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quarta-feira, 30 de setembro de 2009

TRIBUTO AO GÊNIO BRASILEIRO


TERMINA O MES DE CARLOS GOMES HOJE:
“Emudeceu para sempre a grande harpa sonora da América...
... só agora, tombado, é que os homens podem medir a tua estatura.
Enquanto vivias, os vermes roíam-te. Grande mestre, viveste honestamente para a tua Arte, eras um enclausurado, não podias competir com os evidentes. Eras um rude, um expressivo apenas. Tu não sabias viver, mestre saudoso; eras simples e honesto e receavas tanto a multidão...

...O Brasil em peso, inclusive a Capital Federal tão avara, acaba de aclamá-lo e agora o seu cadáver é disputado...
... A Amazônia acolheu-o; foi ali que ele achou repouso para o seu corpo alquebrado e consolação para a sua alma amargurada, foi à sombra das palmeiras do Norte que o grande artista achou guarida, o seu derradeiro olhar foi para o céu do Equador, seu último suspiro foi para as florestas abaunilhadas...
... Carlos Gomes fez muito pelo Brasil mostrando à Europa, com a sua batuta, que sobre as águas do Atlântico havia um grande país que era o seu berço e de onde ele tirara a inspiração para os seus poemas musicais. Carlos Gomes é uma glória americana...
... Ainda assim foi bem feliz o músico porque sempre teve o Pará para recebê-lo... podia ter acabado na Santa Casa. Foi melhor assim, o Norte salvou a honra da República...
... Deus criou a sombra para acompanhar o Sol, o chacal para acompanhar os leões; o cedro tem o cogumelo agarrado à raiz, o livro tem o seu verme, a traça. Porque nos havemos de revoltar contra os que começam a tripudiar sobre o morto ? Há larvas que não podem farejar um cadáver. Mas esse sagrado espojo é como uma semente maravilhosa, fica na terra mas a sua flor desabrocha na Eternidade...
... O seu cadáver é disputado – a terra que teve o berço quer também ter o esquife e a Amazônia piedosa parece que vai abrir mão dessa relíquia... Parece que as almas começam a despertar...
O morto está em toda a Pátria, a sua alma ficou eterna no país ...
Essa é a grande imortalidade – a vida no coração e no espírito do povo – e os críticos que a destruam.
Coelho Neto
MÁSCARA MORTUÁRIA DO MAESTRO

FUNERAL DE CARLOS GOMES EM CAMPINAS 1896


"ÚLTIMOS DIAS DE CARLOS GOMES" - EM BELÉM

ÚLTIMA FOTO DE ANTONIO CARLOS GOMES - 1836 / 1896

HOJE E PARA SEMPRE, O GÊNIO BRASILEIRO COMPÕE PARA OS ANJOS !

A LUZ PRÓPRIA NÃO SE APAGA JAMAIS !!!!!!!!!!!!!

terça-feira, 29 de setembro de 2009

ESSA É PRA FECHAR O MES DE CARLOS GOMES !!!!!!!!


PIETRO MASCAGNI, autor da belíssima "CAVALLERIA RUSTICANA"

No centenário de nascimento de CARLOS GOMES, Pietro Mascagni, compositor italiano da famosa Cavalleria Rusticana,que veio ao Brasil para as comemorações, indignou-se e disse:
“Associo-me inteiramente às cerimônias que se realizam no Brasil comemorando o centenário daquele que foi incontestavelmente um grande musicista e um verdadeiro amigo... tive a honra de dirigir em 1922, no Rio de Janeiro – O GUARANI – e que foi magistralmente executado pelos músicos brasileiros.” Viajei a São Paulo para a inauguração do conjunto monumento ao lado do Teatro Municipal. Quando lá cheguei, o monumento já estava inaugurado. Admirei o conjunto, mas não reconheci a fisionomia do maestro esculpida no bronze. Soube depois, que tratava-se do busto do GENERAL PINHEIRO MACHADO. Não me contive e fui procurar o Sr. Washington Luis, que a princípio se mostrou incrédulo, só se convencendo com provas. O governo mandou retirar o busto e substituí-lo pelo verdadeiro.”


QUE VERGONHA, HEIN, BRASIL !?!?!
Depois, queremos ser PRIMEIRO MUNDO !!!!!!!!

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

"SALVADOR ROSA" - (quinta ópera de Carlos Gomes)


Patrícia Monção interpretando "MIA PICCIRELLA" - "SALVADOR ROSA" - na passagem de som da Banda Sinfônica do Corpo de Fuzileiros Navais no concerto em Aracajú-SE.



Em 11 de Março chegara carta de Ghislanzoni, que já não está com Ponchielli e se coloca à disposição de Carlos Gomes. Rebouças e Carlos Gomes, então, partiram para Lecco, na casa de Ghislanzoni, para contratar o libreto de “Salvador Rosa”.
O contrato foi assinado em 12 de Março e foram pagos 1.500 francos por Carlos Gomes e 500 francos pelo editor.
Carlos Gomes pagou no ato 500 francos e Ghislanzoni combina entregar em fins de Março um esboço do libreto integral: até 15 de Abril, o 1º ato; em 15 de Maio, o 2º; em 15 de Junho, o 3º e em 15 de Julho, o 4º. Na entrega do segundo ato, Carlos Gomes pagaria outros 500 francos, mais 500 francos na entrega do quarto ato e o editor ao qual fosse cedida a ópera, pagaria mais 500 francos ao libretista.
Este trabalho, cujas qualidades essenciais se baseiam no elemento melódico popular, fez a volta de todos os teatros da Itália e da Bélgica. Era a síntese expressiva com que saudou a terra onde colhera o ensinamento e os louros artísticos.
Ficava o editor com propriedade da ópera para a Itália e Carlos Gomes para o Brasil.
Com esta ópera, Carlos Gomes foi definitivamente consagrado. Foi a ópera mais cantada, mais popular e mais querida em toda Itália. O papel de Isabel foi vivido por Hariclée Darclée. Cantou-se simultaneamente na Inglaterra, na Alemanha e fez as delícias do público do Brasil.
Com ela, ele saudou a terra onde tivera o ensinamento e os louros artísticos. Foi escrita num momento de bom humor.
Foi a estória de Masaniello, baseada no romance de Mirecourt, que serviu de inspiração para esta obra de Carlos Gomes.
Temos a revolução histórica e real, que aconteceu realmente, comandada por Masaniello, cujo verdadeiro nome era Tommaso Aniello d’Amalfi e que não era natural de Amalfi, como dizem, tratando-se de seu próprio sobrenome. Este humilde, mas bravo pescador conseguiu fazer com que a corte espanhola, sob o comando do Duque D’Arcos, se rendesse ao poder popular, cancelando os pesados impostos que eram pagos à Espanha.

