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segunda-feira, 8 de novembro de 2010

A ALMA DAS RUAS DE PARIS

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AO FOTÓGRAFO ROBERT DOISNEAU RETRATA  A PARIS DOS PARISIENSES
                               "O fotógrafo francês Robert Doisneau (1912 - 1994) acreditava que algumas pessoas carregavam uma força especial, difícil de captar pela câmera.
"Chama-se aura essa espécie de tubo de neón que acende em torno de certos seres e os isola durante um breve instante", dizia ele.
"É preciso ser rápido para registrá-la, pois ela resiste mal ao movimento."
No caso de Doisneau, pode-se dizer que o campo energético que o envolvia, foi algo ainda mais grandioso.
Era Paris, sua cidade natal, cujo culto ele ajudou a formar - e vice-versa.
Diferentemente de seus contemporâneos Henri Cartier - Bresson e Robert Capa (fundadores da agência Magnum), Doisneau não costumava viajar.




                  Enquanto eles emprestavam o olhar humanista da "escola francesa" para países ainda pouco conhecidos como Japão e Índia, Doisneau se dedicou à exploração de uma Paris em constante transformação.
Em 'Paris Doisneau' - Cosac Naify, 400 páginas, R$110 -, lançado no ano passado na França e que sai agora no Brasil, é possível conhecer os pontos altos de seis décadas de atividade do fotógrafo pelas ruas da cidade.
O livro é dividido em 5 módulos: "Paris por acaso", que abre o volume, traz o trbalho mais célebre de Doisneau, O Beijo de Hôtel de Ville (1950), em que dois amantes se beijam em meio à agitação da rua.



                 Apesar de a imagem ter se tornado gasta de tanto ser impressa em lembranças e cartões de namorados - talvez por isso ganhe pouco destaque na edição - ela ainda diz muito sobre a busca artística de Doisneau.
Para ele, o que importava era o registro do que é essencialmente passageiro, como o instante de um beijo.
"A beleza, para ser comovente, tem que ser efêmera", afirmava ele, em um dos muitos depoimentos que integram o livro.
Esse momento transitório é o ponto de partida para o retrato de variados assuntos.
Crianças atravessando a rua de mãos dadas, pombos sobre estátuas, os passos de bebop dos anos 50 e até um duelo de espada.
                      Em outro capíutulo, 'Paris se Revolta', Doisneau capta a ocupação alemã da cidade, enfocando rostos apreensivos durante alertas aéreos e as barricadas da resistência.
Ao retratar celebridades, Doisneau preferia os gestos cotidianos.
Assim, ele flagra a concentração da escritora Simone de Beauvoir ao escrever em um bistrô, o olhar maravilhado do estilista Yves Saint Laurent durante uma prova de roupa e a risada quase diabólica do cineasta Orson Welles com uma taça na mão.
                      No fim da vida, o tom é nostálgico.
Em 'Paris Concreto', que fecha o livro, Doisneau critica a arquitetura recente, com suas fachadas espelhadas.
"Antes da guerra, havia recantos por toda parte", diz. 
Esses recantos ainda resistem, na arte de Doisneau."

GALERIA DE FOTOS DE DOISNEAU 
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FRASE DA VEZ: 
 "A beleza, para ser comovente, tem que ser efêmera." (Robert Doisneau)
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DANDO UM TEMPINHO
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