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sábado, 26 de setembro de 2009
ACORDA, CAMPINAS !!!!!!!!!!!! - CAP. 1
TORNA-SE REALIDADE A SINFÔNICA MUNICIPAL
Para que não se diga mais nenhuma bobagem infundada, para que não se torça a realidade dos fatos, para que Campinas tome, de uma vez por todas, vergonha e honre os nomes realmente importantes da cidade, ao invés de premiar descriteriosamente, mantendo acesa a memória do povo campineiro e fazendo justiça a um passado enterrado propositadamente, começamos hoje, um curso, que eu chamarei de “Passando a limpo o banco-de-memórias de Campinas”.
Com estas “aulas”, espero que, quem quer que se aventure a procurar, a pesquisar, a estudar, a desvendar, a explicar qualquer ponto da História da Música de Campinas, não o faça sem a devida atenção.
E, sendo eu, sobrinha trineta de Carlos Gomes e casada com um Tullio, vejo-me na obrigação e no direito de esclarecer e corrigir certos pontos. Para tal, contei com a preciosíssima colaboração das filhas dos maestros Luís di Tullio e Mário di Tullio, Mariângela e Lúcia.
Apresentarei aqui, aos poucos, documentos, reportagens, entrevistas e provas e decreto da origem da Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas, fundada em meados de 1968, que passou de Orquestra Sinfônica Universitária para o nome atual, sob a regência do maestro Luís di Tullio.
Correio Popular de 4 de Fevereiro de 1968
Em entrevista concedida ao “Correio Popular”, o reitor da Universidade Católica, mons. Emílio José Salim, detalha e esclarece a transformação da Orquestra Sinfônica Universitária em Orquestra Sinfônica Municipal.
Afirma o reitor da UCC que em Campinas, o prefeito Ruy Novaes tem-se mostrado bastante sensível aos apelos de sua dinâmica e clarividente Secretária da Educação, a ilustre professora Jacy Milani, particularmente no campo da instrução e das belas artes.
Pode hoje Campinas se ombrear com as mais cultas Municipalidades do País, nas suas realizações, desde o ensino primário com seus insuperáveis parques-escolas, até as mais peregrinas manifestações artísticas e agora no campo da música clássica.
Adiantou mons. Salim, que a Sinfônica Municipal de Campinas foi criada há ano e pouco, por lei específica e devidamente regulamentada, estando no momento, de todo organizada e já na próxima quarta-feira, deverá iniciar os ensaios para o primeiro concerto do ano, em fins de Março.
SINFÔNICA UNIVERSITÁRIA
Reportando-se à Sinfônica Universitária, declarou o reitor: “Não suportando a ausência de uma Sinfônica representativa dos altos foros artísticos de nossa cidade, conhecida universalmente como a terra do maior gênio musical das Américas, a Universidade Católica, em colaboração estreita com o Conservatório Musical Carlos Gomes, organizou a nossa Sinfônica Universitária.
Com ingentes sacrifícios nós a mantivemos em brilhante atividade por quatro anos e, sem embargo da Sinfônica Municipal, continuará ainda como instituição complementar dos propósitos artísticos da nossa Faculdade de Música e do Conservatório Carlos Gomes.
Convidados por D. Jacy Milani para colaborar na organização da Sinfônica Municipal, resolvemos suspender, provisoriamente, nossas atividades.
Celebramos convênio com a Secretaria de Educação,cedendo-lhe todo o nosso rico arquivo musical, vários instrumentos de alto custo e todo o corpo de músicos, começando pelo nosso regente Luíz di Tullio.”
Disse mons. Salim que “também a antiga Orquestra Sinfônica de Campinas, que ainda conta com alguns sócios remanescentes, cederá seu patrimônio à nova Sinfônica.” E informou que o prefeito Ruy Novaes “num reconhecimento público dos autênticos valores da “casa”, havia assinado decreto, nomeando o maestro Luíz di Tullio, regente da Municipal.
E continuou: “Por sua vez, D. Jacy Milani nomeou Reinaldo Prestes e Jordão Bruno Lunardi, respectivamente, administrador e redator-arquivista da Orquestra.
Já compõem a Sinfônica Municipal, 54 executantes oficiais de Campinas, além daqueles que atendendo o edital da Secretaria da Educação, se dispuseram a integrá-la, podendo assim a Sinfônica contar com todos os valores musicais de Campinas.”
Por enquanto, os ensaios às segundas, quartas e sextas, serão no Teatro da Secretaria da Educação, devendo os concertos se realizar de dois em dois meses.
Não deixarão de ser convidados, periodicamente, para reger a Sinfônica os maestros de SP e do Rio.
Ainda uma vez, Campinas não desmente suas gloriosas tradições artísticas, que a constituem sem favor, numa autêntica metrópole, em todas as áreas, multiforme atividade cultural.
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