A história se passa em 1647. É a rebeldia dos pescadores napolitanos contra o peso dos tributos impostos pelo vice-rei, representante de Felipe IV da Espanha.
Depois, a mesma corte arma uma conspiração e o herói do povo é assassinado.

Incluíram outro vulto popular napolitano da época: Salvador Rosa, grande pintor, gravador, poeta, músico e ator famoso em 1650, líder dos rebeldes. Paralelo a tudo isso, desenrola-se a estória de amor de Salvador e Isabella, filha do vive-rei, o Duque D’Arcos, personagens fictícios, bem como fictícia é a participação do famoso pintor na dita revolução. Além disso, existe o personagem carismático de Gennariello, soprano, um travesti, a exemplo do Oscar de “Un Ballo in Maschera”.

Gennariello é responsável por divertidas cenas que entremeiam o drama, bem como canta a mais famosa ária da ópera, "Mia Piccirella".
Temos também a monumental personagem do Duque D’Arcos, que talvez, ao lado do Cacique em “O Guarani”, represente o maior papel de ACG para Baixo.
O principal assunto desta ópera é o jogo político que está em relevo e não a estória de amor, apesar dela ser ilustrada por um longo e belíssimo dueto. O libreto é muito claro e é louvável como consegue, em apenas duas horas, contar tanta coisa. Apesar da estética soar antiquada, ACG compõe música com alto refinamento. É impressionante a quantidade de melodias contidas numa só ópera e enquanto suas idéias musicais apontam para o futuro, o libreto, bem como em todas as suas óperas, ainda tem um pé fincado no passado, pois, a estética de seus textos ainda está na primeira metade do séc. XIX.
Em “Salvador Rosa” Carlos Gomes é um compositor seguro e respeitado pelos editores e críticos milaneses, embora não tendo um casamento ideal e feliz. É uma obra cheia de uma leveza que pouco se vê nas duas outras óperas que a precederam.
O contrato do “Salvador Rosa” com os Ricordi é muito mais lucrativo e diferente em valores e em condições, dos assinados com Lucca para suas outras óperas.

Trecho retirado de meu livro "OLHOS DE ÁGUIA - Maestro Antonio Carlos Gomes - A Trajetória de um Gênio", a ser lançado brevemente.

domingo, 27 de setembro de 2009


O Piano Brasileiro de CARLOS GOMES

Piano FERNANDO LOPES

29 / 09 - TERÇA-FEIRA
Sala de Audição do Museu da Imagem e do Som

R. Regente Feijó, 859. Tel.: 3733 8800

COMPAREÇAM !!

sábado, 26 de setembro de 2009

ACORDA, CAMPINAS !!!!!!!!!!!! - CAP. 1


TORNA-SE REALIDADE A SINFÔNICA MUNICIPAL
Para que não se diga mais nenhuma bobagem infundada, para que não se torça a realidade dos fatos, para que Campinas tome, de uma vez por todas, vergonha e honre os nomes realmente importantes da cidade, ao invés de premiar descriteriosamente, mantendo acesa a memória do povo campineiro e fazendo justiça a um passado enterrado propositadamente, começamos hoje, um curso, que eu chamarei de “Passando a limpo o banco-de-memórias de Campinas”.
Com estas “aulas”, espero que, quem quer que se aventure a procurar, a pesquisar, a estudar, a desvendar, a explicar qualquer ponto da História da Música de Campinas, não o faça sem a devida atenção.
E, sendo eu, sobrinha trineta de Carlos Gomes e casada com um Tullio, vejo-me na obrigação e no direito de esclarecer e corrigir certos pontos. Para tal, contei com a preciosíssima colaboração das filhas dos maestros Luís di Tullio e Mário di Tullio, Mariângela e Lúcia.
Apresentarei aqui, aos poucos, documentos, reportagens, entrevistas e provas e decreto da origem da Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas, fundada em meados de 1968, que passou de Orquestra Sinfônica Universitária para o nome atual, sob a regência do maestro Luís di Tullio.

Correio Popular de 4 de Fevereiro de 1968
Em entrevista concedida ao “Correio Popular”, o reitor da Universidade Católica, mons. Emílio José Salim, detalha e esclarece a transformação da Orquestra Sinfônica Universitária em Orquestra Sinfônica Municipal.
Afirma o reitor da UCC que em Campinas, o prefeito Ruy Novaes tem-se mostrado bastante sensível aos apelos de sua dinâmica e clarividente Secretária da Educação, a ilustre professora Jacy Milani, particularmente no campo da instrução e das belas artes.
Pode hoje Campinas se ombrear com as mais cultas Municipalidades do País, nas suas realizações, desde o ensino primário com seus insuperáveis parques-escolas, até as mais peregrinas manifestações artísticas e agora no campo da música clássica.
Adiantou mons. Salim, que a Sinfônica Municipal de Campinas foi criada há ano e pouco, por lei específica e devidamente regulamentada, estando no momento, de todo organizada e já na próxima quarta-feira, deverá iniciar os ensaios para o primeiro concerto do ano, em fins de Março.

SINFÔNICA UNIVERSITÁRIA
Reportando-se à Sinfônica Universitária, declarou o reitor: “Não suportando a ausência de uma Sinfônica representativa dos altos foros artísticos de nossa cidade, conhecida universalmente como a terra do maior gênio musical das Américas, a Universidade Católica, em colaboração estreita com o Conservatório Musical Carlos Gomes, organizou a nossa Sinfônica Universitária.
Com ingentes sacrifícios nós a mantivemos em brilhante atividade por quatro anos e, sem embargo da Sinfônica Municipal, continuará ainda como instituição complementar dos propósitos artísticos da nossa Faculdade de Música e do Conservatório Carlos Gomes.
Convidados por D. Jacy Milani para colaborar na organização da Sinfônica Municipal, resolvemos suspender, provisoriamente, nossas atividades.
Celebramos convênio com a Secretaria de Educação,cedendo-lhe todo o nosso rico arquivo musical, vários instrumentos de alto custo e todo o corpo de músicos, começando pelo nosso regente Luíz di Tullio.”
Disse mons. Salim que “também a antiga Orquestra Sinfônica de Campinas, que ainda conta com alguns sócios remanescentes, cederá seu patrimônio à nova Sinfônica.” E informou que o prefeito Ruy Novaes “num reconhecimento público dos autênticos valores da “casa”, havia assinado decreto, nomeando o maestro Luíz di Tullio, regente da Municipal.
E continuou: “Por sua vez, D. Jacy Milani nomeou Reinaldo Prestes e Jordão Bruno Lunardi, respectivamente, administrador e redator-arquivista da Orquestra.
Já compõem a Sinfônica Municipal, 54 executantes oficiais de Campinas, além daqueles que atendendo o edital da Secretaria da Educação, se dispuseram a integrá-la, podendo assim a Sinfônica contar com todos os valores musicais de Campinas.”
Por enquanto, os ensaios às segundas, quartas e sextas, serão no Teatro da Secretaria da Educação, devendo os concertos se realizar de dois em dois meses.
Não deixarão de ser convidados, periodicamente, para reger a Sinfônica os maestros de SP e do Rio.
Ainda uma vez, Campinas não desmente suas gloriosas tradições artísticas, que a constituem sem favor, numa autêntica metrópole, em todas as áreas, multiforme atividade cultural.

