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quinta-feira, 30 de setembro de 2010
CULTURA CAMPINEIRA NO FOSSO
CULTURA NO FUNDO DO FOSSO
by Amadeu Tilli (ator e diretor teatral)
"A minha vida artística, que se iniciou em 1964, coincidiu com o fechamento do saudosíssimo Teatro Municipal Carlos Gomes, às vésperas da nossa estreia.
A falta do teatro acabou obrigando o Teatro do Estudante de Campinas a mudar planos e estrear espremidos no pequeno palco do Centro de Ciências.
Nosso cenário fora concebido para o Municipal. Era um carroção cigano de proporções reais que entraria palco adentro puxado por um cavalo de verdade. Imaginem... Acabou espremido e parado, quase batendo no teto do pequeno palco do Centro de Ciências.
Voltamos a sonhar em 1970 com o nascimento do Castro Mendes. Cinema ou teatro, não importa (...)
(...)Fizeram todos das tripas coração, não só para montar a ópera “O Guarani”, e também para abrir o primeiro e hoje famosíssimo fosso do Castro Mendes, depois ampliado nas reformas de 1974, o que conferiu ao Castro Mendes o status de verdadeiro teatro.
Não aceitarei como cidadão, público e como artista qualquer desculpa, esfarrapada ou não, que elimine esse equipamento essencial para nós, aqueles vaidosinhos (e eu me incluo neles) que querem porque querem a manutenção do fosso.
Senti-me profundamente ofendido pelas asneiras que tenho lido pelo Correio. Estou sim, tomando as dores das pessoas citadas, como Lúcia Teixeira.
Será que Fernanda Montenegro e Denise Fraga sabem que estão sendo responsabilizadas ridiculamente pela eliminação do fosso?
Qualquer artista de verdade sabe da necessidade do fosso. Ainda mais nos dias de hoje, onde todas as reformas e restauros feitos nos antigos teatros, como o Teatro da Paz, de Belém do Pará, e outros, utilizam-se de modernos sistemas de elevadores hidráulicos para abertura e fechamento rapidíssimo desse, aqui em Campinas malfadado e pernicioso vilão, chamado fosso.
TEATRO DA PAZ EM BELÉM DO PARÁ
Pior e melhor ainda é recuperar o ninho de morcegos (todos com DRT) do Convivência. Ótimo, maravilhoso, perfeito, isso já deveria ter sido feito no século passado. Só que o “meliante” do Convivência é menor e o teatro também; e o senhor Arthur e seu violino terão que se espremer ainda mais para tocar — ou seria “executar” seu trabalho?
Pobre cidade de Campinas, terra natal de CARLOS GOMES ! Já imaginaram se descobrissem que CARLOS GOMES, o tal maestro, esse chato desconhecido que denomina teatros, que está enterrado naquele monumento-túmulo, segurando aquela varinha, não nasceu em Campinas? Seria um alívio para muita gente.
Qualquer cidade do mundo estaria montando suas óperas e o recebendo, mesmo velho e doente, coisa que a gloriosa cidade de Campinas não fez. Oh, terrinha ingrata! Sua terra natal nem teatro mais tem, muito menos o “meliante” do fosso.
Sou ator, sou cantor, sou um montão de coisas, vou até abrir a cortina, se chamado for. Não sou vaidoso, sou artista. Será que ainda verei outra gloriosa estréia do Castro Mendes, com orquestra, coro, solistas, balé? (...)
(...)Parece piada, mas não é. Sinto inveja, no bom sentido e incomensurável vergonha, quando viajo em temporada pela vizinhança: Paulínia, Jaguariúna, Vinhedo, Itatiba etc., cidades que, ditas pequenas, possuem teatros lindos que me deixam triste, pequeno, diante da qualidade desses equipamentos culturais.
THEATRO MUNICIPAL DE PAULÍNIA
Que os Deuses do Teatro iluminem estas pessoas que, casualmente e temporariamente (graças...), estão no poder para que não perpetuem mais esse crime cultural. Até sempre a todos."
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COMENTÁRIO DA DENISE:
Este é o espaço do nosso EX - THEATRO MUNICIPAL DE CAMPINAS:
Bonito, não ?
Não é preciso dizer mais nada... apenas, que Campinas MERECE !!
E que a infestação de morcegos aumente cada dia mais !!! Que prolifere, assim como prolifera a ignorância da administração pública de Campinas.
Bem, amigos gomesianos, termina hoje o mes de CARLOS GOMES.
Peço-lhes desculpas se me repeti em alguma postagem sobre o maestro, pois, fui fazendo... sem prévia programação... fui deixando o coração escolher algumas coisas de meu livro, para dividir com vocês.
E nessas postagens espontâneas, corri o risco de me repetir.
Não foi intencional.
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FRASE DA VEZ:
"NÃO IR AO TEATRO É COMO FAZER A TOILETE SEM ESPELHO." (Arthur Schopenhauer)
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