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domingo, 1 de setembro de 2013

COMEÇA O MES DE CARLOS GOMES !






SOBRE A GRANDE OBRA DE GOMES



CRÍTICA SOBRE "COLOMBO":
Na partitura, dedicou COLOMBO ao povo americano. É uma obra amadurecida; para Salvador Ruberti, é a criação mais perfeita “pelo equilíbrio de todas as partes, pela correspondência exata entre a expressão lírica e o complexo sinfônico, pela riqueza da paleta instrumental, pela intensidade dramática, pelo ímpeto e arremesso emotivos. Em suma: nada de supérfluo e, também, nenhuma lacuna a preencher.”
 

Salvatore Ruberti escreve sobre COLOMBO, na REVISTA BRASILEIRA DE MÚSICA, vol. III, p.308:
“O poema symphonico-vocal Colombo, de Carlos Gomes, é, a meu ver, a criação mais perfeita que o genial artista brasileiro tenha dado ao mundo musical. Perfeita pelo equilíbrio em todas as partes, pela correspondência exacta entre a expressão lyrica e o complexo symphonico, pela riqueza da paleta instrumental, pela intensidade dramática, pelo ímpeto e arremesso emotivos.”

 IL TEATRO ILLUSTRADO DI MILANO, de março de1891:

 “Mas o acontecimento de maior importância foi Condor, obra escrita a pedido e recentemente para o Scala, do ilustre maestro brasileiro Carlos Gomes, que encontrou ainda entre nós as vivas simpatias de outros tempos.”

“(…) o genial, simpático maestro Gomes alcançou um de seus mais sinceros triunfos (puro…) e eu senti voltar-se as mesmas impressões de 1873 ainda mais vivas; vi sobre a cena aquela mesma cabeça característica do maestro brasileiro, somente a cor daqueles cabelos foi alterada; a alma do artista não. Pelo contrário, parece agora mais jovem, mais vigorosa do que então!”



Comenta  IL SECOLO 22 de fevereiro de 1891:

 “O Gomes do Condor já não lembra o Gomes de suas óperas anteriores. Ele suavizou-se, modernizando-se (…)
(…) É um dever registrar que após o prelúdio e toda a primeira cena de caráter alegre, conduzida com mão de mestre, assim como o primeiro dueto entre Condor e Odaléa, há profusão de excelentes trechos.
O primeiro trecho finaliza com o canto da visão do Condor e é o ato mais finamente elaborado de toda a ópera (…)

(…) Nenhum compositor ousaria hoje em dia se furtar ao hábito de começar o último ato de uma ópera sem um prelúdio e Gomes foi realmente inspirado escrevendo o que precede o terceiro ato do Condor; é uma página suave, apaixonada, de primorosa elegância instrumental que prepara com mão de mestre as peripécias que finalizam a ópera. O mesmo direi do monólogo do soprano, de profunda expressão dramática cujo motivo principal é repetido pelos violinos readquirindo novo prestígio, quando cantado pela voz humana. Muito original a ballata interior do pagem. O final é de grande efeito dramático e demonstra toda e experiência cênica do Maestro Gomes.

A ópera foi montada com muito gosto; cenários belíssimos e maravilhosa indumentária… raras vezes a fusão entre os elementos vocais e instrumentais alcançou tal perfeição… e com que alma entusiástica foi cantada a música de Gomes!”

Crítica sobre "CONDOR":


O LA PERSEVERANZA do dia seguinte, assinalava:
 “Não há o que dizer! O Scala, ontem à noite, dava razão ao honorífico título que lhe vem há tempo sendo consignado: o de primeiro teatro do mundo. O aspecto da ampla sala, tornado solene não só pela quantidade extraordinária mas, pela qualidade do público, no qual se notavam, além de outros astros maiores e menores do Olimpo milanês, os sempre presentes a qualquer première, as falanges incalculáveis constituintes do mundo musical, literário, jornalístico, era por si só o mais esplêndido dos espetáculos; tal de deixar inesquecível impressão em quem tivesse pela primeira vez posto o pé neste artístico santuário.”

A FRUSTRA TEATRALE confirma a simpatia que CARLOS GOMES goza ainda na Itália, pela primeira apresentação de CONDOR:
   
“Sábado reuniu-se no nosso teatro máximo toda a Milão artística, e o aspecto do teatro, sem dúvida, era imponente: fazia recordar as noitadas memoráveis dos primeiros espetáculos de certa época. Nos palcos e na plateia, circulava uma corrente de simpatia pelo ilustre maestro e venerando autor da ópera, e uma certa segurança sobre o mérito desta, o que demonstra claramente quanta estima o público tem pelo talento do artista quanto afeto pelo homem, que com as suas virtudes soube conquistar um país onde é estrangeiro.”

CURIOSIDADES SOBRE O MES DE CARLOS GOMES:
 
CARLOS GOMES escreve ao amigo Tornaghi:

“Maggianico, 25 de julho de 1884

Caro Tornaghi

Peço-lhe que me diga, com a possível presteza, o preço de venda das seguintes óperas para o teatro de Pernambuco, Orquestra média:

Ernani
Força do Destino
Aída
Baile de Máscaras
Barbeiro
Norma
Rigoletto
Salvador Rosa

Partes da orquestra para o referido teatro, que é como o nosso Carcano.

Partes cantantes.
30 Coros de ambos os sexos.

Nada de partitura de orquestra.

Tendo eu que dar uma resposta solícita a Pernambuco, estou certo de que me dará uma pronta resposta.

Sempre seu afetuoso

Gomes

P. S.: Cordiais saudações a todos em casa.”


(Casa Editora G. Ricordi, Milão)
 

As óperas Ernani, A Força do Destino, Aída, Um Baile de Máscaras e Rigoletto são de Verdi; Norma, de Vincenzo Bellini; O Barbeiro de Sevilha, de Gioachino Rossini.

Os preços das peças referidas na carta são em liras: Salvador Rosa - 1.500; Ernani - 500; A Força do Destino - 500; Aída - 1.500, Um Baile de Máscaras - 600; O Barbeiro de Sevilha - 500; Norma - 500 e Rigoletto - 600.


FRASE DO MAESTRO:



 Dizia sempre CARLOS GOMES, referindo-se ao irmão querido, Sant'Anna Gomes:

“GRAÇAS A ESSE IRMÃO VIAJO A LISBOA COM AS 360 LIBRAS QUE DE BOM GRADO ME EMPRESTOU." (Antonio CARLOS GOMES)

 Fonte: Meu livro "OLHOS DE ÁGUIA - ANTONIO CARLOS GOMES - A TRAJETÓRIA DE UM GÊNIO" - a ser publicado.














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