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quinta-feira, 5 de agosto de 2010

MATURIDADE







QUASE LÁ !
Juliana Ramires




Pois é... estou quase lá...
Decidi então ir em busca de informações que me ajudassem a começar a entender melhor a tal “Terceira Idade”... ou... “Melhor Idade” como querem alguns!

A primeira informação é de que ela começa aos 60 anos.

Será?

Procurando mais um pouco encontrei uma pesquisa realizada sobre esse assunto, cujo resultado foi bem interessante, principalmente vindo de jovens.



47% de entrevistados acha que a Terceira Idade começa entre sessenta e setenta anos.
23% acreditam que ela começa antes mesmo dos 50 anos.
2% acreditam que ela só começa aos oitenta anos.



Eu, particularmente, acho que há controvérsias, pois o meu plano de saúde triplicou o valor da mensalidade quando eu completei 58 anos... então...

Descobri também que algumas pessoas acham que Terceira Idade é a idade em que se começa a ficar “caduco”!
E que “caduco” é aquele que começa a despertar manias antigas e outras novas, não fala mais “coisa-com-coisa”, começa também a ficar ranzinza e chato.



Sinceramente, acho que ao longo da vida e em diferentes fases a gente faz tudo isso... e o tempo todo.
Manifestamos nossas manias, criamos novas, no sufoco não falamos coisa-com-coisa, mesmo jovens temos atitudes bem ranzinzas em certas situações e muitas vezes somos bem chatos!
Quem já não fez tudo isso... que atire a primeira pedra!

Diz a “Wikipédia”, que a Terceira Idade varia conforme a cultura e desenvolvimento da sociedade em que se vive.
Em países classificados “em desenvolvimento” como o Brasil, por exemplo, uma pessoa é considerada de Terceira Idade a partir dos 60 anos.
Mas vejam só...para a Geriatria, somente após alcançar 75 anos a pessoa é considerada de Terceira Idade.
Achei consolador!
Um dado é certo: com a chegada da terceira idade, alguns problemas de saúde passam a ser mais frequentes.
Aqui eu assino embaixo.



Principalmente para nós mulheres quando mergulhamos de cabeça na menopausa!
Mas, ainda segundo a “Wikipédia”, não existe um consenso com relação à fronteira que limita a fase pré e pós-velhice, nem tão pouco, quais são os indícios mais comuns da chegada nesta fase.
Ela chega... e pronto!
Seja pela idade, que pode ser qualquer uma... seja pelas manias, e aí, se você for mais jovem começa a ficar preocupado.
Mas em algum momento da vida você vai dizer: “acho que estou ficando velho”...
Por tudo que li, entendi que o “bem envelhecer” depende do equilíbrio entre as minhas limitações e potencialidades, que afinal, nunca deixarão de existir.
Por isso tenho que aproveitar cada minuto... cada chance que a vida me dá.
Percebo claramente que desenvolver uma flexibilidade comigo mesma e com a sociedade para me adaptar nessa fase da vida, assim como fiz em todas as outras é básico para ser feliz.



Me lembro muito bem como foi sofrido o adolescer.
A gente cresce ouvindo e acreditando que ao avançar a idade não há muito que fazer.
Que todo o investimento pessoal que se podia fazer já foi feito, principalmente entre a juventude e a fase adulta, e que depois, é só colher os frutos deste trabalho.
A velhice é vista como uma fase sem saída e sem futuro.
Discordo... veementemente!
E infelizmente constato que uma parte da sociedade não vê sentido em cuidar dos problemas existenciais do idoso porque acreditam que não há mais o que construir.
Terapia com idosos, por exemplo, é vista como perda de tempo... de que vai adiantar? Só vai surtir efeito em gente mais jovem... com cabeça boa e um futuro pela frente!
Discordo também... veementemente!



Mas isso também acontece porque alguns idosos acreditam que por terem vivido uma longa e muitas vezes difícil história de vida, não podem mudar o rumo de sua vida, o modo de pensar ou agir.
Deixam-se levar pelo cansaço, e a gente até entende... muitas vezes a vida não foi mesmo nada fácil... melhor deixar como está.
Eles não entendem que, no caso da terapia, por exemplo, o objetivo não é mudar o jeito do idoso, mas sim dar a ele o acolhimento, o respeito e a compreensão.
O objetivo maior é fazer com que ele aceite o seu jeito de ser, e descubra maneiras diferentes de viver essa nova fase.
Por isso entendi que compreender (primeiro) e depois aceitar é o caminho.
Essa é a mudança tão necessária.



