Páginas

sexta-feira, 1 de julho de 2011

FIM DE TARDE

 
O vídeo que segue abaixo mostra uma significativa cena durante um espectáculo em que o maestro Riccardo Muti, em forma de protesto patriótico, pede a colaboração do público na interpretação do 'Coro dos Escravos', de Nabucco.
 Aconteceu e foi um momento inesquecível. Riccardo Muti acabara de reger o célebre coro dos escravos, Va pensiero, do terceiro ato de Nabucco, e o público do Teatro da Ópera de Roma, aplaudia incessantemente e bradava bis! (Cabe lembrar que, para além de sua intrínseca beleza, que é inexcedível,  o VA PENSIERO foi também uma espécie de hino informal dos patriotas do Risorgimento - e daí o enorme apelo emocional que preservou entre os italianos.)  Que faz, então, Ricardo Mutti? Volta-se para a plateia e, depois de recordar o significado patriótico do Va pensiero, pede ao público presente que o cante agora, com a orquestra e o coro do teatro, como manifestação de protesto patriótico contra a ameaça de morte contida nos planejados cortes do orçamento da Cultura.

Va' pensiero... Riccardo Muti speaking about Italian culture, Opera di Roma, 12.03.2011

Va Pensiero

Va', pensiero, sull'ali dorate.
Va', ti posa sui clivi, sui coll,
ove olezzano tepide e molli
l'aure dolci del suolo natal!
Del Giordano le rive saluta,
di Sionne le torri atterrate.
O mia Patria, sì bella e perduta!
O membranza sì cara e fatal!
Arpa d'or dei fatidici vati,
perché muta dal salice pendi?
Le memorie del petto riaccendi,
ci favella del tempo che fu!
O simile di Solima ai fati,
traggi un suono di crudo lamento;
o t'ispiri il Signore un concento
che ne infonda al patire virtù
che ne infonda al patire virtù
al patire virtù!

VÁ, PENSAMENTO

Vá, pensamento, sobre as asas douradas
Vá, e pousa sobre as encostas e as colinas
Onde os ares são tépidos e macios
Com a doce fragrância do solo natal!
Saúda as margens do jordão
E as torres abatidas do sião.
Oh, minha pátria tão bela e perdida!
Oh lembrança tão cara e fatal!
Harpa dourada de desígnios fatídicos,
Porque você chora a ausência da terra querida?
Reacende a memória no nosso peito,
Fale-nos do tempo que passou!
Lembra-nos o destino de jerusalém.
Traga-nos um ar de lamentação triste,
Ou o que o senhor te inspire harmonias
Que nos infundam a força para suportar o sofrimento.

ENTRE AS FLORES DO CAMPO

Um comentário: