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sexta-feira, 16 de outubro de 2009
AOS MEUS AMIGOS... ATÉ A VOLTA , SE DEUS QUISER !!!!
COQUETEL DE LANÇAMENTO DO ESPECIAL SOBRE O MAESTRO ANTONIO CARLOS GOMES, "ACORDES DE UMA VIDA" (foto)
NÃO SEI SE TEREI TEMPO DE ENTRAR EM MEU BLOG, ENQUANTO ESTIVER NA EUROPA... MAS SE NÃO O FIZER, DEIXO AQUI UM TEXTO QUE GOSTO MUITO.
AO CHEGAR, TRANSCREVEREI O DISCURSO MARAVILHOSO QUE MEU (já querido) AMIGO, MAESTRO GIOVANNI FORNASIERI FEZ, POR OCASIÃO DO COQUETEL DE LANÇAMENTO DO ESPECIAL "ACORDES DE UMA VIDA", DA EPTV, NO DIA 14 DE OUTUBRO, NO ROYAL PALM PLAZA HOTEL.
ATÉ A VOLTA, SE DEUS QUISER !
FERNÃO CAPELO GAIVOTA
Richard Bach
Era uma vez uma gaivota, que não se conforma em passar a vida em busca de alimento, disputando um peixe com o resto do bando. Fernão quer mais, quer alçar largos vôos, aprender, evoluir. Sendo assim, passa seus dias e noites tentando e tentando mais uma vez, até a exaustão, a perfeição do vôo, sendo diferente de todos os outros.
A maior parte das gaivotas não se preocupava em aprender mais do que os simples fatos do vôo – como ir à comida e voltar.
Para a maioria, o importante não é voar, mas comer. Para esta gaivota, contudo, o importante não era comer, mas voar...
-Por que, Fernão, por que ? – perguntava-lhe a mãe. Por que é que lhe custa tanto, ser como o resto do bando ?... Por que não come ?...
- Eu só quero saber... é tudo. (respondia ele). Há tanto que aprender ! Em vez da monótona labuta de procurar peixes junto dos barcos de pesca, temos uma razão para estarmos vivos ! Podemos subtrairmo-nos à ignorância, podemos encontrar-nos como criaturas excelentes, inteligentes e hábeis. Podemos ser livres ! Podemos aprender a voar !
Certa vez, as gaivotas reunidas o esperavam e ele é chamado ao centro, o que poderia significar duas coisas: grande vergonha ou grande honra e pensava consigo mesmo:
- Não quero honras... só quero partilhar o que descobri, mostrar a todos, esses horizontes que estão à nossa frente.
Mas, o mais velho, em nome da dignidade e tradição das gaivotas, profere o veredicto:
Fernão é expulso, desterrado para uma vida solitária, acusado de ser irresponsável.
- Irresponsabilidade ? Meus irmãos ! Quem é mais responsável do que uma gaivota, que descobre e desenvolve um significado, um propósito mais elevado na vida ? Passamos mil anos lutando por cabeças de peixe, mas agora temos uma razão para viver, para aprender, para descobrir, para sermos livres !
Mas seus argumentos não surtiram efeito.
Fernão Gaivota passou o resto dos seus dias sozinho, mas voou muito além dos penhascos longínquos. A solidão não o entristecia.
Entristecia-o que as outras gaivotas se tivessem recusado a acreditar na glória do vôo que as esperava. Recusaram-se a abrir os olhos e a ver.
Aprendia cada vez mais... voou através de nevoeiros cerrados e subiu acima deles para céus estonteantes de claridade, enquanto qualquer outra gaivota ficava em terra, conhecendo apenas neblina e chuva...
O que outrora desejara para o bando, tinha-o agora só para si. Aprendera a voar e não lamentava o preço que pagara por isso.
Fernão Gaivota descobriu que o tédio, o medo e a ira são as razões por que a vida de uma gaivota é tão curta e, sem isso a perturbar-lhe o pensamento, viver de fato uma vida longa e feliz.
Tempos depois, as duas gaivotas que surgiram junto às suas asas eram puras como a luz das estrelas.
- Muito bem. Quem são vocês ?
- Nós somos do seu bando, Fernão. Somos duas irmãs... viemos para levar você para mais alto, para levá-lo para casa.
E Fernão Capelo Gaivota elevou-se com as duas gaivotas brilhantes como estrelas, para desaparecer num céu perfeitamente escuro...
Enquanto se afastava da terra e ultrapassava as nuvens em formação com as duas gaivotas, notou que o seu próprio corpo se tornava tão brilhante como os delas.
Em realidade, era o mesmo Fernão Capelo Gaivota, que sempre vivera por detrás dos olhos dourados. Só a forma exterior se modificara.
A lembrança da sua vida na terra sumia-se.
Nos dias que se seguiram, Fernão verificou que neste lugar havia tanto para aprender acerca do vôo, como houvera na vida que deixara para trás. Mas com uma diferença:
Aqui, as gaivotas pensavam como ele. Para cada uma delas, o mais importante na vida era olhar em frente e alcançar a perfeição.
- Onde estão os outros, Henrique ? Por que somos tão poucos aqui ? No lugar de onde eu vim, havia milhares e milhares de gaivotas !
- Eu sei – Henrique abanou a cabeça.
A única resposta que encontro, Fernão, é que você é um daqueles pássaros que se encontram num milhão.
Quase todos nós percorremos um longo caminho... Tem alguma idéia de, por quantas vidas tivemos que passar até chegarmos a ter a primeira de que há na vida algo mais do que comer ?
Mil vidas, Fernão, dez mil !!
E depois mais cem vidas até começar a aprender que há uma coisa chamada perfeição e ainda outras cem, para nos convencermos de que nosso objetivo na vida é encontrar essa perfeição.
Escolhemos o nosso próximo mundo através daquilo que aprendemos neste...
Nunca deixem de aprender, de treinar e de lutar por compreenderem cada vez melhor e perfeito e invisível princípio de toda vida...
Vê mais longe, a gaivota que voa mais alto.
A PRESTO, AMICI !!!
BOA VIAGEM! QUE VC ENCONTRE TUDO O QUE ESTÁ PROCURANDO E QUE VOLTE INSPIRADA E CHEIA DE IDÉIAS PARA ELEVAR CADA VEZ MAIS O NOME DE CAMPINAS, E, PRINCIPALMENTE, O NOME DE NOSSO "TIO GOMEZ"!
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