ANDRÉ RIEU - CARMEN MONARCHA


"É um tributo que André Rieu faz a Michael Jackson tocando no violino a música "BEN".
Depois ele apresenta a cantora brasileira Carmen Monarcha.
Ela canta junto com um coral de crianças, uma das mais lindas canções do Michael, "THE EARTH SONG".
DIVINO !!!!!!!!!!!!!!!!!

CARLOS CHAGAS de Sílvio Barbato

Caros amigos, nos dias 05 e 06 de Outubro,a FIOCRUZ vai patrocinar a montagem de CARLOS CHAGAS...uma ópera escrita pela maestro desaparecido no vôo da Air France, SÍLVIO BARBATO.
Este maestro escreveu duas óperas, "O CIENTISTA" e a atual ópera.
Os papéis dos protagonistas dessas duas obras foram feitas baseadas na tessitura vocal do eu amigo SEBASTIÃO TEIXEIRA e por isso, venho convidá-los a assistir a estréia, que será no Palácio das Artes..em Belo Horizonte.
A peça foi concluída pelo compositor ALEXANDRE SCHUBERT, também mineiro.

Keila-mezzo, meus amigos, maestro Karl Marx e o barítono Sebastião Teixeira, Elayne-soprano e Thamy Quintanilha.

A FIOCRUZ quer enviar um convite especial a cada um que se interessar em assistir o espetáculo.
Prá isso, vocês devem enviar um e-mail para: opera_carloschagas@yahoo.com.br informando endereço completo, para que sejam enviados os convites.
Podem convidar outras pessoas também, interessadas em assistir o evento.

RECEBI ESTE CONVITE DE MEU AMIGO, SEBASTIÃO.
VAMOS PRESTIGIAR A MÚSICA ERUDITA !

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

PARA UMA TIA QUERIDA !

Desejo à minha tia, MARTHA MARICATO FLORENCE, que aniversaria hoje, muitos anos de vida, muita saúde e charme !
Martha é um exemplo para as mulheres de hoje e de sempre: forte, produtiva, charmosa, inteligente, elegante, vaidosa, atuante e brilhante.
Será sempre jovem ! Faz Direito e pretende fazer Farmácia, é mole ?
Tia Martha, que Deus te conserve sempre assim !
E que os inimigos, morram de inveja !
Quem tem luz própria nunca perde o brilho, minha tia !
PARABÉNS !!!!

DA MINHA AMIGA POETA, ARITA DAMASCENO PETTENÁ


CANTO DE AMOR A CARLOS GOMES

Muitos têm sido os depoimentos sobre a vida e a obra de Carlos Gomes. Alguns transformados em desabafo diante das injustiças sofridas pelo grande maestro. Ora é Ítala Gomes, presa ao compositor por laços tão fortes: “Dir-se-ia assim que, à semelhança de outros cavalheiros da glória, Carlos Gomes também tivera como característico saliente de sua jornada terrena, aquela impiedosa desventura que parece ser a vingança com que os deuses assinalam os gênios”. Ora é Rodrigo Otávio, ilustre filho também de Campinas, a dizer no prefácio de um livro: “Revelada a grande capacidade do artista, consagrada sua obra inicial com os aplausos da mais prestigiosa platéia do mundo, cuidados do Brasil para esse filho privilegiado não deveriam ter faltado e faltaram”. Ora é o próprio Carlos Gomes extrapolando suas mágoas em cartas aos amigos e, entre elas, esta que dirigiu já pobre e doente, a César Bierrenbach, o idealizador do monumento em sua homenagem: “No Rio não me querem nem para porteiro do conservatório; em São Paulo, nem para boleeiro; em Campinas, não me compreenderam, julgando-me talvez um impostor, um forasteiro”.

Mas o que teria levado, realmente, o celebre autor de O Guarani, ao lado de tantos sofrimentos, de tantos obstáculos, aos píncaros da glória? Nós diríamos que, caminhando com sua batuta, havia aquela “força indômita” que dele nunca se ausentou, quando necessário se fazia impor a sua arte e até mesmo seu espírito forte. É o garoto de 18 anos, cantando com sua voz de soprano ligeiro, mais tarde transformada em tenor, os solos da primeira missa que compôs, e arrancando lágrimas dos que se faziam presentes. É o adolescente alegre, de cabelos compridos, sem sonhar que seria o homem bonito e elegante dos futuros saraus, a rir com os companheiros, quando diante do reclame: “Tônico para os cabelos”, lhe diziam: “Tônico, apara os cabelos”.

É o moço de 23 anos apresentando concertos ao lado do pai e lecionando, ao mesmo tempo, piano e canto para jovens como ele. É o rapaz que se embrenha pela Serra do Mar, montado num burrinho, para se fazer um passageiro a mais no navio Piratininga, em busca da Corte de Dom Pedro II, sob o aplauso de inúmeros estudantes. É o formando do Conservatório de Música do Rio galardoado pelo Monarca Poeta com uma medalha de ouro, como recompensa pelo seu esforço e talento, ao adentrar, acometido de febre amarela, o salão de festa, e reger, sob aplausos, a cantata que compusera para aquela solenidade. É o já abalizado maestro sendo laureado pelo Imperador com a Ordem das Rosas, pelo seu primeiro trabalho de fôlego: “Noite no Castelo”. É o insigne compositor, recebendo de Verdi esta honraria em vida: “Este jovem começa por onde eu termino”. É o criador ainda de tantas obras-primas a ser retratado por Capranezzi e Di Angelis, em seus últimos instantes, em Belém do Pará. É o ídolo de todos nós a receber também dos poetas a homenagem que nunca será demais.

