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quinta-feira, 18 de outubro de 2012

A CAMINHO DE NEW YORK !


SENTAR-SE À JANELA DO AVIÃO
Alexandre Garcia

Era criança quando, pela primeira vez, entrei em um avião. A ansiedade de voar era enorme.
Eu queria me sentar ao lado da janela de qualquer jeito, acompanhar o vôo desde o primeiro momento e sentir o avião correndo na pista cada vez mais rápido até a decolagem.
Ao olhar pela janela via, sem palavras, o avião rompendo as nuvens, chegando ao céu azul. Tudo era novidade e fantasia.
Cresci, me formei, e comecei a trabalhar. No meu trabalho, desde o início, voar era uma necessidade constante.
As reuniões em outras cidades e a correria me obrigavam, às vezes, a estar em dois lugares num mesmo dia.
No início pedia sempre poltronas ao lado da janela, e, ainda com olhos de menino, fitava as nuvens, curtia a viagem, e nem me incomodava de esperar um pouco mais para sair do avião, pegar a bagagem, coisa e tal.

O tempo foi passando, a correria aumentando, e já não fazia questão de me sentar à janela, nem mesmo de ver as nuvens, o sol, as cidades abaixo, o mar ou qualquer paisagem que fosse.
Perdi o encanto. Pensava somente em chegar e sair, me acomodar rápido e sair rápido.
As poltronas do corredor agora eram exigência. Mais fáceis para sair sem ter que esperar ninguém, sempre e sempre preocupado com a hora, com o compromisso, com tudo, menos com a viagem, com a paisagem, comigo mesmo.
Por um desses maravilhosos ‘acasos’ do destino, estava eu louco para voltar de São Paulo numa tarde chuvosa, precisando chegar em Curitiba o mais rápido possível.
O vôo estava lotado e o único lugar disponível era uma janela, na última poltrona.
Sem pensar concordei de imediato, peguei meu bilhete e fui para o embarque.

Embarquei no avião, me acomodei na poltrona indicada: a janela. Janela que há muito eu não via, ou melhor, pela qual já não me preocupava em olhar.
E, num rompante, assim que o avião decolou, lembrei-me da primeira vez que voara.
Senti novamente e estranhamente aquela ansiedade, aquele frio na barriga. Olhava o avião rompendo as nuvens escuras até que, tendo passado pela chuva, apareceu o céu.
Era de um azul tão lindo como jamais tinha visto. E também o sol, que brilhava como se tivesse acabado de nascer.
Naquele instante, em que voltei a ser criança, percebi que estava deixando de viver um pouco a cada viagem em que desprezava aquela vista.
Pensei comigo mesmo: será que em relação às outras coisas da minha vida eu também não havia deixado de me sentar à janela, como, por exemplo, olhar pela janela das minhas amizades, do meu casamento, do meu trabalho e convívio pessoal?
Creio que aos poucos, e mesmo sem perceber, deixamos de olhar pela janela da nossa vida.

A vida também é uma viagem e se não nos sentarmos à janela, perdemos o que há de melhor: as paisagens, que são nossos amores, alegrias, tristezas, enfim, tudo o que nos mantém vivos.
Se viajarmos somente na poltrona do corredor, com pressa de chegar, sabe-se lá aonde, perderemos a oportunidade de apreciar as belezas que a viagem nos oferece.
Se você também está num ritmo acelerado, pedindo sempre poltronas do corredor, para embarcar e desembarcar rápido e ‘ganhar tempo’, pare um pouco e reflita sobre aonde você quer chegar. A aeronave da nossa existência voa célere e a duração da viagem não é anunciada pelo comandante. Não sabemos quanto tempo ainda nos resta. Por essa razão, vale a pena sentar próximo da janela para não perder nenhum detalhe. Afinal, a vida, a felicidade e a paz são caminhos e não destinos.

Com este texto, simples e verdadeiro, de Alexandre Garcia, despeço-me temporariamente de vocês, amigos do Blog, pois, estarei indo para Nova York por 18 dias.
Não só para NY, mas pretendo conhecer as Cataratas do Niágara e terminar a viagem em Miami.
Prometo trazer bastante 'dicas' para quem vai viajar para lá também e muitas fotos !
Até a volta, se Deus quiser !!

