O PIANO DE GOMES

 A HISTÓRIA DE UM PIANO
by Gustavo Mazzola
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 "(...) um antigo piano de cauda vienense da marca Heitzmann & Sohn K.K. Hul.(...)
(...) o instrumento pertenceu ao próprio Casrlos Gomes e está ali depois de percorrer metade do Brasil.
(...) Mas o piano ficava em Belém...(...)

COMENTÁRIO DA DENISE:

            

               Quero complementar este artigo, dizendo o seguinte: este piano não era de CARLOS GOMES e sim de sua esposa - Adelina Peri - CARLOS GOMES apenas usava-o o tempo todo, pois, gostava muito do instrumento. Nele compôs muitas maravilhas.

O piano que pertenceu a CARLOS GOMES, está na Scuola Civica em Lecco  (onde antes era a casa do maestro - Villa Brasilia) e em minha viagem a Milão, tive a oportunidade de vê-lo e fotografá-lo.

E se CARLOS GOMES tivesse nascido em outro lugar que não o Brasil e que não Campinas, teria voltado para cá e teria sido tratado como um rei até a sua morte.

Infelizmente, nasceu pobre e aqui, onde as pessoas ainda hoje, não aprenderam a valorizar as coisas daqui... só estendem tapete vermelho aos de fora.

CARLOS GOMES não 'caiu na simpatia do governador do estado'... Lauro Sodré admirava o compositor há tempos e só fez colocar em prática todo seu apreço pelo maestro.

Não houve 'gesto humanitário'... houve respeito, reconhecimento e amor.

E também foi nomeado o primeiro diretor do Conservatório de Belém, porque interessava ao estado do Pará, inaugurar um Conservatório de Música, tendo como diretor uma personalidade da importância de CARLOS GOMES.

Ninguém fez favor a ninguém.

Assim como D. Pedro II, também não fez-lhe favor algum, mandando-o para a Itália: ELE fez por merecer a bolsa, pois, foi primeiro lugar e medalha de ouro.

Por ocasião de sua morte, vergonhosamente, Campos Sales enviou um telegrama para o Pará, dizendo que pusessem o corpo de CARLOS GOMES num navio mercante qualquer.

Pois bem, o Pará disse que o corpo jamais sairia de lá , se não fosse com honras de estado.

Diante disso, Campos Sales 'enfiou a viola no saco' e mandou transformar o navio Itaipu num navio de guerra, para ir buscar os restos do maestro.

Campinas chuta com os dois pés seus tesouros, sempre foi assim e parece que não irá mudar nunca !
Uma pena... não vai sair do limbo.

SOL E FOGO