido ouvido sobre isso.
Não é só isso, há cerca de um mês visitamos a obra de reforma do Castro Mendes,
pois, como usuários desse espaço, temos preocupações com as mudanças que vêm sendo implementadas lá.
Duas imensas paredes foram colocadas no palco reduzindo significativamente a boca de cena e limitando ainda mais o espaço de apresentações.
Temos certeza que seus usuários não vão aprovar essas modificações, já criticadas à boca pequena por funcionários antigos do teatro.
Portanto, nossa preocupação é que coisas como essa, mais eliminação do fosso etc., venham trazer muitas limitações ao uso do único arremedo de teatro que temos nesta cidade.
Em agosto de 1965 nós estávamos ensaiando no palco do extinto Teatro CARLOS GOMES quando uma voz inesquecível anunciou tragicamente:
“Meninas, parem o ensaio e saiam todas imediatamente porque o teatro vai
cair”.
 
Era a secretária municipal de Cultura, Jaci Milani, que aparecia para nos “salvar”.
Nessa época nós éramos ainda uma criança e não podíamos perceber a gravidade
do momento e o quanto esse teatro faria falta ao movimento cultural de nossa cidade.
Hoje nós sabemos, como muitos sabem, a falta que esse teatro faz à nossa cidade.
Portanto, lutamos para não perder o pouco que temos, pois promessas de novo teatro já ouvimos muitas, por mais de 45 anos. 
A da vez é que já foi oferecido à Prefeitura o projeto de um teatro novo, de outro renomado arquiteto e que a prefeitura tudo fará para viabilizar sua construção.
De novo, uma simples pergunta: que artistas e produtores culturais foram consultados sobre esse projeto, ou conhecem seus detalhes?
Campinas é uma metrópole, terra de CARLOS GOMES, um ícone da música erudita nacional, seu povo não pode aceitar qualquer teatro. 
Depois de tanto tempo, temos direito a um teatro moderno, com funcionalidades para atender a todas as modalidades artísticas, um verdadeiro centro cultural. Se for para sonhar, vamos sonhar com algo que valha a pena e encha de orgulho nossa cidade, e não qualquer teatro.
Qualquer projeto dessa magnitude tem que contar com consultoria especializada,
de quem realmente entende desse assunto e tem portfólio de obras já realizadas na área. 
Além disso, artistas, produtores culturais e outros usuários devem ser ouvidos
sobre as funcionalidades que esperam ser atendidas. Um projeto construído dessa forma pode a princípio ficar mais caro, mas terá muito mais apoio da sociedade local e chances ampliadas de ser bem-sucedido.

COMENTÁRIO DA DENISE: 

O Campineiro dá tanta importância para o assunto, que a Petição Pública a favor  do fosso do Teatro Castro Mendes - 
 http://www.peticaopublica.com.br/PeticaoListaSignatarios.aspx?pi=P2011N15910 - está contando com apenas 155 assinaturas !
Como era de se esperar, este atual secretário de cultura não entende nada do assunto... então, dele, só se pode esperar palavras vazias, comentários descabidos. Mas também não importa tanto, porque secretários mudam a cada 3 meses aqui em Campinas... amanhã será outro...
O que importa é o que fica... e o que fica é a ausência crônica, para não dizer, amaldiçoada, de um Teatro decente na cidade.
Deixamos demolir o Teatro Municipal CARLOS GOMES, deixamos retirar o fosso do arremedo de teatro - o Castro Mendes.
Deixamos cair aos pedaços o outro arremedo de teatro - o Convivência.
Deixamos a administração pública de Campinas roubar...roubar...roubar.
Deixamos um arquiteto que, ao que tudo indica, não entende nada de teatros, 'reformar' o cinema-que-virou-teatro... 
E os adiamentos ? Por que ? Já rolou tanto dinheiro ! ('tem gato nessa tuba !' como diria meu avô)
O que mais iremos deixar ?
O Campineiro se omite... e quem perde é Campinas !!

Resposta da Ouvidoria da Procuradoria Geral do Estado a minha amiga Marisilda Tescaroli:

Prezada Sra., O Processo nº 5502/2011 (SMA), assim como o Decreto nº 57.515/2011 cuidam apenas da permissão de uso do imóvel do Estado (no caso do Parque Ecológico Monsenhor Emílio José Salim) pelo município de Campinas. A Procuradoria Geral do Estado regularizará a documentação imobiliária da área em questão e depois providenciará a assinatura do termo de permissão. O dito convênio que irá transformar o local em grande ponto turístico de Campinas, com a construção de um teatro, entre outros atrativos, s.m.j., ainda não existe, e se porventura houver repasse de recursos do Estado ao Município para tal fim é importante que toda a população de Campinas fiscalize a aplicação do dinheiro público pela Prefeitura de Campinas. 

Cordialmente,

Ouvidoria Procuradoria Geral do Estado - Sede

BALLERINE 


Um comentário:

  1. Certamente fiscalizar é preciso, não só em Campinas, mas em todos os Municípios, Estados e no ãmbito Federal.
    Mas, fiscalizar, para o povo, está cada vez mais difícil.
    Também conheço o ditado "tem gato na tuba". Em contraponto, digo: "o negócio é botar a boca no trombone" e é certo que você o vem fazendo muito bem.

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