 PASSEIO PELA LUA
 
  
 Liza Minnelli & Luciano Pavarotti - NEW YORK, NEW YORK 

 

terça-feira, 16 de outubro de 2012

666 - QUINTANA


 SEISCENTOS E SESSENTA E SEIS
Quintana
A vida é uns deveres que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são 6 horas…
Quando se vê, já é 6ª-feira…
Quando se vê, passaram 60 anos…
Agora, é tarde demais para ser reprovado…
E se me dessem – um dia – uma outra oportunidade,
eu nem olhava o relógio.
seguia sempre, sempre em frente…

E iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas.
O TEMPO É TEU CAPITAL 

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

DIA DO PROFESSOR


COMO SURGIU O  'DIA DO PROFESSOR'
 
"Tudo começou com um decreto imperial, de 15 de outubro de 1827, que trata da primeira Lei Geral relativa ao Ensino Elementar. Este decreto, outorgado por Dom Pedro I, veio a se tornar um marco na educação imperial, de tal modo que passou a ser a principal referência para os docentes do primário e ginásio nas províncias. A Lei tratou dos mais diversos assuntos como descentralização do ensino, remuneração dos professores e mestras, ensino mútuo, currículo mínimo, admissão de professores e escolas das meninas.

A primeira contribuição da Lei de 15 de outubro de 1827 foi a de determinar, no seu artigo 1º, que as Escolas de Primeiras Letras (hoje, ensino fundamental) deveriam ensinar, para os meninos, a leitura, a escrita, as quatro operações de cálculo e as noções mais gerais de geometria prática. Às meninas, sem qualquer embasamento pedagógico, estavam excluídas as noções de geometria. Aprenderiam, sim, as prendas (costurar, bordar, cozinhar etc) para a economia doméstica.


Se compararmos a lei geral do período imperial com a nossa atual lei geral da educação republicana, a Lei 9.394/96 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação), persegue ainda ideais imperiais, ao estabelecer, entre os fins do ensino fundamental, a tarefa de desenvolver a “capacidade de aprender, tendo como meios básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo”. Portanto, mais de um sesquicentenário da lei, perseguimos os meus objetivos da educação imperial.

