Livro defende mudança na escala geológica para inclusão da 'idade do homem'
Nova época, batizada Antropoceno, marcaria a interferência humana no clima, a acidificação dos oceanos, a erosão dos solos e a ameaça à biodiversidade
Segundo os teóricos, o começo do Antropoceno se deu há pouco mais de 200 anos, com a invenção da máquina a vapor.
A presença do homem no planeta é ínfima em termos geológicos, mas sua interferência no clima e no equilíbrio natural é gigantesca. Por isso, o período em que vivemos deveria ser considerado uma era geológica à parte: o "Antropoceno". Essa é a ideia central do novo livro Voyage dans l'Anthropocène, do glaciólogo francês Claude Lorius, pioneiro dos estudos sobre o clima.
Escrito em parceria com o jornalista Laurent Carpentier, a obra fundamenta o 'Antropoceno' - uma nova época geológica do Quaternário, consecutiva ao Holoceno (que começou há 11.500 anos). O termo foi cunhado no ano 2000 por Paul Crutzen, geoquímico holandês e vencedor do prêmio Nobel de Química de 1995, para distinguir uma época marcado pela interferência do homem no clima, a acidificação dos oceanos, a erosão dos solos e a ameaça à biodiversidade.
Escrito em parceria com o jornalista Laurent Carpentier, a obra fundamenta o 'Antropoceno' - uma nova época geológica do Quaternário, consecutiva ao Holoceno (que começou há 11.500 anos). O termo foi cunhado no ano 2000 por Paul Crutzen, geoquímico holandês e vencedor do prêmio Nobel de Química de 1995, para distinguir uma época marcado pela interferência do homem no clima, a acidificação dos oceanos, a erosão dos solos e a ameaça à biodiversidade.
O tema é controverso, mas grande parte dos teóricos concorda que o início do Antropoceno deva ser fixado 200 anos atrás, com o surgimento da máquina a vapor.
A partir desta invenção, o homem acelerou as emissões de CO2 e 'desregulou a máquina do mundo', afirma Lorius. "O homem é um agente determinante da vida sobre a Terra", explica o especialista de 78 anos que, em 2008, recebeu o prêmio Blue Planet em reconhecimento às pesquisas que desenvolve.
O autor acredita que o Antropoceno poderá ser acrescentado oficialmente à tabela das eras geológicas no 34º Congresso Internacional de Geologia que será realizado de 5 a 10 de agosto de 2012 em Brisbane, Austrália. "Para nós, no entanto, esta nova era já é uma realidade", acrescenta o especialista em geleiras, que contribui desde os anos 50 para o estudo da evolução do clima mediante a análise das bolhas de ar presas no gelo há milênios.
Mais de 50 anos depois, o cientista admite, no entanto, que se sente pessimista quanto ao modo que a humanidade está se organizando. "Os cientistas conseguem mostrar que o planeta é uno e indivisível, que só há uma atmosfera, um oceano, mas não conseguem mostrar para as pessoas que é de interesse comum preservar o planeta", assinala. "Reunir interlocutores com interesses tão diversos não é uma questão de ciência e sim de educação e filosofia", conclui Lorius.
A partir desta invenção, o homem acelerou as emissões de CO2 e 'desregulou a máquina do mundo', afirma Lorius. "O homem é um agente determinante da vida sobre a Terra", explica o especialista de 78 anos que, em 2008, recebeu o prêmio Blue Planet em reconhecimento às pesquisas que desenvolve.
MUDANÇAS
Se a idade do planeta fosse comparada à duração de um ano, os seres humanos teriam surgido apenas no dia 31 de dezembro às 23h37. A máquina a vapor teria sido inventado faltando pouco mais de um segundo para o réveillon. "Se existe um indicador da atividade humana, esse é o gás carbônico. Se queimamos uma floresta, fazemos uma fábrica funcionar, dirigimos um carro, tudo isso é CO2", afirma Lorius.O autor acredita que o Antropoceno poderá ser acrescentado oficialmente à tabela das eras geológicas no 34º Congresso Internacional de Geologia que será realizado de 5 a 10 de agosto de 2012 em Brisbane, Austrália. "Para nós, no entanto, esta nova era já é uma realidade", acrescenta o especialista em geleiras, que contribui desde os anos 50 para o estudo da evolução do clima mediante a análise das bolhas de ar presas no gelo há milênios.
PESQUISA
Lorius foi um dos primeiros a vincular o aumento das temperaturas e a crescente concentração de CO2. "Tivemos uma sorte extraordinária. A Antártica era o melhor lugar para se dar conta de que havia um problema global com o clima", explica.Mais de 50 anos depois, o cientista admite, no entanto, que se sente pessimista quanto ao modo que a humanidade está se organizando. "Os cientistas conseguem mostrar que o planeta é uno e indivisível, que só há uma atmosfera, um oceano, mas não conseguem mostrar para as pessoas que é de interesse comum preservar o planeta", assinala. "Reunir interlocutores com interesses tão diversos não é uma questão de ciência e sim de educação e filosofia", conclui Lorius.
OOOPS ! ISSO AFOGA !...
Parece-me procedente!
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