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quinta-feira, 1 de outubro de 2009
"LO SCHIAVO" - sétima ópera de Carlos Gomes
"ALVORADA", música brasileira no alvorecer do séc.XIX de CARLOS GOMES, abertura da ópera "LO SCHIAVO" (O ESCRAVO)
Dedicada à Princesa Isabel.
"O ESCRAVO" não teve fácil gestação: escolhido o título em 1880, sabemos que em 1883 já estava com a composição em processo de criação, conseguindo terminá-la apenas em 1887. Em 1888, houve uma briga com o poeta Paravicini, autor do libreto, que não quisera dar a Carlos Gomes a satisfação de fazer cantar o Hino da Liberdade no segundo ato da ópera, com os versos especialmente escritos pelo seu amigo tenente Francisco Giganti.
Por não concordar em retirar o hino da ópera, Carlos Gomes preferiu retirá-la dos cartazes do teatro de Bologna, resolvendo vir imediatamente montar "O ESCRAVO" no Brasil.
Fica dez anos sem levar uma obra nova sua aos palcos e doze, aos palcos italianos. É um período de composição e maturação de sua obra prima "O ESCRAVO"; é quando ele chega a seu apogeu como compositor de música dramática.
A ópera mais bonita de todas as compostas por Carlos Gomes baseia-se, inicialmente, em uma peça de teatro de Alexandre Dumas Filho, pouquíssimo conhecida e comentada, chamada Les Danicheff; em fatos reais da vida de Alfredo Taunay, amigo de Carlos Gomes; e no poema épico A Confederação dos Tamoios”, de Domingos José Gonçalves de Magalhães, inspirado em fatos verídicos da História do Brasil.
A ação acontece em uma fazenda do Rio de Janeiro por volta de 1567, a fazenda do Conde Rodrigo junto ao rio Paraíba. Seu filho, o jovem oficial da Marinha, Américo, apaixona-se por Ilara, jovem indígena, que é mantida na fazenda como doméstica. O pai não admite o romance e nem o casamento do filho com uma escrava.
Ordena, então, que o jovem se junte à armada portuguesa que está combatendo os Tamoios na baía da Guanabara.
Américo declara-se a Ilara e fala do receio de deixá-la. Parte acreditando que, ao voltar, seu pai abençoará o casamento. Mas o pai é inflexível e, enquanto o filho está em combate, realiza o casamento de Ilara com Iberê.
A abertura – A Alvorada – é perfeita – trecho musical de raros dotes descritivos, cheio de matizes orquestrais evocando, em sonoridades vivas, a madrugada na floresta tropical, entre o murmúrio do arvoredo e o canto delicioso de nossos pássaros, terminando com um dinamismo orquestral riquíssimo e verdadeiramente empolgante. São oito páginas saborosas, formando um poema musical de infinita delicadeza.
Trecho retirado de meu livro "OLHOS DE ÁGUIA - Maestro Antonio Carlos Gomes - A Trajetória de um Gênio", a ser lançado brevemente.
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