Aceitar a idade, as limitações e não se prender ao que deixou de ser feito, mas o que ainda poderá ser feito é a grande magia.
Entendi que não posso deixar de pensar na riqueza da minha experiência adquirida com esforço através dos meus anos vividos.
Isso é algo que nenhuma força do mundo poderá me tirar.
E me lembrar sempre que essa riqueza de experiência pode minar ou até acabar se eu me colocar num estado de inércia que fatalmente me levará para o tédio e uma profunda solidão.



Por isso tudo... vou à luta... quero ser uma idosa legal... que se ama e ama a vida!
E ainda deixo um recadinho carinhoso pra você que ainda é muito jovem:
Sorria, chore, desabafe, curta as coisas boas, alimente-se com elas, jogue para o ar o que é ruim.
Mas principalmente... ame a si mesma.
Só assim você vai conseguir amar o outro.
Lembre-se de que não estamos sozinhos.
A estrada nunca está vazia.

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CINQUENTA E TAL
Rosângela Goldoni

(minha amiga poeta !)



Eu estou chegando lá...
E percebo as mudanças.
Até hoje a idade nunca foi peso,
mas venho me perguntando ultimamente:
o que sentirei quando fizer sessenta?
Bem, de terapia não tenho medo,
não é segredo!
Se vou mudar?
Não creio: nenhum receio.
Hoje levei um tombo:
ralei o joelho ... senti medo!
E entendi que é preciso cautela,
não é balela!
Mas não abro mão do salto,
do creme que engana,
até mesmo da dança.
O sinal é um alerta,
é preciso ficar mais esperta,
desacelerar:
não dá mais para adiar!
Mas Terceira Idade
já é forte pra mim ...
soa ruim!

Pretendo lá chegar,
Me entregar?
Vou aguardar!!!!
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COMENTÁRIO DA DENISE:



Acredito que esta seja a hora, para quem ainda não viveu, viver intensamente.
Deixamos de ser crianças, mas aprendemos a nos divertir com quase nada: uma flor, um passarinho, uma folha que cai engraçada no chão, alguns formatos de nuvens, o vento assoviando, as gracinhas de um neto... e a gente morre de rir.

Deixamos de ser adolescentes, mas aprendemos a flertar com a vida.
O corpo já não é mais o mesmo ? Mas, por outro lado, a cabeça está a mil !
Felizmente, foi-se o tempo da vovó de Bilac, que está velhinha e desiludida pelos desenganos da vida !
Xô, tristeza !
Hoje somos mais nós...aprendemos a dar um pontapé nos dissabores e vamos à luta.
É claro que, às vezes, acordamos devagar, sentindo uma dorzinha ali, outra aqui, o coração apertado... mas logo vamos caminhar, "ginasticar" e pronto... novas em folha.

Ranzinza ? Conheço muito jovem ranzinza.
O tempo é implacável e brigar com ele é pura burrice ! Porisso, é preciso encarar de frente as mudanças desagradáveis e viver a vida de maneira inteira, intensa, sabendo das limitações que agora se apresentam, mas pegando pela mão nossa experiência, grande ou pequena, não importa... e cair na vida de cabeça e coração, pois,só não corre riscos, quem já morreu.
Esta é a única maneira de envelhecermos com bom humor, por sabermos envelhecer com alegria, dignidade e prazer.

Afinal, as tristezas não devem durar muito... não podemos querer fazer a chuva deixar de cair, apenas nos lamentando, embora eu, particularmente, adore tomar chuva. Também não podemos fazer o tempo parar, só porque queremos.
Não somos donos da vida, apenas a tomamos por empréstimo, não é mesmo ?
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FRASE DO DIA:




"A VERDADEIRA MATURIDADE É ATINGIR A SERIEDADE DE UMA CRIANÇA BRINCANDO." (Søren Kierkegaard)
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2 comentários:

  1. Um texto bastante pertinente.
    Obrigada pela publicação da poesia.
    Rogoldoni

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  2. Oi, Rô !

    Sempre que puder, mande-me suas lindas poesias, gosto muito delas.
    Agora já "aprendi" a responder, você viu ? rsrs...

    Beijo, amiga !

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