Dueto - FOSCA / DÉLI - ÓPERA FOSCA
Recital realizado no Clube Naval em 15/08/2009
Sopranos: Eliane Lavigne /Danielle Gregório
Sobre a FOSCA, publica a GAZZETTA MUSICALE DI MILANO, em 2 de novembro de 1890:
“Um sucesso enorme e merecido, pois é um espetáculo verdadeiramente excelente, completo, um dos melhores que já tivemos neste teatro. Os aplausos calorosos à sinfonia continuaram por toda a ópera e, no final, se transformaram em uma grande ovação… Gomes, figura simpática, fisionomia artística, inteligente, esbelto, desenvolto, teve de comparecer uma infinidade de vezes ao proscênio… (L’Italia Del Popolo).
Certamente a Fosca ocupa – até agora – entre as óperas de Gomes, o primeiro lugar como seriedade de intentos e como perfeição de feitura: sua partitura revela um musicista enamorado da arte que ele cultiva com consciência e paixão profunda.
Gomes foi chamado ao proscênio 24 vezes no curso da ópera e 3 depois de descida a cortina.”
CURIOSIDADES DO MES DE CARLOS GOMES
O CORETO ONDE ACONTECEU A FESTA
O jornal GAZZETTA MUSICALE DI MILANO nº 34, de 24 de agosto de 1884, comenta sobre a grande festa em Vila Brasilia:
“Para falar desse pequeno paraíso, como se deveria, seria mister transcrever as belíssimas descrições que dele fez Antonio Ghislanzoni – essa cabeça amena, apuradíssimo talento e sua primeira vítima – com tanta eficácia de intenção, expandindo-lhe a fama por toda parte, atraindo uma falange considerável de artistas de todos os tipos – e feliz do Gomes que aqui botou muito dinheiro na construção de um esplendor de casa de campo.
Assim sucedeu que, por uma concatenação de efeitos devidos a uma única causa, fosse ideada, projetada e realizada uma estupenda festa artística que unia o duplo objetivo do adágio latino – o belo com o útil – agradando os sentidos e beneficiando o Asilo Infantil há pouco fundado no pequeno, elegante e genial grupo de casas que forma o burgo de Maggianico, quase às portas de Lecco.
Não podendo fazer, pela limitação do espaço, a descrição do lugar, falaremos – embora brevemente – do concerto, para o qual uma seleta multidão de pessoas e de nomes se reuniu domingo passado, 17 do corrente, na esplêndida Villa de Carlos Gomes, onde precisamente o concerto teve lugar.
Desde as horas matutinas de domingo, veículos das redondezas e trens ferroviários conduziram a Maggianico um número considerável de visitantes, todos com o único propósito de acorrer ao concerto – à excepcional solenidade artística de beneficência.
O senhor Gomes, para melhor acomodar tanta gente, cobriu com uma enorme tenda a plataforma que dá acesso ao salão, de modo a formar como que um único ambiente onde todos pudessem ouvir e saborear o concerto.
Além de Gomes, anfitrião e alma da festa, vimos Ponchielli com a sua senhora, os cônjuges Appiani, conhecidos pianistas, Dominiceti, que veraneia em Maggianico, Ferdinando Fontana, que desceu de Caprino Bergamasco, Arrigo Boito, o pintor Formis, Cardinale, Cotone, Villani, Varesi – nomes queridos à arte musical – e um deputado, Prinetti.
O concerto, iniciado às 2, terminou às 4,30. O programa foi longo, mas interessantíssimo, e ninguém, com certeza, objetou sobre a demora do tempo empregado.
Quanto à parte cantada, receberam aplausos merecidíssimos Cardinale (tenor), a senhora Ponchielli-Brambilla, a senhora Martinez (soprano), Villani (baixo), Cotone (barítono).
Quanto à parte instrumental, fizeram furor no piano o casal Appiani, como sempre, bravíssimos, eficazes, e o professor Romeo Orsi com o clarinete, que diremos todo seu, tão bem o toca.
A orquestra não foi esquecida; a pequena orquestra de Cappelli, que executou de modo incomparável a Overture de O Guarani e a Dança das Horas, de A Gioconda – brilhante homenagem aos dois gênios musicais e aos dois corações de artista que deram fama à morada de Maggianico.
O concerto, esplendidamente bem-sucedido do lado artístico, o foi também pelo lado material da beneficência: 1.500 liras entraram em caixa, oferecidas por generosos doadores que contribuíram com quanto quiseram, fundando o asilo infantil da risonha cidadezinha.”
FRASE DA VEZ:
ESTATUETA - PRESENTE DE MEU AMIGO GILBERTO CHAVES
“CONFESSO MINHA GRATIDÃO AOS AMIGOS DO PARÁ QUE, AFINAL DE CONTAS, FORAM OS ÚNICOS A DAREM UM EMPREGO QUE CONDIZ COM MEU OFÍCIO, CONFORME O MEU ANTIGO DESEJO." (Antonio CARLOS GOMES)
AS CAMÉLIAS DE VILA BRASILIA
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