CINEMA PODE SER POESIA, COMO MOSTRA "BAARÌA"
by Paula Ribeiro
"O filme Baarìa - A Porta do Vento, que chega hoje a Campinas em apenas uma sala, é pura poesia. Cinema italiano em sua melhor forma, o longa de Giuseppe Tornatore consegue retratar as esperanças do povo de uma província da Itália ao longo de 40 anos, por meio da história de Peppino Torrenuova - mais que uma autobiografia do diretor, uma história de seus ancestrais.
No longa, Peppino (Francesco Scianna) começa como um menino de comportamento problemático nos anos 1930, atravessa a dura experiência da guerra, nos 40, sob o fascismo, vive um romance proibido e se casa com a bela Mannina (Margareth Madè), até chegar, na maturidade, à vida política, aos anos de militância no Partido Comunista Italiano.
O clima romântico do filme - que só os italianos conseguem dar - é uma das características mais marcantes da obra, que lembra muito e faz referências explícitas a Cinema Paradiso.
Neste ano, porém, a Academia de Hollywood não aceitou sequer, que o filme concorresse ao prêmio na categoria estrangeiro, não devem ter entendido, uma vez que é sabido que faltam aos americanos a sensibilidade das entrelinhas.
Mas foi o mais assistido da Itália, um recorde de bilheteria para a produção mais cara - e talvez a mais bela - do diretor.
Baarìa é como os próprios sicilianos se referem, em dialeto, a Bagheria, região da Sicília, onde nasceu Tornatore.
Por meio dos olhos dos moradores daquela pequena vila, a história da Itália se passa, com vida e morte, amor e ódio, sexo e sentimento, sempre sutis nas mãos do bem-humorado diretor.
As crianças de Tornatore são um espetáculo à parte.
Sua visão ingênua e o jeito traquina, conseguem despertar o âmago de seus espectadores, seja por meio das imagens, ou da mensagem de seus filmes, que conseguem ser contundentes sem perder a leveza."
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FRASE DA VEZ:
"AS PALAVRAS TEM A LEVEZA DO VENTO E A FORÇA DA TEMPESTADE." (Victor Hugo)
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Itália sempre bela!
ResponderExcluirE poesia está presente na vida.
"Poeta, não é somente o que escreve.
É aquele que sente a poesia, se extasia sensível ao achado de uma rima à autenticidade de um verso."
Cora Coralina
Do site O Pensador