Páginas

quinta-feira, 11 de julho de 2013

FALANDO MUITO MAL !


 USANDO MAL NOSSA LÍNGUA
 (desconheço o autor)


Andamos falando demais e mal. Usamos frivolamente termos perigosos e abusamos das palavras de respeito; a chamada língua-mãe está demais rebaixada, e olha que nunca fui purista, pois sou apaixonada por palavras.
Exageramos nos clichês e nos rótulos, geralmente burros e pobres, embora às vezes necessários – como tantas coisas pobres e burras que é preciso suportar neste mundo.
Usar o termo “elites”, por exemplo, requer muito cuidado. É temerário empregá-lo como se falássemos de uma entidade abstrata, bicho-papão para assustar – não criancinhas, mas os desavisados. Usamos a palavra sem sequer definir direito. O conceito “elite” significa “o melhor, os melhores”, o que não envolve necessariamente dinheiro nem sede de poder, muito menos arrogância, mas decência, por exemplo. Honradez, pudor e consciência, por exemplo. Boa educação e cortesia também, não vamos esquecer.
Nada disso é privilégio de ricos e poderosos.


O que deve nos assustar é o predomínio de um tipo de ralé: a da hipocrisia, da ambição e do cinismo, que passa por cima do cadáver – não da mãe, mas do povo e da pátria. Não somos tão bobos assim.
Falas delirantes, acusações falsas e auto-elogios pueris enganarão cada vez menos os mais pobres e menos informados. Eles começam a querer coisa melhor.
Paira no ar uma – espero que passageira – sensação de que tudo poderá se resolver nos moldes do grande PIP, o Partido do Interesse Próprio. Estabelecem-se pactos dos quais nós comuns mortais em outros tempos nada saberíamos. Com parte da imprensa avisando, ninguém mais pode dizer: eu não sabia.
E à medida que os crimes forem comprovados, que sejam varridos os elementos maus de todos os lados, eliminados de seus cargos os corruptos, os incompetentes, e os omissos – que são seus cúmplices.
A anunciada investigação de dinheiros mal ganhos, mal aplicados e malvistos, acabando com a tolerância com os malfeitores, não pode acabar numa ciranda geral, em que os enganadores dançam segurando o rabo do vizinho.
Ou afundaremos todos juntos num mar morno e de odor suspeito, de onde não se retorna fácil.


Se as conseqüências de tudo isso que vemos não forem tiradas, vamos naufragar, cúmplices do cinismo que vai recobrir esta boa terra – enquanto o povo trabalha com salários indecentes mas paga impostos, acredita em promessas mas morre nas filas, e nossos jovens deixam um país que não lhes dá estímulo, para eventualmente vegetar em terra estrangeira.
Não é hora de falar de esquerda, direita, centro, elite ou povão, termos caducos e mofados, mas da faxina moral e institucional sem a qual seremos meros sobreviventes: todos nós, os enganados e os enganadores, humilhados habitantes da República dos Rabos Presos.

Um comentário:

  1. kkkkkkkkkkkkkkk. No caso da verdura é perfeitamente compreensível: tem MUITO agrotóxico, por isso o CEM com "c".
    Esse é o Brasil que nossos governantes querem perpetuar.

    ResponderExcluir