FALANDO MUITO MAL !
USANDO MAL NOSSA LÍNGUA
(desconheço o autor)
Andamos falando demais e mal. Usamos frivolamente termos perigosos e
abusamos das palavras de respeito; a chamada língua-mãe está demais
rebaixada, e olha que nunca fui purista, pois sou apaixonada por
palavras.
Exageramos nos clichês e nos rótulos, geralmente burros e pobres, embora
às vezes necessários – como tantas coisas pobres e burras que é preciso
suportar neste mundo.
Usar o termo “elites” , por exemplo, requer muito cuidado. É temerário
empregá-lo como se falássemos de uma entidade abstrata, bicho-papão para
assustar – não criancinhas, mas os desavisados. Usamos a palavra sem
sequer definir direito. O conceito “elite” significa “o melhor, os
melhores” , o que não envolve necessariamente dinheiro nem sede de poder,
muito menos arrogância, mas decência, por exemplo. Honradez, pudor e
consciência, por exemplo. Boa educação e cortesia também, não vamos
esquecer.
Nada disso é privilégio de ricos e poderosos.
O que deve nos assustar é o predomínio de um tipo de ralé: a da
hipocrisia, da ambição e do cinismo, que passa por cima do cadáver – não
da mãe, mas do povo e da pátria. Não somos tão bobos assim.
Falas delirantes, acusações falsas e auto-elogios pueris enganarão cada
vez menos os mais pobres e menos informados. Eles começam a querer coisa
melhor.
Paira no ar uma – espero que passageira – sensação de que tudo poderá se resolver nos moldes do grande PIP, o Partido do Interesse Próprio .
Estabelecem-se pactos dos quais nós comuns mortais em outros tempos
nada saberíamos. Com parte da imprensa avisando, ninguém mais pode
dizer: eu não sabia.
E à medida que os crimes forem comprovados, que sejam varridos os
elementos maus de todos os lados, eliminados de seus cargos os
corruptos, os incompetentes, e os omissos – que são seus cúmplices.
A anunciada investigação de dinheiros mal ganhos, mal aplicados e
malvistos, acabando com a tolerância com os malfeitores, não pode acabar
numa ciranda geral, em que os enganadores dançam segurando o rabo do
vizinho.
Ou afundaremos todos juntos num mar morno e de odor suspeito, de onde não se retorna fácil.
Se as conseqüências de tudo isso que vemos não forem tiradas, vamos
naufragar, cúmplices do cinismo que vai recobrir esta boa terra –
enquanto o povo trabalha com salários indecentes mas paga impostos,
acredita em promessas mas morre nas filas, e nossos jovens deixam um
país que não lhes dá estímulo, para eventualmente vegetar em terra
estrangeira.
Não é hora de falar de esquerda, direita, centro, elite ou povão, termos
caducos e mofados, mas da faxina moral e institucional sem a qual
seremos meros sobreviventes: todos nós, os enganados e os enganadores,
humilhados habitantes da República dos Rabos Presos.
kkkkkkkkkkkkkkk. No caso da verdura é perfeitamente compreensível: tem MUITO agrotóxico, por isso o CEM com "c".
ResponderExcluirEsse é o Brasil que nossos governantes querem perpetuar.