A Lei de 15 de novembro também inovou no processo de descentralização do ensino ao mandar criar escolas de primeiras letras em todas as cidades, vilas e lugares mais populosos do Império. Hoje, além da descentralização do ensino, para maior cobertura de matrícula do ensino fundamental, obrigatório e gratuito, o poder público assegura, por imperativo constitucional, sua oferta gratuita, inclusive, para todos os que a ele não tiveram acesso na idade própria (Inciso I, artigo 208, Constituição Federal).
A remuneração dos professores é, historicamente, o grande gargalo da política educacional, do Império à Nova República, de Dom Pedro I a Fernando Henrique Cardoso I e II. O grande mérito do Imperador, ao outorgar a Lei de 15 de outubro de 1827, foi o de não se descuidar, pelo menos, formalmente, dos salários dos professores. No artigo 3º da lei imperial, determinou Dom Pedro que os presidentes, em Conselho, taxariam interinamente os ordenados dos Professores, regulando-os de 200$000 a 500$000 anuais, com atenção às circunstâncias da população e carestia dos lugares.
O economista Antônio Luiz Monteiro Coelho da Costa, especialista em cotação de moedas, atendendo minha solicitação, por e-mail, fez a conversão dos réis, de 1827, em reais de 2001 (discutíveis): estima Luiz Monteiro que 200$000 eqüivalem a aproximadamente R$ 8.800,00 (isto é, a um salário mensal de R$ 680, considerando o 13º) e 500$000 a aproximadamente R$ 22.000(R$ 1.700, por mês).
Os dados mostram como os professores, no século XXI, em se tratando de remuneração, recebem bem aquém dos parâmetros estabelecidos pela lei imperial, no longínquo século XIX. De acordo com dados recentes do Ministério de Educação, do total de professores, 65% ganham menos que R$650, 15% ganham entre R$650 e R$900 e 16% ganham mais de R$900. O salário médio mensal, de acordo com o senso do Ministério de Educação, é de R$1.474 nas escolas federais, R$656 nas particulares, R$584 nas estaduais e R$372 na municipais. Nos municípios cearenses, ainda encontramos milhares de professores recebendo (e com atraso) menos do que um salário mínimo vigente.
Atualmente, a Constituição Federal de 1988, no seu inciso V, artigo 206, garante, como princípio de ensino, aos profissionais de ensino, planos de carreira para o magistério público, com piso salarial profissional, mas até agora, não há vontade política para se determinar o valor do piso salarial profissional condigno para os professores.
A Lei de 15 de outubro de 1827 trouxe, por fim, para época, inovações de cunho liberal como a co-educação, revelada através da inclusão das meninos no sistema escolar e que as mestras, pelo artigo 13, não poderiam perceber menos do que os mestres.
A formação dos professores foi lembrada pela lei imperial. No seu artigo 5º, os professores que não tinham a necessária instrução do ensino elementar iriam instruir-se em curto prazo e à custa dos seus ordenados nas escolas das capitais.
Preocupados, hoje, com os 210 mil professores leigos, sem formação sequer do pedagógico ofertado no ensino médio, o Brasil contemporâneo, através da Emenda Constitucional n.º 14, de 12 de setembro de 1996 , a LDB, o Fundef, todos promulgados em 1996, orientam os governantes e as universidades para as licenciaturas breves, na luta contra esse déficit de professores habilitados para o magistério escolar, mas com o apoio financeiro do poder público em favor dos professores de rede pública de ensino (Magister, no Ceará, é um bom exemplo).
A expectativa da sociedade, política e civil, é a de habilitar, em nível superior, até o ano de 2007, o grande contigente de professores leigos da educação básica. Será que, ao comemorarmos o Dia do Professor em 2007, 180 anos depois da primeira geral da educação imperial, teremos atingido esse desiderato republicano? "
Vicente Martins
Professor Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA), de Sobral. 


MINUTOS CONTADOS

domingo, 14 de outubro de 2012

OS BROTOS NA CULINÁRIA



BROTOS OU REBENTOS
 BROTO DE ALFAFA

Brotos ou rebentos são a parte visível de plantas em estágios iniciais de desenvolvimento, no geral, consistindo de um caule em desenvolvimento e folhas.
 BROTO DE GIRASSOL

Os rebentos são frequentemente comidos por animais porque as paredes celulares das células ainda estão em desenvolvimento, fazendo com que tais fibras sejam mais fáceis de digerir. Como proteção, certas plantas produzem toxinas que fazem com que os brotos sejam inedíveis ou menos saborosos.
 BROTO DE FEIJÃO

No mundo inteiro, a alimentação viva vem sendo resgatada e servindo como eficaz ferramenta para recuperação e promoção da saúde. No passado, o alimento não cozido era o principal nas comunidades cristãs-essênias e muitos outros povos o utilizaram. 




BROTO DE AMENDOIM

Hoje é possível desenvolvermos em casa essa cultura que em pouco tempo mostrará seus resultados positivos principalmente na vida de nossos filhos. A produção caseira de brotos e grãos germinados, pelo fornecimento ostensivo de energia vital e grande quantidade de nutrientes essenciais, é tão importante para famílias e comunidades como tomar água, dormir e respirar. 
 BROTO DE ABACATE

Comecemos, entretanto, distinguindo didaticamente a diferença entre brotos e grãos germinados:
BROTO DE BRÓCOLI
  • O broto é o estágio avançado de germinação inicial da semente. Normalmente os brotos têm entre 8 cm e 10 cm de altura e apresentam folhas definidas.
  • O grão germinado, como já dissemos, é o momento inicial quando apenas uma pequena haste aparece. 
  • Ao lado de uma tigela recheada de folhas enormes, bem verdes e viçosas, eles quase nem aparecem. De cores tímidas, tamanho mirrado e uso pouco conhecido, no entanto, os brotos vegetais são um depósito poderoso de nutrientes - e de sabor! 
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  • BROTO DE CEBOLA
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  • Eles combatem os radicais livres e, por isso, retardam o envelhecimento. Vitaminas, fósforo e ferro também estão presentes nos vegetais, que rendem saladas deliciosas e até bolo.
     
