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segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

MATERIAL ESCOLAR PODE ENSINAR


Lição em casa para as crianças

Como fazer da hora de comprar material escolar uma ótima oportunidade de passar para as crianças as primeiras noções sobre consumo consciente e preservação ambiental

“Educação não é responsabilidade apenas da escola.” Inquestionável, essa ideia encontra uma boa oportunidade para ser colocada em prática no momento da compra do material escolar. Se a ideia é formar futuros adultos preocupados com a sobrevida do planeta, cada lápis, caderno ou livro pode virar um aliado poderoso para passar aos filhos as primeiras noções sobre sustentabilidade.
                      Muitos pais acreditam que atingem esse objetivo simplesmente ao recorrer aos cadernos de papel reciclado e às tintas atóxicas. É pouco. De acordo com o diretor-presidente do Instituto Akatu, Hélio Mattar, o que está realmente em jogo é a escolha entre o durável e o descartável. Ou seja, o problema não é apenas se determinado produto é tóxico, reciclado ou feito de plástico. “A grande questão é que estamos com os aterros sanitários lotados. Precisamos parar de jogar tanta coisa fora e investir em produtos que durem mais”, diz. 
                       E se o ambiente não for levado em consideração, crianças e adolescentes em fase escolar geram uma quantidade monumental de lixo. Se a cada nova série todo o material do ano anterior for descartado, os pais terão de comprar nada menos que 160 livros, 80 cadernos, 15 mochilas e oito caixas de lápis de cor durante a passagem de um filho do maternal ao terceiro ano do ensino médio.
Para evitar essa montanha de material descartado, uma tática é fazer um levantamento dos itens que se tem em casa antes de sair às compras, uma vez que muitos materiais podem ser reaproveitados. 

                    Essa prática já é comum na casa da vendedora Lilian e dos filhos Rafael e Sabrina, de 2 e 8 anos. “Presto atenção na lista de materiais do começo do ano e reaproveito muitos materiais que quase não foram gastos no ano anterior, como estojo, tintas, pincéis e outros”, conta Lilian.
Concluída a lista do que pode ser reaproveitado, não tem jeito: é preciso comprar material novo. Na hora de adquirir cadernos e maços de papel, a preferência deve ser por produtos com o selo FSC (atestado pelo Conselho Brasileiro de Manejo Florestal), uma certificação de que a madeira usada veio de áreas de replantio.

                         Essa opção é melhor que o papel reciclado, que pode conter apenas uma porcentagem de material reaproveitado e, ainda por cima, ser mais caro. “O mercado está mais exigente em relação ao impacto ambiental e muita gente está disposta a pagar mais por isso”, constata André de Marco, gerente de produtos da Suzano Papel e Celulose. Outras dicas de material sustentável vão do apontador de metal à calculadora movida a energia solar .
                      Mas há uma situação em que mesmo os pais mais ecologicamente engajados penam. É a hora em que a criança exige a mochila com aquele personagem de desenho animado. Afinal, todo mundo vai estar com uma pendurada nas costas. “Essa é uma das questões mais difíceis de lidar com os filhos, pois o consumo também é usado como forma de se sentir parte de um grupo. Pode-se até comprar, mas os pais devem explicar que é uma exceção e não acontecerá sempre”, afirma Hélio Mattar, do Instituto Akatu.
Na casa da artista plástica Adriana, o diálogo foi a estratégia escolhida para decidir o que será comprado a cada ano para o filho Tiago, de 8 anos. “Desde pequeno, explicamos para ele os problemas do planeta. Agora, aos 8 anos, ele já entende que é melhor usar a mochila do ano passado em vez de comprar uma nova”, conta. Esse é o tipo de lição que se torna muito mais eficiente quando recebida em casa.

 FRASE DO DIA:
 "O que é ensinado em escolas e universidades não representa educação, mas são meios para obtê-la." (Ralph Waldo Emerson)
ERRO DE CÁLCULO


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