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quinta-feira, 9 de setembro de 2010

ARTE EM CRISTAL


LAPIDAÇÃO - A ARTE EM CRISTAL



É a arte de talhar o vidro por efeito do desgaste produzido pela fricção por rodas ou mós de esmeril, acionadas actualmente por motores elétricos ligados a máquinas ou engenhos de lapidar.


0 artista que lapida o vidro, deve incluir na sua «bagagem» profissional elevados conhecimentos de desenho geométrico, saber o que é uma faceta sem estar «mordida» ou «martelada», executar qualquer lapidação onde os «inquinamentos» sejam perfeitos, lapidar estrelas de seis, oito, dez, doze, catorze, etc. raios incluindo também as de raios impar, executar qualquer tipo de xadrez, destrinçar um pinhão dum gomo, saber o que é uma palma, etc.


Atualmente as máquinas de lapidar são de alta precisão e muito rotativas e com rodas abrasivas à base de resíduos de diamante, que lhe conferem um alto poder de desgaste rápido e de fácil manuseamento.
Um ótimo, lapidário demora anos a «fazer-se» e mesmo assim muitos não atingem essa craveira.


A arte de lapidar o vidro atualmente a mais utilizada, quer pela indústria vidreira nacional, quer pela mundial.
Cabe aqui dizer que todas as peças que são lapidadas, apresentam uma tonalidade fosca, tendo que ser submetidas à operação de polimento, que é feita por rodas cortiça ou corticite humedecidas com pedra pomes em pó e água, e rematadas com uma passagem por uma roda de feltro ou pano, também humedecida com óxido de ferro ou óxido de cérium com água, que vai conferir ao vidro o seu brilho natural.


Atualmente o método químico de polir o vidro é o mais utilizado pela indústria vidreira, não só pela rapidez com que a peça é polida mas também pela quantidade de peças que pode polir ao mesmo tempo.

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POEMA DO DIA:


AS PALAVRAS
Eugénio de Andrade




São como um cristal,
as palavras.
Algumas, um punhal,
um incêndio.
Outras,
orvalho apenas.

Secretas vêm, cheias de memória.
Inseguras navegam:
barcos ou beijos,
as águas estremecem.

Desamparadas, inocentes,
leves.
Tecidas são de luz
e são a noite.
E mesmo pálidas
verdes paraísos lembram ainda.

Quem as escuta? Quem
as recolhe, assim,
cruéis, desfeitas,
nas suas conchas puras?
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