O 'ENCANTADO' TEATRO

TEATRO  QUE VAI MAL DAS PERNAS

A entrega das obras do Teatro Castro Mendes foi novamente adiada. A previsão passou de janeiro para março do ano que vem. A crise política que se instalou em Campinas, com mudanças de prefeitos, fez com que a empresa MVG Engenharia e Construção Ltda. — responsável pela obra — colocasse o pé no freio e desacelerasse o ritmo de trabalho, principalmente após a posse como prefeito do presidente da Câmara, Pedro Serafim (PDT). 

 Durante as duas semanas que ficou no poder, Serafim adotou postura centralizadora e colocou como prioridade de sua gestão o corte de gastos.

Isso causou insegurança à empresa. Há cerca de um mês o prefeito Demétrio Vilagra (PT), antes de ser afastado da Prefeitura pela Câmara dos Vereadores, assumiu com a empresa o compromisso de pagar a dívida de R$ 2 milhões, mantida na gestão do prefeito cassado Hélio de Oliveira Santos (PDT).

Para que as obras fossem concluídas, no acordo intermediado pelo então secretário Paulo Mallmann — exonerado na semana passada — a Prefeitura se comprometeu com o pagamento de R$ 1 milhão (de forma imediata) e mais duas parcelas de R$ 500 mil a serem pagas até fevereiro. O pagamento imediato já foi cumprido, segundo Cláudio Natal Orlandi, engenheiro da Prefeitura.

Segundo o engenheiro da MVG, Paulo Gomes, as obras não foram paralisadas, mas houve a suspensão na contratação de empresas terceirizadas. 

 A MVG não fechou contrato com uma prestadora de serviço que faria o revestimento acústico da plateia por não saber se Serafim honraria o compromisso assumido por Demétrio.

“A gente não sabia se o teatro era uma prioridade de Serafim. Continuamos tocando a obra, mas ficamos inseguros em fechar contratos grandes como esse sem saber se o pagamento seria cumprido.” De acordo com ele, o contrato para serviços de revestimento está orçado em cerca de R$ 1 milhão.

Apesar do imbróglio, Gomes afirma que a expectativa é que não haja novos atrasos na entrega do teatro, o que significa que está mantida a data de entrega para março. De acordo com ele, os serviços estão em fase final e faltam, essencialmente, as iluminações cênicas e da plateia; a finalização elétrica, revestimento acústico e assoalhamento. O teatro Castro Mendes deveria ter ficado pronto em outubro deste ano.

 Uma reunião deverá ser agendada para semana que vem com o prefeito para discutir novamente o assunto. A diretora da Secretaria de Cultura, Paula Ribeiro, disse que o término das obras do teatro é uma das prioridades da gestão de Demétrio. Mas admitiu que nada foi confirmado até agora. “Houve uma ordem expressa para que a obra seja acompanhada de perto. Isso já mostra o interesse  pela obra”, afirmou.

O secretário de Comunicação de Campinas, Otávio Antunes, não se posicionou quanto ao interesse de Demétrio em manter o acordo e quais as condições financeiras para isso após duas semanas afastado do Executivo.

O Teatro Castro Mendes está há quatro anos fechado. O imóvel começou efetivamente a ser reformado há um ano e quatro mês, após elaboração de projetos e prazos de licitação.

 COMENTÁRIO DA DENISE:

Mais uma vez adiou-se a entrega do Castro Mendes.
Parece-me que estes adiamentos estão dando a nós,campineiros preocupados com a cultura da cidade, a oportunidade áurea de exigirmos que se devolva o fosso.
Outros adiamentos virão e, mesmo que um dia este teatro nos seja entregue, continuaremos sem teatro, pois, sem o fosso não teremos nada.
Se quisermos um futuro cultural adequado à terra de Carlos Gomes, teremos que agir agora, ou seremos fadados ao limbo cultural, exatamente como estamos no presente.
Um teatro sem fosso é uma casa sem telhado...inabitável, inútil.

Já estão investigando as obras do teatro e é bem possível que se inicie uma CPI do Castro Mendes, aliás, mais do que em tempo.

Há muita irregularidade por lá, acho que é hora de  querermos o fosso, dá tempo de restaurá-lo, eles não vão conseguir fazer o resto da obra com legalidade tão cedo.

Portanto, estou conclamando os campineiros a agirem rápido em favor do fosso.
Vamos virar este jogo.

 CURIOSO