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quinta-feira, 11 de novembro de 2010

BICHO GEOGRÁFICO

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Bicho Geográfico - Caetano Dias
Palácio da Aclamação, Salvador

 Até o dia é 29 de NOVEMBRO

                      Quem entrar hoje no Salão Nobre do Palácio da Aclamação, local que durante 55 anos foi a residência oficial dos governantes do Estado da Bahia, será surpreendido pela presença fantasmagórica de um homem, de uma mulher e de um cão. 

                      Na verdade, estes são os velhos personagens de uma nova versão da história da colonização brasileira que o artista baiano Caetano Dias decidiu contar em três grandes videoprojeções nas paredes do lugar. 

                     Caramuru, o famoso náufrago português persegue a índia Catarina de Paraguaçu, acompanhado de um cachorro, animal doméstico trazido para a América pelos colonizadores. 

                    O ponto de partida para a narrativa imaginária são os cenários desse palácio histórico, que tem seu espaço arquitetônico penetrado por imagens de paisagens como lagos, bananais e ruínas, simbolizando a busca por um paraíso perdido.  

                 “Traço um paralelo entre a migração humana e a figura da larva migrans, que nos invade formando mapas e rastros pelo nosso corpo. Nós fazemos como elas: invadimos a terra, modificando-a, ou somos invadidos por outros povos”, afirma o artista, que realiza um diálogo irônico entre a história da Bahia e a história européia.

                              Mais do que uma viagem histórica, o trabalho é também uma leitura das relações estereotipadas entre natureza e cultura. Catarina Paraguaçu, interpretada pela atriz Amanda Graciolli, não é apenas a índia brasileira, que ao contrair matrimônio com o navegante português Diogo Álvares Correia (Caramuru) forma o primeiro casal católico da colônia, mas também a representação da natureza, da Virgem e, consequentemente, do poder e da terra cobiçados por esse homem invasor. 
                           Na Sala dos Banquetes, também ocupada pela instalação, pode-se perceber o resultado dessa invasão que Caetano Dias realiza no edifício: no chão estão espalhadas batatas-doces ao lado de inúmeras marretas. “As batatas são a terra conquistada e o alimento produzido, mas também uma figuração para as ações provocadas pelo bicho geográfico”, complementa. 
                          Essa exposição é a última de uma série que aconteceu dentro do Projeto Ocupa, que durante o ano de 2010 convidou artistas como Eder Santos, Carlito Carvalhosa e José Rufino a realizarem trabalhos de arte que dialogassem com a arquitetura do antigo palácio baiano.
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FRASE DA VEZ:
 "O que a história conta não passa do longo sonho, do pesadelo espesso e confuso da humanidade." ( Arthur Schopenhauer )
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FLORESCIMENTO
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