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sexta-feira, 29 de julho de 2011

AURORA POLAR

 

TONS VERDES E VERMELHOS

                    As auroras polares já enchem os olhos de espectadores nos polos Norte e Sul da Terra, mas o espetáculo seria ainda mais bonito e intenso se visto a partir de outros planetas. É o que dizem pesquisadores do Centro de Astrofísica Harvard-Smithsonian, dos Estados Unidos.

                        De acordo com os especialistas, o fenômeno que colore o céu com tonalidades verde e vermelha pode ser até mil vezes mais intenso na classe de planetas conhecida como "Júpiter quente". Esses corpos celestes são tão massivos quanto Júpiter, mas giram em torno de seu sol a uma distância bem menor. Na verdade, eles estão tão próximos de suas estrelas quanto Mercúrio está do Sol.
                       Por isso, ao contrário do que ocorre na Terra, onde a aurora polar só é vista nos polos, naqueles planetas longínquos o fenômeno pode ser registrado a partir do equador. São as "auroras equatoriais". Se o mesmo ocorresse na Terra, seria possível presenciar a beleza natural em algumas regiões do Brasil.
                         Auroras polares se formam quando labaredas do Sol, ou partículas energéticas vindas da estrela, entram no campo magnético da Terra. Guiadas até os polos, colidem com a atmosfera e passam a brilhar como neon. O mesmo processo ocorre em planetas que orbitam estrelas distantes.
                 A intensidade do fenômeno é proporcional à força da labareda, que desequilibra a "bolha" de campo magnético do planeta e produz tempestades magnéticas. Como os planetas da classe Júpiter Quente estão bem próximos às suas estrelas, a força das labaredas é enorme e, por isso, o fenômeno é mais intenso.
                           Para imaginar como o processo ocorre nos planetas de outros sistemas solares, os pesquisadores usaram modelos computacionais. Simulando situações em que a atmosfera local é atingida por labaredas estelares, eles conseguiram prever a disseminação do fenômeno. “O impacto para o exoplaneta seria completamente diferente do que vemos no nosso sistema solar, e muito mais violento”, afirma Vinay Kashyap, coautor do trabalho publicado no periódico especializado Astrophysical Journal.
                                    Embora o impacto seja grande, o campo magnético é capaz de impedir que a atmosfera desses planetas seja destruída pela força da estrela. “Nosso cálculos mostram como os mecanismos de proteção funcionam bem”, ressalta Ofer Cohen, chefe da pesquisa. “Mesmo um planeta com o campo magnético bem mais fraco do que Júpiter se mantém seguro.”
                          Os dados obtidos com o trabalho têm uma importância especial na busca por ambientes similares aos da Terra em outros pontos de nossa galáxia. Estrelas anãs-vermelhas, que são mais frias do que o Sol, são muito comuns em nossa vizinhança. Para que planetas rochosos tenham condições semelhantes às terrestres em volta dessas estrelas, eles precisariam estar bem mais próximos do que a Terra está do Sol – o suficiente para que a água esteja em sua forma líquida. 
                    Contudo, o que ajuda, ao mesmo tempo atrapalha: erupções violentas nas anãs-vermelhas poderiam ter efeitos drásticos sobre a atmosfera desses planetas. Estudos como este podem ajudar cientistas a refinar a busca por lugares mais prováveis para a vida.

 DELICADEZA BRANCA

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