É conhecida e bem documentada a habilidade de certos animais para entender os sinais emitidos por indivíduos de sua e de outras espécies. Mas esta aptidão sempre pareceu restrita aos animais que vivem em grupo. Um novo estudo relata agora que também as espécies de hábitos solitários se valem da estratégia para sua própria proteção.
Uma pesquisa realizada pela Universidade Southern Maine e Northwest State Community College, nos Estados Unidos, mostra que pequenos esquilos podem responder a alertas de marmotas e vice-versa. Ambas as espécies de roedores (Tamias striatus e Marmota monax) têm muitos inimigos em comum – águias, gaviões e raposas, entre outros predadores – e, ao contrário do que sugerem os desenhos animados, são animais pouco sociáveis.
Os pesquisadores gravaram sons de alerta de cada espécie em uma reserva natural no estado de Maine. Depois, reproduziram o que havia sido registrado para observar a reação de diferentes animais das duas espécies estudadas. A equipe descobriu que marmotas tendem a não dar ouvidos a esquilos, mas esquilos levam marmotas a sério.
A explicação para as distintas respostas parece não ter fundamento no teor do chamado, mas sim no tamanho dos animais: marmotas parecem ignorar alertas de pequenos esquilos porque nem sempre a ameaça é compartilhada. Isso acontece porque marmotas são maiores e têm mais chances de escapar. Além disso, esquilos tendem a apresentar um comportamento mais "histérico". Isso condiciona a marmota a tomar atitudes apenas quando o chamado é realmente excepcional.
O trabalho ainda mostrou que marmotas e esquilos conseguem se comunicar frente a ameaças comuns, mas são incapazes de compreender o diálogo de outros animais com diferentes predadores. Os roedores não responderam aos sinais de corvos e aves menores, por exemplo.
SINOS PERFUMADOS
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