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quarta-feira, 10 de abril de 2013

UM CEMITÉRIO FELIZ


CEMITÉRIO DE SAPANTA
O Cemitério Feliz é um cemitério na vila de Sapanta, município de Maramureş, Romênia . É famosa por suas lápides coloridas com ingênuas pinturas que descrevem, de forma original e poético, as pessoas que estão enterradas lá, assim como cenas de suas vidas.  


O Cemitério Feliz se tornou um museu ao ar livre e uma atração turística nacional.
A característica incomum deste cemitério é que ele diverge da crença predominante, culturalmente compartilhado nas sociedades europeias - uma crença que vê a morte como algo indelevelmente solene. 


Uma cultura cujos princípios filosóficos, presumivelmente, atestou a imortalidade da alma e a crença de que a morte foi um momento cheio de alegria e expectativa de uma vida melhor.
No célebre "cemitério alegre", de Sapanta, na Romênia, as lápides de madeira são esculpidas com epitáfios graciosos que comemoram os mortos: "Quando eu era jovem na aldeia, gostava de dançar ao som da rabeca. Mas então me casei e minha mulher não me deixou mais dançar"... 


"Venham todos, eu lhes darei conhaque de ameixas, bebam deste copo para esquecer suas dores. Em lugar de enxergar um, enxergarão dois. Quando eu vivia, fazia conhaque forte. Foi assim que parti aos 54 anos". (Epitáfio na cruz de uma mulher dona de destilaria própria). 


Todas as cruzes dos túmulos são pintadas em cores vivas. Há imagens de flores e animais e, mais importante, algum tipo de cena que retrate um episódio importante da vida do morto. 


E uma quintilha é escrita em cada túmulo como comentário humorístico da cena ali pintada. A atmosfera nesse cemitério é tão alegre que você acaba rindo. Não há nada de triste ali. 


Você pensa que todos os mortos ali enterrados são como membros de um mesmo clube, e cada novo enterro é saudado com uma grande acolhida ao clube. No passado, os ancestrais da vila riam quando as pessoas morriam porque achavam que elas finalmente iriam para o lugar merecido. 


E eles ficavam tristes – metaforicamente, é claro – quando uma criança nascia porque o bebê teria que enfrentar todos os problemas da vida. 
Os visitantes passeiam ao lado dos túmulos, apontam para os epitáfios, os lêem em voz alta e riem abertamente. Mas nem mesmo uma família em lágrimas que está levando flores a um túmulo novo se ofende com isso, porque, no Cemitério Alegre de Sapanta, no norte da Romênia, a vida e a morte são comemoradas de maneira igual. 


Centenas de cruzes de madeira decoradas em cores fortes marcam os túmulos de moradores de Sapanta desde que um escultor local deu início à tradição, em 1930. Seu nome era Stan Ion Patras, morto em 1977. Ele esculpiu e pintou sua primeira cruz em 1935, com o rosto do morto reproduzido em cima e um poema abaixo. 
ROMEU E JULIETA

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