by Léa Zigiatti
Auspiciosa a visita de um governador para dizer que vai nos dar
um teatro. É que estávamos tão cansados... Campinas foi marcada
por uma quantidade enorme de teatros, e agora, no fim, todos
eles perdidos, um deles em constante reforma, ameaçando reabrir,
e outro em situação delicada de perigo e decadência.
Que significa um teatro para uma cidade?
Não é só construir um edifício de linhas modernas, assinado por
um arquiteto de renome.
Está na hora de Campinas pensar, e repensar, o seu, o nosso
teatro.
Qual será o teatro que nós queremos? Será exclusivamente
um teatro de ópera, onde se montariam obras de CARLOS GOMES?
Não é o teatro que sonhamos...
Não poderá ser tão simples assim.
O teatro nosso de cada dia, de uma cidade como Campinas, cansada
e esmagada pela indiferença e pelos desastrosos interesses políticos
que desgastaram e assassinaram os nossos teatros e destruíram nossos
sonhos, acabaram também com a confiança que tínhamos nos
governos que se sucederam em decisões desastrosas na sua política
cultural.
Há alguns anos elegemos um prefeito cujo amor por Campinas e cuja visão
de arte e cultura, nos pareciam impecáveis.
Ele foi assassinado e com isso assassinaram também nossas
esperanças e nossas poucas casas de espetáculos.
Hoje, a cidade se debate, numa crise política sem precedentes,
resta-nos apegarmo-nos ao passado, porque a lama que envolveu
nossos homens públicos, não há de atingir a herança dos artistas e homens
de bem que a cidade produziu e que legitimam a fama cultural e artística
de Campinas.
Este momento é especial e único e precisamos de silêncio para resgatar a
nossa capacidade de pensar, agir e reagir.
Pensar que não será mais possível aceitar soluções de improviso e afobação.
E reagir à tentação de aceitar aos que nos acenam com a facilidade e a rapidez
de um teatro criado no lampejo de uma primeira ideia.
Temos a promessa de um governador disposto a nos dar a mão para a construção de um teatro. Mas, cuidado! Não podemos improvisar um teatro.
Não podemos ceder ao impulso de deslumbrados com a oportunidade,
aceitar a visão unilateral e soberana de uma solução pré-fabricada.
Precisamos pensar juntos.
Unir instituições e universidades, cidadãos que amam a arte e lutam por ela, que contribuam com sua experiência e realizações de muitos anos, para que possam opinar sobre as particularidades que deverão ser prioritárias numa missão dessa
grandeza.
Precisamos ter a humildade de buscar ajuda de técnicos nacionais e internacionais, recorrer aos arquitetos e urbanistas da Unicamp e da PUC, e instituir um concurso para que possa ser escolhido o teatro ideal para
a nossa cidade.
Um concurso nacional, ou mesmo internacional, pautado naquilo que esperamos
para o novo teatro de Campinas.
Que se estude o local em que deverá ser erguido, analisando todos os espaços disponíveis e que ainda são muitos em nossa cidade.
Que não o afastemos totalmente do Centro da cidade, que vem sofrendo um esvaziamento paulatino, alegando segurança e conforto, indo de encontro a
uma filosofia de guetos sistemáticos, como condomínios fechados e shoppings. Não podemos pensar num teatro municipal, visando o interesse pessoal ou comercial de uns poucos.
É preciso que o local em que se fixe o teatro, traga pessoas de todos os
bairros, que esteja em local bem visível e de fácil acessibilidade.
Precisamos lutar unidos e coesos no que queremos. Ele deverá abrigar os corpos estáveis doTeatro, uma Orquestra, um coral, um grupo permanente de ballet
e de dança, além das oficinas e depósitos de cenários e figurinos.
COMENTÁRIO DA DENISE:
A quantidade de teatros perdidos aqui em Campinas, em constante reforma ou em situação de perigo, deve-se a políticos incompetentes e corruptos e aos campineiros que não reagem de fato aos acontecimentos. Chiam, chiam, mas não agem como deveriam.
As intenções dos políticos 'antes' de se elegerem são sempre maravilhosas... o 'depois' é que são elas!
Acho que não devemos ficar em silêncio, não !
Já está mais do que pensado e é mais do que certo, que Campinas não pode aceitar um 'teatro' feito de repente, atendendo aos interesses eleitoreiros.
Não podemos aceitar um teatro qualquer, feito de qualquer maneira e em qualquer lugar, não.
Só acho que campineiro não luta pelo que quer e acredita... parece-me que campineiro se julga superior a qualquer manifestação popular.
É por isso que está esta m.... que estamos vendo.
E agora vem um governador, com uma ideia repentina, no mínimo estranha, e nós, campineiros, vamos acabar por aceitar o que se decidir fazer aqui !
Espero sinceramente que a gente acorde desta letargia cultural, provocada por nossa inércia... por não sairmos às ruas para reivindicar o que Campinas tem direito e merece.
Teatro sim, mas nos nossos moldes !
Campinas é o berço de CARLOS GOMES !
FRASE DO DIA:
"Tentei não fazer nada na vida que pudesse envergonhar a criança que fui." (José Saramago)
Teatro prá Campinas só se o Estado de São Paulo fizer. Não tenho mais esperanças que a Prefeitura de Campinas vá fazer alguma coisa. Não tem dinheiro. Também depois de todas essas denúncias de desvios. Acho que o ano que vem vai ter dinheiro prá merenda escolar das crianças e olha lá.
ResponderExcluirMas a Petição Pública para colocar o fosso no que já temos, está na internet e o s campineiros não estão assinando !
ResponderExcluirCampinas é uam cidade de porte no cenário nacional e merece um Teatro novo. E que as reformas sejam concluídas.
ResponderExcluirRecebi agora, por e-mail, de minha amiga Marisilda Tescaroli:
ResponderExcluir"Tudo bem amiga batalhadora?
Seguinte:
- o Governador quando esteve em Campinas assinou o Decreto nº 57.515 publicado no Diário Oficial Poder Executivo - Seção I São Paulo página 5, pelo qual a Fazenda do Estado permitiu o uso a título precatório e gratuito da área para realização do PROJETO DE REVITALIZAÇÃO DO PARQUE ECOLÓGICO MONSENHOR EMILIO JOSÉ SALIM.
- a permissão de uso será efetivada por meio de TERMO A SER LAVRADO PELA UNIDADE COMPETENTE DA PROCURADORIA GERAL DO ESTADO.
Temos que ficar de olho nesse termo para ver o que vai constar dele e depois cobrar.
Mandei email para a Procuradoria hoje:
Protocolo da Manifestação
Prezado(a) MARISILDA TESCAROLI,
Agradecemos o seu contato e informamos que sua manifestação foi protocolada sob nº 351110 em 21/11/2011.
Sua manifestação será analisada e seu trâmite (ou andamento) poderá ser acompanhado pela internet no link abaixo:
http://www.ouvidoria.sp.gov.br/Acompanhamento.aspx
Atenciosamente,
Ouvidoria Procuradoria Geral do Estado - Sede
Fone: (11) 3372-6405
Essa luta nós temos que ganhar. No termo, tem que constar O NOVO TEATRO e depois ele VAI TER QUE SER CONSTRUÍDO.
abraços.
Marisilda Tĕscàroli