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segunda-feira, 27 de junho de 2011

DESCOBERTAS MAIS QUE FANTÁSTICAS


ILUSTRES DESCONHECIDOS

Ranking nomeia as dez espécies mais impressionantes descobertas na natureza nos últimos meses - e um cogumelo brasileiro que emite luz está entre elas

                        Uma espécie brasileira está entre as dez descobertas mais surpreendentes realizadas na natureza no último ano. O ranking, divulgado apenas recentemente, está em sua quarta edição e é feito anualmente pelo International Institute for Species Exploration, da Arizona State University. Entre as revelações está um fungo com a rara capacidade de emitir luz, a bioluminescência. 

                          O cogumelo foi encontrado em áreas remanescentes de Mata Atlântica pelo químico Cassius Stevani, da Universidade de São Paulo. 

                         Para selecionar as espécies – que incluem uma aranha com a teia mais forte já estudada e uma bactéria que se alimenta da ferrugem do Titanic – foi convocado um grande comitê de taxonomistas (cientistas que nomeiam novos seres). 

                “Eles são livres para usar os critérios que julgarem mais justos, mas são lembrados de que queremos capturar a atenção do público com as escolhas mais impressionantes possíveis, seja por uma biologia estranha, seja por um novo registro de alguma espécie ou mesmo por um nome engraçado”, disse Quentin D. Wheeler, diretor do instituto organizador do ranking.

                          Com a lista, ele espera atrair a atenção para a necessidade de conhecer e conservar a biodiversidade, além de dar suporte ao trabalho de museus de história natural, jardins botânicos e à própria taxonomia. Um dos nomes do ranking atual ilustra a dificuldade de batizar uma nova espécie. O antílope Philantomba walteri foi encontrado pela primeira vez no Togo, na África, em 1968. “O tempo entre a primeira coleta e a sua nomeação formal pode ser curto ou longo. Em alguns casos, é questão de esperar até encontrar o especialista certo”, explica Wheeler. 
Foi o que aconteceu com Stevani, da USP. O cogumelo Mycena luxaeterna foi encontrado por ele pela primeira vez em 2007, no Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira, em Iporanga (SP). 

 “Eu não podia escrever um artigo sobre o fungo enquanto ele não fosse descrito corretamente”, diz Stevani. Ele então procurou por taxonomistas até encontrar Dennis Desjardin, da San Francisco State University (EUA), que o ajudou no registro.
Os cientistas têm pressa para nomear novos seres. Pela média histórica de sete mil espécies descobertas por ano, estima-se que demoraria 1,4 mil anos para finalizar o trabalho de descrever todas elas. Mesmo com a taxa atual de 20 mil descobertas por ano, ainda assim levaria 500 anos. Em 2010, o instituto chefiado por Wheeler convocou cientistas para discutir formas alternativas para acelerar esse processo. “Em breve publicaremos um relatório que vai apontar como o trabalho pode ser completado em 50 anos ou ainda menos”, avisa o pesquisador. Nesse caso, a pressa é amiga da conservação.
 GOTAS DE CULTURA
                                                 


 

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