Entre elas, estes versos últimos de nosso poema Canto de Amor a Carlos Gomes: Recebe, pois, Carlos Gomes,/ gênio maior da música,/ de onde estiveres,/ pela humanidade de teu gesto,/ pela grandeza de tuas atividades,/ pela nobreza de tua alma,/ a nossa mensagem de amor,/ pelo muito que fizestes,/ por este nosso Brasil./ Como o maior compositor da América do Sul.

Arita Damasceno Pettená é membro da Academia Campineira de Letras, Ciências e Artes das Forças Armadas.

UM ABRAÇO, AMIGA !!

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

OLHA O GRILUCHO AÍ !!!!!!!!!!


GRILUCHO ME CONTOU... que nosso presidente LULA não sabe que D. Pedro II foi pai da Princesa Isabel, que por sua vez, ocupou a frente do Estado por 3 vezes, quando o Imperador estava em Paris, tratando de seu diabetes.
... que nosso presidente LULA, desconhece que foi o monarca reinante quem mandou sua filha extinguir a escravidão negra.
... que nosso presidente LULA, desconhece que André Rebouças, o ilustre e competente engenheiro, amigo e compadre de Carlos Gomes, que foi neto de escrava e foi perseguido pelo racismo, formou-se na Europa às custas do bolso do velho Imperador e de seu próprio pai.
... que nosso presidente LULA, ignora que Carlos Gomes brilhou com suas óperas no mundo, por merecimento próprio e pela ajuda do Imperador, seu amigo também.
Convém também , acrescentar que em Paris, D. Pedro foi acompanhado de seu médico, conde de Motta Raia para não melindrar a medicina brasileira.
LULA tem que ser mais cauteloso.

"FOSCA" - A QUARTA ÓPERA DO MAESTRO (a segunda em Italiano)


Rara "performance" do mais famoso compositor brasileiro de óperas, CARLOS GOMES. Celine Imbert-FOSCA,José Antonio Soares - CAMBRO,Fábio Costa - REGENTE,Caetano Vilela- DIRETOR DE CENA.Teatro AMAZONAS em Maio de 2006.

A convite de Carlos Gomes, o poeta Antonio Ghislanzoni elaborou o libreto, que foi retocado em várias partes pelo próprio D’Ormeville.
A linguagem musical que Carlos Gomes emprega na Fosca é ousada e absolutamente nova e varreu a paralisação em que a ópera italiana mergulhara na última década. O maestro já revelava uma franca transição para a escola alemã em face da italiana, quase que principalmente melódica. Escreveu-a com suprema arte.
A ação se desenrola parte sobre as costas de Ístria e parte em Veneza, por volta de 944, com o rapto das Marias.
Piratas da Ístria preparam-se para raptar um grupo de noivas, que se casaria no mesmo dia, para pedir um grande resgate em ouro.
Fosca, irmã de Gajolo, chefe dos piratas, está apaixonada pelo capitão veneziano Paolo, que é mantido como prisioneiro em Ístria e pede ao irmão que solte Paolo, mas este lhe confessa amor por Délia, jovem veneziana.

Cambro, homem de confiança de Gajolo, é apaixonado por Fosca e ao vê-la chorar, promete trazer Délia como prisioneira. Mas, em troca por tal vingança, ela deve amá-lo. Fosca desolada aceita o trato.
A Fosca era e é a obra mais importante da ópera italiana daquele tempo de transição e de renovação e uma das obras-primas da música dramática do século XIX italiano.
A ópera foi dedicada ao irmão querido, Sant’Anna Gomes, meu trisavô.
Com essa ópera, alcança a fase de maior aprofundamento da própria dramaturgia e de decisivo enriquecimento da própria linguagem, conseguindo resultados artísticos, os quais não conseguirá mais superar nos trabalhos seguintes, mas apenas igualar em algumas páginas de Maria Tudor e sobretudo em O Escravo.


Em 1997, o soprano brasileiro Leila Guimarães apresentou um concerto com trechos da FOSCA na Scuola Civica Musicale de Milão, que ocupa Vila Brasilia atualmente.

Trecho retirado de meu livro "OLHOS DE ÁGUIA - Maestro Antonio Carlos Gomes - A Trajetória de um Gênio", a ser lançado brevemente.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

AMANHÃ TEM MAIS ÓPERA !!

GRILUCHO ME DISSE QUE...


... Passou despercebido que no dia 12-9-1996, faleceu de câncer, o brilhante maestro Eleazar de Carvalho...
VIVA A MEMÓRIA BRASILEIRA !

terça-feira, 22 de setembro de 2009

"CONDOR " OU "ODALÉA" - oitava - única ópera composta por encomenda


Marilia Soren canta Orda Crudel - "CONDOR"

"CONDOR" foi sua última ópera estreada na Itália e sua oitava, composta por encomenda, em 1890. A ação se desenvolve nos jardins privados da rainha de Samarcanda, uma das cidades mais antigas do mundo, situada na atual região do Uzbequistão, próxima à fronteira com o Afeganistão. Graças a sua beleza, era conhecida como a “Roma do Leste” ou a “Pérola do Oriente”.
Para Carlos Gomes foi um grande prêmio o triunfo de Condor na estreia em Milão em 21 de fevereiro de 1891 e nas suas nove apresentações seguintes, apesar de ele mesmo reconhecer não se tratar de uma “ópera de fácil compreensão”.
O prelúdio é visto como uma verdadeira “pérola”.

TEATRO ALLA SCALA DE MILÃO
Condor não teria nascido se as Casas Ricordi e Sonzogno não estivessem em guerra declarada.
Nenhum compositor vivo na Itália, fora Verdi, era possuidor de tão magnífico acervo e de tão reconhecida capacidade como musicista e como compositor. A escolha de Carlos Gomes, para atender a um grande editor, compondo uma ópera destinada à importantíssima temporada do Teatro alla Scala, é um certificado de que, artisticamente, Carlos Gomes não era o ‘pobre’ Carlos Gomes de que falam seus biógrafos. Era, até aquela data, depois de Verdi, o maior compositor vivo de óperas italianas.
Condor é muito mais compacta, com cerca de uma hora a menos do que suas outras óperas.

A ópera, em três atos, se inicia com um prelúdio, no qual vários elementos constitutivos da ópera são apresentados.
Os filhos estavam presentes à estreia. Segundo Carlos Gomes, a filha Itala e a sobrinha Elizinha deveriam exibir as cores da bandeira brasileira, então mandou fazer dois vestidos amarelo-claros e as duas deveriam ter laços de fita verde na cabeça.
Assim era Carlos Gomes.