  • BROTO DE MOSTARDA
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  • As saladas orgânicas tem um novo “layout” com micro vegetais, brotos e germinados. Nessa fase esses alimentos tem uma composição nutricional mais complexa além de ficarem mais bonitos e não receberem nenhum agrotóxico. Infelizmente são caros mas é possível cultivar.
 BROTO DE TRIGO

BROTO DE BETERRABA

 BROTO DE CHUCHU

 BROTO DE LENTILHA

 BROTO DE PLEOROTUS

 BROTO DE BAMBU

 BROTO DE BATATA


FLOR DE MURANO 
 

sábado, 13 de outubro de 2012

A CASA - OVO

LAR, DOCE OVO

 
A empresa belga de arquitetura dmvA apresenta uma casa móvel inusitada: um ovo. Design criativo, mobilidade e sal a gosto.
Este é o nome da casa móvel com conceito da empresa belga dmvA, que chamou bastante a atenção por suas qualidades e também limitações.
A Blob VB3 é um projeto que visa atender as necessidades de mobilidade (questionável) oferecendo a possibilidade de viver ao ar livre com mais conforto e prazer. Possui uma área de 20 m2 e é produzido essencialmente com poliéster, produto sintético de várias aplicações, comumente encontrado na indústria têxtil (depois de uma vasta procura infelizmente não encontrei a informação sobre seu peso, mas supõe-se que, para respeitar o conceito de mobilidade, seja relativamente baixo).
A Blob VB3 tem cozinha, banheiro, área de limpeza, cama e vários espaços para armazenagens diversas. Em sua lateral possui uma porta que, para maior ganho de espaço, se abre para cima, como um McLaren F1 (nunca pensei que iria comparar uma McLaren com um ovo). A frente também pode ser aberta, o que, quando feito, coloca a singela casa devidamente exposta à iluminação e ao contato com o ambiente que a cerca: uma bela vantagem do conceito integrando a casa com o meio ambiente. Sem isso, o ovo conta apenas com um pequeno buraco no teto para iluminação.
É inquestionável que o design inusitado mesclado com o simbolismo do ovo (vida, proteção, lar) tornam o projeto muito atrativo para os olhos, mas talvez não para a coluna. O que quero dizer com isso é que o conceito provavelmente foi equivocado ao estabelecer o Blob VB3 como uma casa móvel, em um mundo onde as casas móveis são tão confortáveis quanto uma casa convencional. Ele não possui rodas, nem janelas, nem ar condicionado, e a cama, como pode ser visto na ilustração, não permite nada muito diferente do que deitar-se dentro de uma prateleira gigante. Você, aventureiro, vai me dizer que tudo isso é dispensável e estará certo, porém, duvido que consiga trocar sua mochila e um saco de dormir por este ovo gigante. 
Como transportar ele? Na cloaca?
Acho que fui rude com o nosso ovo, digo, com o Blob VB3. Ele tem serventias concretas que não necessitam de adaptação alguma, como por exemplo servir como casa de jardim, fazendo-se um ótimo proveito dos inúmeros locais para armazenagem. Ele também poderia ser utilizado como um espaço reservado, para trabalhos que não necessitam muito além de uma mesa, um computador e isolamento completo do mundo. Isso faria do Blob VB3 um belo escritório. Todavia, sua grande utilidade, capaz de o tornar um sucesso de vendas no mundo inteiro seria o conceito: casa da sogra. Ora bolas, você deixa ele no cantinho do jardim, fechadinho, não incomoda ninguém... Conseguiu sentir a paz, não é? E a sogra também vai gostar - ou vocês acham que cobras nascem como?
Brincadeiras à parte: por ser um conceito, a empresa dmvA está de parabéns. Caso exista interesse em produção do mesmo, sua viabilização precisa atender algumas necessidades com mais precisão.


A SETE CHAVES !