Páginas

segunda-feira, 26 de julho de 2010

E POR FALAR EM EDUCAÇÃO...

Estava lendo uma crônica de João Ubaldo, onde ele diz:






"Precisa-se de matéria-prima para se construir um país."

Concordo com ele. É disso que o Brasil precisa. A esperteza é a nossa moeda corrente... tudo se faz com esperteza. É a lei do "levar vantagem em tudo".
Acho que já contei aqui, mas se não, conto agora e se estou me repetindo, peço desculpas:
Na Suíça, na região dos Lagos, meu marido e eu entramos em um restaurante para almoçar, onde comi as melhores batatas flambadas até hoje, e observei algo simples mas, surpreendente: num canto do restaurante, havia uma mesinha muito graciosa, contendo várias cópias de desenhos infantis para serem coloridos e uma caixa toda enfeitada e com inúmeros lápis de colorir de todas as cores a se imaginar.
As pessoas íam entrando e as crianças pequenas, naturalmente se dirigiam à mesinha, cada um pegava um ou dois desenhos (no máximo) e alguns lápis e íam para suas mesas para almoçar.
Almoçavam, as crianças terminavam ou não seus desenhos, íam até a mesa, devolviam os lápis, o desenho a mais, caso não tivessem usado e saíam. Tudo feito natural e civilizadamente. Eu, que não estou acostumada a ver estas coisas por aqui, pois, sou brasileira, fiquei olhando aquilo extasiada. Tão extasiada, que esqueci-me de fotografar !! (nunca me perdoei por este deslize)
Mas juro que é verdade, embora não pareça.



E ainda há que falar da Arte nas ruas em contato direto com as pessoas de todas as idades e classes sociais. Paris cheira Arte !



Continuando a falar de João Ubaldo, diz ele que precisamos de matéria-prima para que tenhamos um país onde os jornais possam ser vendidos em caixas nas calçadas, onde se pague por um jornal e se retire apenas um jornal, onde não se fraude a declaração de imposto de renda, onde não se atire lixo nas calçadas. (atira-se o lixo, entopem as bocas-de-lobo e culpam as prefeituras).

Precisamos de matéria-prima para sermos um país onde não se compre certificados médicos e nem carteira de motorista sem fazer exames, onde se dê lugar e preferência aos mais velhos e aos deficientes.

Também presenciei em Paris o seguinte:



Estávamos naqueles ônibus de dois andares, quando paramos em um ponto onde havia uma cadeirante na fila. Pois bem, o motorista do ônibus saiu de seu lugar, foi até a calçada, puxou uma rampa da lateral do ônibus, que se estendeu até a calçada e ele e mais um rapaz, embarcaram a moça confortavelmente num lugar bem à frente, enquanto a fila toda esperava calmamente. Coisa de primeiro mundo !
O Brasil precisa educar as crianças de forma ampla, porque serão elas o futuro deste país tão lindo e, ao mesmo tempo, tão atrasado culturalmente. De nada adianta tentar consertar os adultos, dá até pra se fazer um "remendo", pois, somos uma matéria-prima defeituosa, mas a Educação verdadeira, esta terá que ser focada nas crianças e nos adolescentes; são eles qu8e estarão governando e dirigindo este Brasil de amanhã.
Falta-nos muito ainda, mas sempre é tempo.


MÚSICA AO VIVO NA PRAÇA DE MILÃO
-------------------------------------------------------------
FRASE DO DIA:



"O GOVERNO SOMOS NÓS, OS POLÍTICOS NEM TANTO ASSIM." (João Ubaldo Ribeiro)
------------------------------------------------------------
UM RECADINHO:


Gostaria muito que quem lesse meu blog, fizesse comentários: críticas, sugestões, elogios, idéias criativas, reprimendas, tudo isso será muito benvindo, afinal é assim que se aprende e se cresce.
Os amigos são livres pra dizerem o que quiserem e da mesma forma o são os "menos-amigos" e os "nada-amigos".
Como já disse anteriormente, meu compromisso é com a verdade apenas e não faço "acordos", nem "conchavos" e pago um alto preço por isso, mas durmo muito bem.
Portanto, podem escrever à vontade !


---------------------------------------------------

Um comentário:

  1. Com relação à frase de João Ubaldo, de João Ubaldo é perfeita.
    Porém, faço um acréscimo: matéria-prima nós temos, o que falta é a modelagem.
    Somos um país jovem historicamente.
    Passamos a existir como Nação em 1808, com a chegada de D. João VI e Família Real, numa turbulenta fuga da Europa.
    Se levarmos em consideração que o Brasil foi descoberto em 1500, aí já se perderam 300 anos para a consolidação de uma cultura.
    Nesta época, o Renascimento, a conhecimento fervilhava em toda a Europa.
    Assim, quando ao meio-dia tem um conserto gratuito na Madeleine em Paris, em Milão, Roma, estamos falando de História, de Países que tiveram sua unificação forjada na luta.
    Não temos vivência democrática e, na minha humilde opinição, democracia é exercício.
    Exercitando, conseguiremos mudar a mentalidade da política brasileira de não valorizar a Educação e todas as fontes de Cultura.
    Mas percebo que já estamos caminhando a passos largos ...
    Vai demorar, mas chegaremos lá ...
    Talvez meus bisnetos vejam um país redesenhado.
    Rogoldoni

    ResponderExcluir