Trecho retirado de meu livro "OLHOS DE ÁGUIA - Maestro Antonio Carlos Gomes - A Trajetória de um Gênio", a ser lançado brevemente.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

MÃE-CORUJA É FOGO !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

ORGULHOSA EU SEMPRE FUI, DOS MEUS 3 FILHOS, QUE ALÉM DE LINDOS, SÃO GENTE DECENTE !!!!!
RODRIGO, O MAIS VELHO É ADVOGADO E É COMO MEU PAI FOI: NASCEU PARA O DIREITO ! UM SR. ADVOGADO ! (E MINHA NORA, MARIANA, É A COMPETENTE PROPRIETÁRIA DE UMA EMPRESA DE RECRUTAMENTO E SELEÇÃO, A "DIRECIONAL").
MINHA FILHA, ÉRIKA É, ALÉM DE LINDA, MUITO INTELIGENTE E CAPAZ: SE EU MORRER ANTES DE PUBLICAR MEU LIVRO "OLHOS DE ÁGUIA", SOBRE O MAESTRO CARLOS GOMES, SERÁ ELA QUE LEVARÁ MEU LIVRO ATÉ SEU DESTINO E QUE DARÁ CONTINUIDADE AO MEU TRABALHO E O FARÁ MAGNIFICAMENTE BEM.(E MEU GENRO, ADRIANO, É UM EXCELENTE JORNALISTA E, POR SER COMPETENTE, ESTÁ NA SECRETARIA DE SEGURANÇA DE SÃO PAULO)
AGORA, HOJE É DIA DESTE AQUI ! GUSTAVO, MEU CAÇULA !

ESTE AQUI, COMEÇOU AINDA MUITO JOVEM A "MOTIVA" E JÁ FEZ TUDO ISTO AQUI !
É BONITO, HONESTO, EFICIENTE E INTELIGENTE COMO OS IRMÃOS. NASCEU PARA A LIDERANÇA.
"FERA" EM FINANÇAS, GUSTAVO É UM ADMINISTRADOR NATO.(E MINHA NORA , ELENA, ADVOGADA COMO O RODRIGO,COM UM FUTURO PROMISSOR)
REALMENTE, SOU UMA MULHER ABENÇOADA: CÉLIO E EU FIZEMOS ESTES 3 NO CAPRICHO !!
TODOS DESCENDENTES DO MAESTRO CARLOS GOMES !
PRECISO DE MAIS ?

sábado, 19 de setembro de 2009

AINDA DÁ TEMPO !


CONCERTO ESPECIAL ANTONIO CARLOS GOMES
A ORQUESTRA SINFÔNICA DE CAMPINAS, FUNDADA PELOS MAESTROS JOÃO DI TULLIO E SALVADOR BOVE EM 1929, DEPOIS ORQUESTRA SINFÔNICA MUNICIPAL DE CAMPINAS, TENDO COMO SEU PRIMEIRO REGENTE, O MAESTRO LUIZ DI TULLIO E DEPOIS OUTROS, APRESENTA

DIA 20 DE SETEMBRO, DOMINGO (AMANHÃ) ÀS 11 HS.

NO ÚNICO TEATRO "VIÁVEL" DE CAMPINAS: CONVIVÊNCIA

REGENTE MAESTRO MÁRIO ZACCARO

NÃO PERCAM ! CARLOS GOMES MERECE !!


MAESTRO JOÃO DI TULLIO


MAESTRO LUIZ DI TULLIO


MAESTRO MÁRIO DI TULLIO


PROF. POMPEO DI TULLIO


ANGELO DI TULLIO

A ÚLTIMA OBRA DE CARLOS GOMES - nona - "COLOMBO" - 1892

"COLOMBO" - de CARLOS GOMES - interpretado pelo barítono SEBASTIÃO TEIXEIRA - 2008

A última grande obra de ACG foi “Colombo”, com sua música multiforme entre ópera, cantata e poema vocal-sinfônico, contando o descobrimento da América em 1492.
Carlos Gomes a chamava de “Cantata de Colombo”, mas acabou por denominá-la “poema vocal-sinfônico”.
Estreou em 12 de Outubro de 1892 no Teatro Lírico do Rio, dia do quarto centenário da América, precedida pela execução solene do Hino Nacional e pela abertura de “O Guarani”.
ACG, na partitura, dedicou “Colombo” ao povo americano.
Com “Colombo”, Carlos Gomes pagou a humilhação sofrida pela rejeição do Congresso brasileiro, projeto que o beneficiaria com modesta pensão. Pensou em ter o cargo de diretor do Conservatório de Música do Rio. O pedido não iria ser aceito.

A delicadeza e a ousadia de “O Guarani”, as novidades e as intenções modernizantes da “Fosca”, o paixão e alegria do “Salvador Rosa”, o refinamento técnico e o arrojo de “Maria Tudor”, a harmonia e a regularidade de “O Escravo” e a sinfonia do “Condor”, são qualidades da altíssima inspiração melódica de ACG.

Quase 50 anos depois, "Colombo" obteve pleno sucesso em 1936, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, sob a regência de Villa-Lobos.
“Colombo” representa a síntese da experiência criadora de ACG e sua obra mais acabada.

“Colombo” é uma obra de alto valor musical, pelo invencível impulso sinfônico que a anima do início ao fim. Última grande composição de ACG é obra de uma época em que ele, aos cinqüenta e seis anos de idade, com mais de trinta anos de ininterrupta atividade como autor de obras dramáticas, chegava ao absoluto domínio dos ilimitados recursos que havia adquirido ao longo de toda sua vida.

Nessa época, Carlos Gomes era o compositor de mais amplos recursos de seu meio na Itália e o único a pensar a música dramática com tal valorização de seus aspectos sinfônicos e orquestrais. “Colombo”, ao mesmo tempo em que é melodicamente inspirado, é exemplar na adaptação da música às palavras e no uso das vozes dos solistas e do coro.

Trata-se de obra para o palco que não podia dispensar a ação dramática e que o autor, pensando em cantatas para os norte-americanos, conduziu a este formato. Há cenas em “Colombo” de notável textura teatral com música dramática da mais alta qualidade e emoção. As intenções comerciais de Carlos Gomes, elaborando uma cantata operística e não uma ópera foram nocivas à sua última obra, que permaneceu sempre no meio da indefinição de empresários e produtores de espetáculos, não se sabendo ao certo se é uma ópera, um oratório, uma cantata.

“Colombo” é uma obra que requer a partitura de orquestra.


