Páginas

quarta-feira, 27 de abril de 2011

O FOTÓGRAFO ANTONIO BANDERAS


PELAS LENTES DE BANDERAS


                    Erotismo, morte, religiosidade e violência - esses são os temas das fotos do ator espanhol que serão mostradas no Rio de Janeiro na exposição "Secretos sobre Negro".

                        O pintor espanhol Pablo Picasso era fascinado por touradas. O gênio do cubismo via nesse espetáculo enraizado no inconsciente cultural de seu país muito mais que o sacrifício de um animal: para ele, o espetáculo envolvia um misto de sedução e luta, altamente impregnado de sexualidade e sentido trágico. 
                       O ator Antonio Banderas, 50 anos, que como Picasso nasceu em Málaga, na Andaluzia, também é obcecado pelo universo da tauromaquia e foi justamente esse tema que ele escolheu para a sua primeira exposição fotográfica chamada “Secretos sobre Negro”. 
                           A mostra de 23 imagens em grande formato, com dimensões de 75 cm X 100 cm, será aberta no dia 7 de junho na Caixa Cultural, no Rio de Janeiro. Acompanha uma retrospectiva do cineasta Pedro Almodóvar, com quem o ator voltou a filmar depois de uma pausa de duas décadas: Banderas é o protagonista do filme “La Piel que Habito”, selecionado para a mostra competitiva do Festival de Cannes, que acontece em maio. 
                        O ator confirmou presença na abertura da exposição, que já passou por Nova York, Madri, Moscou e Buenos Aires, e vai leiloar sete imagens com renda revertida a uma instituição filantrópica. Ele chega uma semana antes para lançar o seu perfume The Secret, fabricado pela empresa de cosméticos Jordi, de Barcelona, de quem veio o convite para que fizesse o presente ensaio fotográfico.

INVERSÃO

                         Embora esteja expondo pela primeira vez, o ator não descobriu a fotografia recentemente, impulsionado pelas facilidades das máquinas digitais: ele exercita o seu olhar há bastante tempo e isso fica patente na qualidade de suas imagens. Feitas em estúdio, sempre com fundo negro e com uma luz que remete à teatralidade, as fotos trazem uma forte autoria. 
                               Banderas buscou esse tipo de luz, que transporta as cenas para o universo dos mitos, justamente na sua memória dos tempos de teatro, quando iniciou sua carreira de ator nos palcos de Málaga, nos anos 1970: para fazer um bom espetáculo, bastava um palco, as paredes pretas e um holofote. A técnica do enquadre foi vindo aos poucos, quando a fama o colocou sob o foco de nomes como Helmut Newton e Herb Ritts, fotógrafos que, segundo ele, “convertiam uma sessão de retratos em uma experiência estupenda”. Deles, certamente, Banderas incorporou a fluida sensualidade, marca óbvia de suas imagens.
BRANCA-DE-NEVE
 

Um comentário: