quarta-feira, 15 de dezembro de 2010
ESSES ETERNOS DEUSES...
ESSES ETERNOS DEUSES
Mário Quintana
Os deuses não sabem apanhar o momento esvoaçante como quem aprisiona um besouro na mão...
Não sabem o contato delicioso, inquietante do que só uma vaz ! - os dedos reterão...
Em sua pobre eternidade,
os deuses desconhecem
o preço único do instante...
E esse despertar, ainda palpitante, de quem cortasse em meio, um sonho vão.
No entanto, a vida não é sonho... Não:
aberta numa flor ou na polpa de fruto.
A vida aí está, eterna:
Nossa mão é que dispõe apenas de um minuto.
E todos os encontros são adeuses...
Como riem,
meu pobre amor...
Como riem de nós,
(esses eternos deuses !)
CRIATURA ALADA
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