QUANDO ME PERGUNTAM
QUANDO ME PERGUNTAM
Mário Quintana
Quando me perguntam por que não aderi a essa história de "estória",
respondo (e não evasivamente) que é simplesmente porque, para mim, tudo é
verdade mesmo. Acredito em tudo. Acreditar no que se lê é a única
justificativa do que está escrito. Ai do autor que não der essa
impressão de verdade! Que é uma história? É um fato - real ou imaginário
- narrado por alguém. O contador de histórias não é um contador de
lorotas. Ou, para bem frisar a diferença, o contador de histórias não é
um contador de estórias.
E depois, por que hei de escrever "estória"
se eu nunca pronunciei a palavra desse modo? Não sou tão analfabeto
assim. Parece incrível que talvez a única sugestão infeliz do mestre
João Ribeiro tenha pegado por isso mesmo... Também um dia parece que Eça
de Queirós se distraiu e o Conselheiro Acácio, por vingança, lhe soprou
esta frase pomposa: "Sobre a nudez forte da verdade, o manto diáfano da
fantasia." Tanto bastou para que lhe erguessem um monumento, com a citada frase perpetuada em bronze! Pobre Eça...
O mundo é assim.
Excelente crônica (?). Mário Quintana é sempre essa delicadeza ao colocar suas ideias. Liliana
ResponderExcluirQuintana, em sua simplicidade, é completo.
ResponderExcluirAssim a vida do Maestro Carlos Gomes é parte da História do Brasil.
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