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quarta-feira, 15 de setembro de 2010

A ÓPERA VAI PRA ESCOLA


EDUCAÇÃO - ÓPERA VAI À ESCOLA E INSPIRA ALUNOS


"Versão da comédia "La Serva Padrona" é apresentada a crianças em Sumaré:

Fosse uma manhã de sábado qualquer, Júlio César Gonçalves, de 11 anos, estaria na quadra da Escola Estadual Professora Zoraide Kaysel, onde estuda em Sumaré, jogando futebol com os amigos. No último final de semana, porém, o minicraque trocou o hábito pela ópera "A Criada Patroa", versão para o português da famosa comédia "La Serva Padrona"", do italiano Giovanni Battista Pergolesi, escrita no século 18.
“Quero ser cantor. Agora que descobri que ela (a protagonista) começou a preparar a voz aos 10 anos, pensei até em cantar ópera”, disse o garoto.


Desde agosto, o espetáculo do projeto Ópera na Escola, patrocinado pela Pirelli e integrante do Programa Escola da Família, do governo do Estado — que prevê a abertura de unidades da rede estadual aos finais de semana para atividades culturais e esportivas — passou por seis unidades da rede estadual (incluindo Sumaré e Campinas) e, até o fim do mês, será apresentado em outras quatro.


Tal como Júlio, cerca de 300 pessoas, entre crianças e adolescentes, acompanharam fascinados as artimanhas da criada Serpina (interpretada pela soprano Caroline De Comi) e de seu comparsa Vespone (o criado, interpretado por Rodrigo Manzelli) para conquistar o patrão Uberto (Márcio Marangon, baixo), por quem foi criada e se apaixonou. A adaptação da trama, frequentemente encenada em grandes teatros e tomada como introdutória ao público leigo, previu a inserção de termos coloquiais para facilitar a compreensão do enredo, contado em 45 minutos de forma bastante interativa.


“A versão original foi escrita para dois cantores, um ator e uma pequena orquestra, substituída por um piano elétrico para facilitar o transporte. Nossa equipe (composta por dez pessoas) segue em uma van e uma pequena carreta, num esquema mambembe”, conta a diretora de produção Cléia Mangueira. “Nosso objetivo ao levar uma apresentação desse gênero às comunidades carentes é fomentar cultura”, diz a diretora cênica Lívia Sabag.


Antes da apresentação gratuita, os estudantes aprenderam em sala de aula alguns fundamentos do gênero, reforçados pela trupe na hora do espetáculo. Ao final do espetáculo, o experimentado elenco paulistano, acostumado a ser criticado por “habitués” em grandes teatros, foi bombardeado pela plateia seleta vestida de tênis e camiseta, salvo exceções. Alguns meninos vestiram a melhor camisa para a ocasião e Marly Naiara, de 11 anos, usava um belo vestido. “Sabendo que assistiria ópera, caprichei.”


“O mais surpreendente é que os pequenos e os leigos são interessados, silenciosos, diferente de muitos adultos. A criançada faz perguntas sutis, quer aprender”, disse a cantora Caroline De Comi.


“Em casa, eu tenho o DVD do "Fantasma da Ópera", vejo sempre. Mas não imaginava que era tão difícil cantar tão grave ou agudo e atuar ao mesmo tempo. Virei fã”, afirmou Maria de Fátima da Silva, de 12 anos. Camila Medeiros, de 9 anos, achou a apresentação “tão perfeita” que pensou haver dublagem. “Eles cantam mesmo e são bonitos e afinados.”


No próximo final de semana, o projeto passa por escolas estaduais de Barueri e São Paulo (Pirituba) e, no dia 25, chega a Tambaú e Porto Ferreira. (Érica Araium/Da Agência Anhanguera)


GIOVANNI PERGOLESI - O AUTOR

Giovanni Battista Pergolesi (Jesi, 4 de Janeiro de 1710 – Pozzuoli, 16 de Março de 1736) foi um prolífico compositor, violinista e organista italiano do período Barroco, um dos mais importantes compositores da Ópera Buffa.
Pergolesi também escreveu música sacra e deixou uma das mais importantes versões do Stabat Mater(1736).
Vários compositores escreveram arranjos no texto da sequência ordinária do Stabat Mater, mas a versão de Pergolesi é a mais usada de todas.

Pergolesi foi recebeu a encomenda da Confraternità dei Cavalieri di San Luigi di Palazzo (monges da irmandade de San Luigi di Palazzo) para alterar o seu repertório, que antes usava a versão do texto com música de Alessandro Scarlatti.

Nas óperas, Pergolesi começou por escrever "intermezzi" que seriam tocados nos intervalos de óperas sérias em dois atos, e recebeu apoio de amigos, como, por exemplo, Jean-Philippe Rameau. Também escreveu diversas árias italianas ao estilo canzone, de muito bom gosto lírico.

Entre seus trabalhos cômicos e dramáticos incluem-se:

* La conversione e morte di San Guglielmo (1731), sua primeira ópera;
* Lo frate 'nnammorato (O irmão apaixonado, 1732, com um texto Neapolitano )
* La Serva Padrona (A senhorita servente, que estreou no dia 28 de Agosto de 1733).
* L'Olimpiade (31 de Janeiro de 1735)
* Il Flaminio (1735).
* Querelle des Bouffons (a discussão dos comediantes)
* Stabat Mater (1736)
* Sallustia
* Livieta e Traccolo
* Adriano na Síria

Pergolesi publicou um catálago de suas óperas, cuja edição ainda se encontra à venda, hoje em dia. A maior parte de seu trabalho estreou em Nápoles, mas L'Olimpiade estreou em Roma. Os restantes trabalhos foram os mais publicados no século XVIII, e muitos foram usados por outros compositores, que fizeram arranjos sobre temas dele. Até Johann Sebastian Bach usou a base do seu Salmo , Tilge, Höchster, meine Sünden, BWV 1083.
Outros gêneros de composições de Pergolesi incluem sonatas e concertos para violinos.
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FRASE DA VEZ:


"SE O IMPERADOR QUER-ME, QUE ME PAGUE, POIS, SÓ A HONRA DE ESTAR COM ELE NÃO ME ATINGE." (Wolfgang Amadeus Mozart)

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