Crônica do jornal americano “The Chicago Herald” de 8 de Setembro de 1893
“... Duas horas de puríssimo gozo intelectual como raras vezes nos é dado apreciar na América. Quando perante os milhares de pessoas que esperavam impacientes ouvir as notas deliciosas do grande Maestro, apareceu a esbelta figura de Carlos Gomes, o másculo rosto genial envolto da farta cabeleira cinzenta e a banda rompeu com os dois hinos, o brasileiro e o americano, um frêmito de entusiasmo invadiu todos os espectadores que se levantaram como um só homem aplaudindo até o delírio o artista, no pleno vigor de todas as suas energias.
Depois de cada trecho, um delírio novo invadia-nos a todos e a festa poder-se-á qualificar, não só como a comemoração de um grande feito histórico, mas também como a apoteose de um homem !...
... Os artistas foram incomparáveis, a música apreciadíssima e quanta emoção, para nós italianos, ouvirmos a nossa língua adornada pelas notas deliciosas da música do Maestro Carlos Gomes ! Como foi vivo, intenso, espontâneo o entusiasmo que partia dos numerosos patrícios presentes e como grato e sorridente se mostrava com eles o belíssimo velho, quando do palco estendia as mãos às centenas de admiradores que o rodeavam.
Como se sabe, o Maestro Gomes é em parte uma glória italiana. Foi entre nós que completou os seus estudos e obteve seus maiores triunfos e quase todas as suas óperas foram escritas no nosso idioma...
... Quando perante o público exultante, a comissão do Brasil subiu ao palco para cumprimentar o grande compositor, os italianos enciumados por aquele testemunho de carinho, correram também para abraçá-lo e saudá-lo, levando-o com eles para tomar uma taça de champagne, mas logo depois o Maestro, com aquela modéstia e simplicidade que o tornam tão simpático, deixou-nos e foi cuidar da vida dele.”

E mesmo depois deste sucesso estrondoso, com entrada grátis, recebe de elementos brasileiros da comissão, contas de gastos pessoais, como hotel, restaurante, etc, ao invés de ter sido apoiado principalmente pelo governo brasileiro, como o grande artista que era. Intimaram-no a pagar U$1.114 dólares !

SEBASTIÃO TEIXEIRA - O MAIOR INTÉRPRETE DE "COLOMBO"

Trecho retirado de meu livro "OLHOS DE ÁGUIA - Maestro Antonio Carlos Gomes - A Trajetória de um Gênio", a ser lançado brevemente.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

A ARTE É ASSIM NO BRASIL !...


GRILUCHO ME DISSE que os artistas líricos do Teatro Municipal do RJ, veteranos nas temporadas, estão dando seus trajes típicos, jóias, adereços, etc... para o Museu do Teatro Municipal de São Paulo. Motivo: Foi desativado o Museu do RJ na Ditadura.

ME DISSE também, que a cantora Marize Pacheco encaminhou grande parte dos trajes que estão guardados em lugar climatizado em SP.

E DISSE que a cantora lírica Antéa Claudia, que viveu 37 vezes a Condessa de Boissy (Lo Schiavo), somente no Rio, encaixotou seus ricos vestidos, diadema, um leque de plumas e bijouterias, etc.

E QUE o falecido tenor ASSIS PACHECO, natural de Itú, SP, legou seu guarda-roupas. Inúmeras partituras de óperas foram doadas para a Universidade de Maceió e assim, salvam-se coisas solenes das grandes vozes.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Acabei de receber um e-mail do meu revisor e já amigo, Dr. Rogério Romero !


Bom dia, Denise!

Tudo bem?

Ontem, 16/09, o programa Pontapé Inicial da ESPN Brasil fez uma homenagem a Carlos Gomes lembrando o dia de seu falecimento em Belém e comentando ligeiramente seu histórico.

Esse programa é apresentado de segunda a sexta das 10 h às 12 h pelos jornalistas Eduardo Monsanto e José Trajano. Ficou, Trajano, surpreso por Carlos Gomes morrer em Belém; e como o programa é assistido por muitos fãs de esportes que colaboram enviando a todo momento posts e e-mails, logo um fã explicou ao jornalista o porquê de Carlos Gomes estar em Belém. Eu estava almoçando, neste momento. Tocou-se a abertura de "O Guarani".

Denise, apenas hoje consegui escrever, pois estava em viagem... mas ficam aqui minhas singelas homenagens ao Maestro!

Muito Grato. Beijo, Rogério.

CONVITE PARA AMANHÃ !



PEÇA "BURRICO DE PAU"
Centro de Convivência Cultural Carlos Gomes às 19:30
Apresentação da Peça Teatral "Burrico de Pau"
Direção: Jonas Lemos

BELÉM HOMENAGEIA CARLOS GOMES !






Recital de duos de canto e piano homenageia Carlos Gomes
Carlos Gomes é homenageado nesta quarta-feira (16)
15/09/2009 - 17h13m

O aniversário de morte do maestro Antonio Carlos Gomes será lembrado nesta quarta-feira (16) com um recital na Sala Ettore Bósio, a partir da 18 horas.

Uma programação especialíssima e primorosa foi montada para homenagear o maestro, contando com a participação de alunos do Instituto Carlos Gomes e de grupos artísticos como Tapac (percussão) e Coro Itacy Silva.

O grande Maestro Carlos Gomes, muito querido por nós, foi o primeiro diretor do Conservatório por um curto período de tempo, pois ao assumir a direção da Instituição; já estava bastante doente, permanecendo no cargo até sua morte em Setembro de 1896.

Em 1898 o então Conservatório de Música foi convertido em estabelecimento público, autorizado pelo governador Paes de Carvalho, recebendo a partir daí a denominação de Instituto Carlos Gomes, em homenagem ao seu primeiro diretor, o inesquecível Maestro.

O Recital em homenagem a Carlos Gomes acontece nesta quarta-feira (16), a partir das 18 horas, na Sala Ettore Bósio, do Instituto Estadual Carlos Gomes, Avenida Gentil Bittencourt, 977 – Nazaré.

Relembrar a obra de um dos maiores compositores brasileiros através de duos de canto e piano é o objetivo do recital em homenagem a Carlos Gomes, a ser realizado nesta quarta-feira (16), a partir das 19h, na Sala de Recitais do Centro de Ciências Sociais e Educação da Universidade do Estado do Pará (CCSE/Uepa), bairro do Telégrafo.

Com entrada franca, o evento é a forma encontrada pelos músicos David Martins, Luciana Tavares, Eliana Cutrim e Lenora Brito para relembrar com carinho, o centenário de morte do compositor, que faleceu em Belém no dia 16 de setembro de 1896, após dirigir o Conservatório que leva seu nome, um pedido do então governador, Lauro Sodré.

