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quarta-feira, 8 de setembro de 2010

LAMBANÇA DA SAÚDE


Recebi de um amigo:

From: edmilsonsiq@gmail.com
Subject: O grande equívoco
Date: Fri, 3 Sep 2010 11:32:12 -0300


"Como se sabe, o prefeito de Campinas é médico. E até faz questão de ser chamado de "doutor", o que demonstra a arrogância do próprio. Mas, arrogâncias à parte, o fato é que a rede de saúde municipal que já foi exemplar, hoje se arrasta no lodo da falta de verbas (elas são dirigidas para outras "prioridades"), na incompetência do secretário de Saúde e na definição errada de se construir um enorme hospital e deixar a rede propriamente dita à míngua.

Essa péssima gerência do setor, que prova que um médico não é necessariamente um bom administrador de Saúde pública (no caso, nem de outros setores da cidade, vide o caos do trânsito, os ataques ao meio ambiente e a enorme e criminosa especulação imobiliária da cidade) é revelada por inúmeros fatos onde a lambança com a administração do enorme Hospital Ouro Verde, o maior elefante branco levantado em Campinas nas últimas décadas, mas que deve ter feito a festa de algumas empreiteiras com a devida distribuição de generosidade por aí, é apenas uma delas. O cotidiano está cheio dessas provas. O jornal Todo Dia, que parece praticar um jornalismo sem "compromissos" com o poder, traz hoje uma reportagem sobre um idoso que espera - há 8 anos - uma cirurgia para que lhe retirem pedras no rim. Eu já tive esse treco e a dor é indescritível. É essa dor que a incompetência e o desleixo do governo municipal vem causando, há 8 anos (!!!) a um homem pobre de 75 anos.

Ah, no fim da reportagem há uma declaração da assessoria da Secretaria Municipal de Saúde dizendo, na maior cara de pau, que tudo pode não passar de um "equivoco", pois não há filas para esse procedimento. Eu acho que há realmente um equívoco nesse caso. Um enorme equívoco que começou na eleição de 2004 para prefeito.

Segue a reportagem do Todo Dia.

Ed.
PEDRA NO RIM
Idoso espera há oito anos por cirurgia
Homem de 76 anos passou por três hospitais públicos e ainda não conseguiu agendar procedimento

DANIEL AZEVEDO - CAMPINAS

O idoso Arlindo Evangelista Oliveira, 75, espera há oito anos (seis anos comprovados por documentos) uma cirurgia para retirar duas pedras do seu rim esquerdo na rede pública de saúde de Campinas. O calvário do idoso, que sobrevive com pequenos trabalhos e coletando materiais recicláveis, começou em 2002, quando foram identificadas novas pedras em seu rim por um exame no Mário Gatti. “Já tinha feito uma cirurgia mas acharam duas pedras novas. Disseram que eu tinha que operar”, relatou. Ele permaneceu na fila de espera para a cirurgia no Hospital Mário Gatti cerca de dois anos, quando foi informado que a remoção seria feita no Hospital e Maternidade Celso Pierro, da PUC-Campinas (Pontifícia Universidade Católica de Campinas), onde esperou por mais quatro anos.
Enquanto esperava pelo procedimento no Celso Pierro, chegou a fazer novo exame na Policlínica 2, em 23 de abril de 2004, para comprovar a necessidade da cirurgia para retirada das duas pedras no rim. “Chegou um dia, em 2007, que estava sentindo muita dor e fui para a PUC. Achei o médico, mas ele gritou comigo e falou que tinha muita gente na minha frente”, contou.
Oliveira esperou por mais um ano e meio até que foi ao Complexo Hospitalar Ouro Verde, em 2009. “A última vez que procurei um médico foi no Ouro Verde, mas me disseram depois de um tempo para voltar para a PUC para fazer a cirurgia. Quando chegou o dia era uma consulta na verdade”, disse.
Ele revelou que, além de procurar tratamento pelo SUS (Sistema Único de Saúde), tentou várias técnicas “caseiras” para expulsar a pedra no rim que tanta dor lhe provoca. “Faço chá de quebra pedra, de cabelo de milho com folha de abacate, de picão, de caroço de abacate ralado mas já não adianta mais. Estou cansado e tenho que cuidar da minha esposa”, lamentou.
A Secretaria de Saúde foi procurada e, depois de consultar o número da pasta do paciente no PS (Posto de Saúde) Carvalho de Moura, admitiu tratar-se de um paciente conhecido dos funcionários do local. A assessoria de imprensa informou que ele foi avaliado e encaminhado para especialistas em urologia no ano passado, mas não havia localizado, até o final da tarde de ontem, os registros anteriores. Segundo a assessoria, pode haver algum “equívoco”, pois não há fila na rede pública para este procedimento."
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COMENTÁRIO DA DENISE:

E é preciso ?
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