O Teatro Municipal anunciou o nome de seu novo diretor artístico: Abel Rocha. Atual regente residente da Companhia Brasileira de Ópera, o maestro chega para ocupar o lugar deixado por Alex Klein.
Na semana passada, o oboísta gaúcho pediu demissão do cargo, apontando graves problemas na estrutura do Teatro. Uma situação de crise que não deve ser muito diferente daquela com a qual Rocha vai se deparar. “Não tenho tempo de fazer nada errado. O tempo já passou”, diz o maestro, prometendo cautela para lidar com as dificuldades que encontrará. “Já existe muita agitação dentro do Municipal para que eu tome atitudes agressivas.”
Com histórica vocação operística, o Municipal deve encontrar em Rocha um regente lírico mais experiente do que seu antecessor. Mestre em regência de ópera pela Opemschule, da Roberto-Shumann Musikhochschule, da Alemanha, o regente foi o responsável, nos últimos anos, por consistentes montagens da cena nacional. Entre elas, Pélleas et Mélisande, de Claude Debussy, e Erwartung de Arnold Schoenberg, ambas produções do Palácio das Artes, de Belo Horizonte.Além das dezenas de óperas que tem no currículo, também realizou temporadas com a Banda Sinfônica do Estado e atuou como regente residente da Companhia Brasileira de Ópera, criada por John Neschling em 2009.
Outro trunfo com o qual o maestro espera contar é sua experiência em lidar com as limitações do Municipal. Nos anos 90, ele comandou o Coral Paulistano, um dos corpos estáveis da casa, e diz conhecer de perto as restrições da instituição. “O Teatro está no escopo de uma repartição pública e isso tem implicações. Mas é preciso lidar com essas características.”
De acordo com o novo diretor, a intenção é manter boa parte da programação de óperas e concertos já anunciada para este ano. “Tentarei honrar os compromissos que já foram assumidos. O Municipal precisa zelar pela sua credibilidade.”
O CONVÍVIO ENSINA
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