"O recital tem como objetivo manter a memória de um compositor brasileiro de progressão internacional, que viveu por alguns anos na Itália e que passou apenas dois meses em Belém e é amado até hoje. Esperamos que todos que apreciam a música erudita possam participar dessa, que é uma homenagem ao maior compositor lírico do Brasil. O repertório do recital é uma síntese do que Carlos Gomes realizou dentro da música lírica e camerística", diz Eliana Cutrim, pianista e uma das coordenadoras do evento.

Eliana Cutrim, juntamente com a pianista Lenora Brito compõem o duo pianístico que homenageará o compositor através de obras para piano a quatro mãos. O repertório inclui a "Marcha Nupcial", "Hino a Camões" e Protofonia da ópera " Il Guarany".
Já o duo de canto e piano será realizado por Luciana Tavares (soprano) e David Martins (piano). O casal apresentará "Conselhos" (canção); Mon Bonheur (canção) e Ad ogni mover lontan di fronda (ária da Ópera Fosca)

O evento é uma realização do Núcleo de Arte e Cultura (NAC/Uepa) e da coordenação do curso de licenciatura e de bacharelado em música da Uepa.

Os músicos - Luciana Tavares leciona canto lírico na Uepa e no curso técnico do Conservatório Carlos Gomes. É formada em música pela Universidade de Brasília e pela Escola de Música de Brasília, aperfeiçoado-se com Evgenia Anvelt, na Itália.
Já David Martins iniciou seus estudos com piano aos nove anos de idade, é formado em música pela Uepa, e possui mestrado na Universidade Federal de Goiás, onde desenvolveu uma pesquisa amparada pelo CNPq sobre a música de câmara de Heitor Villa-Lobos. Atualmente é professor de piano e de disciplinas teóricas do curso de bacharelado em música Uepa, em convênio com a Fundação Carlos Gomes.

O Duo pianístico de Eliana Cutrim e Lenora Brito tem um repertório que abrange Fauré, Ravel, Cesar Franck, Poulenc, Debussy, Darius Milhaud, Erik Satie, Brahms, Gershwin, assim como os compositores brasileiros Osvaldo Lacerda, Vasconcelos Correa, Francisco Mignone, Ernst Mahle. Dentre as gravações realizadas em CD pelo duo, está a obra "Carlos Gomes - Peças raras para piano solo e a quatro mãos", realizada pela Secretaria de Estado de Cultura (Secult), com gravação no Teatro da Paz.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

GRILUCHO TÁ BRAVO, HOJE !


GRILUCHO ME DISSE ...que já existia Maçonaria em Belém-do-Pará.Época em que Portugal ainda pensava que o Brasil continuava colônia. O povo muito aculturado, vivia no misticismo que a Igreja tanto lutou, mandando fuzilar os "Pajés", tribos inteiras eram submetidas à fôrça. A História do Brasil, registra que os padres e bispos, tinham escravos africanos que possuíam seus cultos próprios. D. Helder de Almeida Câmara, ex-arcebispo-auxiliar do Rio de Janeiro, por sua humildade, votos de pobreza e por saber de "coisas", foi perseguido pelos tonsurados que o jogaram na Diocese de Olinda, uma região pobre, insalubre. O tal arcebispo do Pará, d. Antonio Manoel deCastilho Brandão, autor da "proibição" da extrema-unção a Carlos Gomes, assistiu impassível a morte do grande brasileiro. Dom Antônio Manoel de Castilho Brandão, deve estar no inferno de Dante ou de Lúcifer, por ser tão CRISTÃO.
Obs.: TONSURA - É uma cerimônia religiosa em que o bispo dá um corte no cabelo do ordinando ao conferir-lhe o primeiro grau no clero, chamado também "prima tonsura".

GRILUCHO VEIO HOJE...


GRILUCHO ME DISSE que DEODORO e FLORIANO, maltrataram e perseguiram o Maestro, já doente e debilitado. DEODORO vetou a nomeação de Carlos Gomes para o Conservatório de Música. São considerados heróis! Nenhuma assistência religiosa foi feita ao grande cristão. Sua Eminência, o Senhor Arcebispo do Pará da época, não admitiu a presença de um "sacerdote" no local. MOTIVO: O Maestro era Maçôn. Como são CRISTÃOS nossos sacerdotes!!

TRIBUTO AO MAIOR GÊNIO DAS AMÉRICAS DO SÉC. XIX, ANTONIO CARLOS GOMES, IRMÃO DE MEU TRISAVÔ !


... DIA 16 PELA MANHÃ – Segundo relatos da época – a muito custo pediu e conseguiu beber um cálice de leite. Só falava por gestos. Às vezes, caía num leve sono. No dia anterior, pela manhã, querendo levantar-se, precisou apoiar-se no ombro de um amigo para não cair.

Quis mandar um telegrama, mas a pena caiu-lhe das mãos. Tendo que ir até o terraço da casa, em passeio, parou seis vezes para descansar.
Às 13:46, Carlos Gomes começava a agonizar.
Às 17:00, o maestro reanimou-se um pouco mais.
Ás 18:00, recebe um cálice de leite.
Às 10:35, o boletim:
“Expirou o eminente maestro. Cerrou-lhe os olhos o Dr. Lauro Sodré.... A morte de Carlos Gomes foi completamente serena. O arquejar regularíssimo diminuiu a pouco e pouco e o último suspiro esvaiu-se num ofego quase imperceptível. A expressão do rosto é serena.”

Nenhum sacerdote visitou Carlos Gomes em sua agonia e na hora da morte. Ele não recebeu extrema-unção nem Hóstia consagrada, talvez porque fosse maçon.
Num gesto piedoso, o Dr. Pedro Clermont colocou-lhe sobre o peito um crucifixo na hora final.

Nem uma ruga na vasta testa, nem um músculo contraído nas faces encovadas e frias. Partiu deste mundo, com a consoladora certeza de saber que os filhos ficariam temporariamente amparados.

(trecho retirado do capítulo "Momentos Finais", de meu livro - "Olhos de Águia" - Maestro Antonio Carlos Gomes - A Trajetórias de um Gênio - ,que será editado brevemente)

Anotações rascunhadas por Carlos Gomes:






“A Pátria de Rossini, o berço das Artes, laureou o vosso nome, ilustre Maestro. Mas vós laureais a vossa Pátria.”

Rio de Janeiro em 23 de Novembro de 1870
J. DE ALENCAR



“Para os filhos do céu gêmeas nasceram
A inspiração e a glória.”
MACHADO DE ASSIS




“... Com o mesmo entusiasmo com que os alemães celebravam em Mozart o gênio enviado pela Providência para trazer a este mundo a sublime revelação musical, podemos nós, brasileiros, celebrar em Carlos Gomes o grande predestinado da Providência real e humana, que ao mundo todo revelou, nessa admirável linguagem universal dos sons, a nossa existência como povo culto, livre e soberano.”

