UM APERTO DE MÃO
Natal - 2000
Ontem, minha despedida de minha mãe foi apenas um aceno de cabeça e um aperto de mão, pois, ela não podia olhar, não podia falar, não podia sorrir, mas fez tudo isso e muito mais num simples aperto de mão.
Minha mão na dela falou tanto... falou uma vida... falou tudo.
Sua mão na minha, apertada, conversou tanto... entendeu tudo, um diálogo aparentemente mudo, mas que trouxe à tona toda uma vida.
Os desencontros, as ausências, os silêncios, apagaram-se todos naquele adeus mudo, mas eterno.
Tudo é tão efêmero, a vida é tão fugaz, o tempo tão inexorável... as desavenças tão estúpidas.
Agora estou sem ela e o coração chora sua ausência.
Mas, melhor que meus queridos pai e avó, pudemos as duas conversar por vibrações e elas foram tudo o que eu precisava.
Estou profundamente triste, mas em paz...
Até breve, mamãe... que bom que pude te dizer ‘eu te amo’.
Sua filha
DENISE
MOMENTO INESQUECÍVEL
Recebi este e-mail agora há pouco de um amigo:
ResponderExcluirQuerida Amiga Denise
Infelizmente, as palavras não possuem o condão de aliviar a dor que o nosso coração sente nestes tristes momentos de ruptura e despedida.
São momentos para os quais sempre achamos que estamos preparados para enfrentar, assim como o piloto que estuda e treina para operar todos os instrumentos de comando, nas situações de emergência.
Quando chega a hora, descobrimos o quando estamos fragilizados.
Faltam--nos forças, vai-se o elã e o nosso alardeado preparo esfuma-se nas brisas da tristeza e da solidão.
O falecimento da nossa mãe é o acontecimento que nos deixa órfãos em definitivo e marca o difícil mas inadiável encontro com a nossa mais íntima realidade.
Não o vejo e nem o sinto como um momento fúnebre, mas como uma hora importante e indispensável para a nossa evolução espiritual.
Querida amiga, viva com intensidade esse momento que é único e, independentemente das nossas idades, de quantos amamos e por quantos somos amados, é um momento que nos faz sentir crianças e, sem dúvida, provoca-nos um transe muito profundo, mas importante para que possamos prosseguir na longa e luminosa estrada que temos ainda para percorrer.
Esteja certa, Denise, lá do alto ela velará por você e, nos momentos críticos, você sentirá a sua presença e a sua orientação.
Você, talvez, atribuirá à intuição, mas serão as mãos dela que estarão guiando os seus passos.
E que Deus seja louvado, em sua sabedoria e misericórdia.
Abraços.
Roberto
Dores que machucam fundo, mas às quais sobrevivemos sem lamentos.
ResponderExcluirParabéns pela crônica, Denise!
Recebi este e-mail da minha querida amiga Carmen Lins:
ResponderExcluirDenise, fiquei sabendo agora. Linda sua crônica! Linda mesmo. Fiquei emocionada. Mãe é mãe! Por isso devemos sempre dizer a ela o quanto a amamos. "De Carlos Drummond"
Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre
junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino
feito grão de milho.
Minha amiga Carmen, mandou-me este e-mail:
ResponderExcluirDenise, bela sua crônica! belo o seu amor filial. Ela deve ter partido orgulhosa da filha que deixou. Se a gente refletisse mais, não haveria tanta desavença neste mundo de Deus! Tudo tão passageiro. É preciso amar mais as pessoas, não magoar.
"um pedacinho do que escrfeveu Carlos Drummond sobre mães que partem nos versos Para Sempre:
"Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre
junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino
feito grão de milho."
Meu filho Gustavo tentou colocar este comentário aqui, não conseguiu. Aí mandou-me por e-mail:
ResponderExcluirFico muito feliz por você ter tido tempo de dizer a ela "Eu te amo, mamãe" e aproveito esta oportunidade pra te dizer também: "Eu te amo, mamãe."
Gustavo