LAURO SODRÉ (governador do Pará, na época)


“... Ele tão só poderia assinalar esta dupla sublimidade que fascina: a magnitude da Pátria, cuja máxima expressão é a Amazônia e o seu gênio nativo que é a síntese do “Guarany”.”
CESAR BIERRENBACH (grande amigo do Maestro)



Artigo de “Cidade do Rio”, do Rio de Janeiro, sobre as homenagens prestadas pela Amazônia a ACG:
“Se a Amazônia não lhe houvesse perfilhado o gênio; se ela não houvesse forçado a Pátria a meditar no que vale um filho igual ao maestro, que obrigou o mundo a repetir o seu nome como o de um povo já amadurecido pela razão intelectual do século; se essa nobre Amazônia não houvesse tratado com o seu carinho fraternal a balança da Justiça Brasileira, para que se visse quanto pesava Carlos Gomes em nossa terra artística...
... O maestro ficou representando e muito justamente uma das realezas do talento nacional. E o povo não quis que se lhe faltassem com honras devidas à imperecível majestade. E dizer-se que a Amazônia faz parte do Brasil...”


De Coelho Neto, sob pseudônimo, na Gazeta de Notícias do Rio de Janeiro, reproduzida em Belém na “Folha do Norte” de 7 de Outubro de 1896:

“Emudeceu para sempre a grande harpa sonora da América...
... só agora, tombado, é que os homens podem medir a tua estatura.
Enquanto vivias, os vermes roíam-te. Grande mestre, viveste honestamente para a tua Arte, eras um enclausurado, não podias competir com os evidentes. Eras um rude, um expressivo apenas. Tu não sabias viver, mestre saudoso; eras simples e honesto e receavas tanto a multidão...
...O Brasil em peso, inclusive a Capital Federal tão avara, acaba de aclamá-lo e agora o seu cadáver é disputado...
... A Amazônia acolheu-o; foi ali que ele achou repouso para o seu corpo alquebrado e consolação para a sua alma amargurada, foi à sombra das palmeiras do Norte que o grande artista achou guarida, o seu derradeiro olhar foi para o céu do Equador, seu último suspiro foi para as florestas abaunilhadas...
... Carlos Gomes fez muito pelo Brasil mostrando à Europa, com a sua batuta, que sobre as águas do Atlântico havia um grande país que era o seu berço e de onde ele tirara a inspiração para os seus poemas musicais. Carlos Gomes é uma glória americana...
... Ainda assim foi bem feliz o músico porque sempre teve o Pará para recebê-lo... podia ter acabado na Santa Casa. Foi melhor assim, o Norte salvou a honra da República...
... Deus criou a sombra para acompanhar o Sol, o chacal para acompanhar os leões; o cedro tem o cogumelo agarrado à raiz, o livro tem o seu verme, a traça. Porque nos havemos de revoltar contra os que começam a tripudiar sobre o morto ? Há larvas que não podem farejar um cadáver. Mas esse sagrado espojo é como uma semente maravilhosa, fica na terra mas a sua flor desabrocha na Eternidade...
... O seu cadáver é disputado – a terra que teve o berço quer também ter o esquife e a Amazônia piedosa parece que vai abrir mão dessa relíquia... Parece que as almas começam a despertar...
O morto está em toda a Pátria, a sua alma ficou eterna no país ...
Essa é a grande imortalidade – a vida no coração e no espírito do povo – e os críticos que a destruam.
Grande mestre, orgulho de minha terra... eu te saúdo à tua passagem para a Posteridade.” (“Carlos Gomes no Pará” - Clóvis Moraes Rego – p. 257 a 261)

CALIBAN (era um dos pseudônimos de Coelho Neto)


Monteiro Lobato fala sobre o maestro:

“É dessas criaturas privilegiadas que possuem o dom divino da arte, mas que às vezes, passam a vida inteira sem se revelarem a si próprios.”


DE JOELHOS

“Cheguei já tarde, meu adorado velho ! Nem pude oscular-te a juba genial que a tesoura malévola do destino deitou abaixo, tal como se faz a um condenado na sentença iníqua da guilhotina !
A cabeleira branca voou, como a formar nuvens do ocaso divino do teu gênio, que só poderia pratear as resplandecentes paragens da Amazônia !
Como te encontro magro, meu Hércules ! Vi-te tão grande, erguendo a batuta inspiradora no tablado do Scala, da Ópera, de São Carlos e da Paz, e agora venho te encontrar tão exíguo e quase te confundo com as dobras do lençol de seda que te cobre !
Atleta, eras o Moisés da Bíblia a fazer brotar com a varinha as catadupas milagrosas da harmonia; mártir, transformaste-te nos fantasmas diáfanos destas matas a quem deste a vida nos teus cânticos !
Mas, como se deu tamanha fatalidade ? Seria essa cabeça um vulcão, cujas lavas eruptas, depois de iluminarem o mundo com a “Fosca”, fizeram-te ensangüentar a língua como o fundo da cratera ?!
Onde está o brilho desse olhar vago que dominava as multidões com o relâmpago dos raios daquela alma ardentíssima ?!
Mestre, tu fizeste a língua dos homens interpretar a alegria e as dores e só tiveste para a tua a sensibilidade cruciante da agonia !
Pobre águia ferida pelos tiros do Destino; escolheste para morrer a linha máxima do Equador, para com as asas abertas repartir, como um sol no ocaso o brilho da tua luz pelos dois hemisférios. Lei fatal das trajetórias: relativamente os astros também caem.
Eu quero adorar-te no tabernáculo sagrado da floresta, onde o canto fetichista dos sacerdotes indígenas entoam o “de profundis” ao mavioso cantor de Pery.
Nem podias, santo das multidões, encontrar mais reconcentrado Horto, do que nas margens deste rio-mar, para recolher nas suas ondas a baga do suor agonizante e confundir nas suas tempestades o gemido de um deus moribundo !
Carlos Gomes expirou: prostemo-nos.”

AMOUR (pseudônimo de Ignácio Moura – poeta, historiador, geógrafo, educador, polígrafo, tribuno, engenheiro, matemático, publicista e baluarte do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, sócio fundador da “Mina Literária”, membro da Academia Paraense de Letras).


CERTIDÃO DE NASCIMENTO DE CARLOS GOMES:


CERTIDÃO DE ÓBITO DE CARLOS GOMES:


(As fotos e os documentos foram retirados de meu livro "Olhos de Águia")

DENISE MARICATO - 16 de Setembro de 2009 - 113 anos da morte de Antonio Carlos Gomes